quinta-feira, 24 de outubro de 2024

O Pântano e os Pássaros

Hoje fiquei surpreso, ao tentar pegar um pequeno relato confuso de minha cabeça, onde fazia algumas reflexões do passado e joguei como munição para que o chat gtp transformasse aquilo em algo mais pomoso. Então, como gostei muito do resultado, foi colar abaixo a Fábula. Mudei um nome ou outro para fazer mais sentido, e peguei um errinho aqui e outro lá de concordância gramatical. Mas no geral, gostei bastante. Segue:

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Há muito tempo, nas profundezas das florestas de Eredhen, um jovem caçador caminhava entre árvores antigas, acompanhado apenas pelos cantos distantes de criaturas aladas. Seu nome era Elendir, e, embora fosse um homem de pouca fé nas coisas do destino, sabia que sua jornada se entrelaçava com os seres mágicos daquele mundo. Seu espírito estava sempre inquieto, pois havia lendas sobre pássaros encantados, capazes de conceder sabedoria ou levar à perdição.

Naquela manhã, ele acordara com o eco de um sonho, sem se lembrar dos detalhes, mas com a certeza de que havia sonhado com Tamiriel, uma antiga companheira de jornadas, há muito perdida para as sombras da floresta. Tamiriel fora o primeiro pássaro que ele tentara segurar nas mãos. Ela era livre, bela e delicada como uma alva pomba, mas tão distante quanto as estrelas. Ele tentou, com toda a sua força, manter aquele pássaro em sua vida, mas viu, impotente, quando ela alçou voo, desaparecendo nas profundezas de Eredhen.

Quando Tamiriel partiu, Elendir foi tomado pela escuridão do desespero, mas logo outro pássaro pousou em seu caminho. Calia, uma ave noturna, misteriosa e envolta em um brilho negro, trouxe consigo uma sensação de poder. Ela não era como Tamiriel. Onde Tamiriel era inocência, Calia era domínio. A confiança que Elendir sentiu ao lado dela fez com que ele acreditasse que a floresta, e todas as criaturas nela, podiam ser controladas. Mas o poder era uma ilusão traiçoeira, e logo Elendir percebeu que Calia era um corvo de má augúrio, cuja companhia o envenenava. Ele a libertou, permitindo que o corvo voasse para longe, e com ela se foi o desejo de controle que ele abrigava.

Mas a floresta, sábia e implacável, não permitia que Elendir seguisse sozinho por muito tempo. Ele encontrou Alys, uma ave astuta e cheia de artimanhas. Ela era uma caçadora por natureza, livre, independente, e não pertencia a ninguém, nem mesmo à floresta. Elendir, por um tempo, desejou capturar a essência de Alys, mas logo percebeu que ela também era um espírito livre, e seu desejo de prendê-la era fútil. Quando a deixou ir, sentiu-se liberto de suas próprias amarras, mas também incompleto.

Anos se passaram, e Elendir vagava pelas matas, buscando sentido em suas caminhadas solitárias. Certo dia, enquanto seguia o rastro de uma velha canção, encontrou Jhennara, uma pequena e vibrante ave que o intrigava. Jhennara tinha uma asa ferida e, por mais que ele quisesse cuidar dela, sabia que sua estadia era temporária. Jhennara cantava não por alegria, mas por dor. Ela era cheia de sonhos e esperanças, mas suas asas estavam danificadas por batalhas que ele nunca entenderia.

Com Jhennara, Elendir aprendeu que nem sempre o que pousa em suas mãos pode ser mantido. Às vezes, é apenas um pássaro ferido, buscando refúgio antes de voltar a voar para longe, e ele não podia forçar sua permanência. Mesmo assim, ele não conseguia afastar o desejo de que ela ficasse.

Mas, assim como os outros, Jhennara partiu. E quando ela desapareceu entre as árvores, Elendir se viu novamente sozinho, observando a vasta floresta que o cercava. Ele já não tinha ilusões de controle, e sabia que os pássaros que vinham e iam eram livres por natureza. Era nessa liberdade que residia sua verdadeira beleza.

No entanto, algo em sua alma o perturbava. Ao longe, ele sentia o eco de um antigo chamado — Tamiriel. Não era ela, mas uma lembrança, uma sombra do passado que o guiava a um novo destino. As árvores começaram a rarear e o solo se tornou úmido, até que ele se encontrou à beira de um pântano. Havia lendas sobre aquele lugar — que ali, nas profundezas da lama, estava a Arca Perdida, um artefato lendário que continha segredos antigos, mas que também trazia a perdição para aqueles que ousavam procurá-la.

Elendir sabia que esse era o fim de sua jornada. Ele não sabia o que o aguardava no pântano, mas algo dentro dele dizia que a resposta não estava nas aves que ele tentou segurar, mas nas sombras que ele nunca ousou enfrentar. A Arca poderia conter o segredo que ele buscava por tantos anos — ou, talvez, fosse apenas mais uma ilusão criada pela floresta.

Com o coração pesado, mas a mente clara, Elendir entrou no pântano, sabendo que sua travessia seria a prova final. Ele já não desejava capturar pássaros ou controlar o destino. Ele apenas queria descobrir quem ele realmente era, naquela floresta imutável, mesmo que isso o levasse à perdição.

E assim, Elendir avançou, não com a certeza de um caçador, mas com a humildade de um peregrino, sabendo que a floresta guardava mistérios que nem ele, nem os pássaros que por ali voavam, jamais compreenderiam por completo.

sexta-feira, 30 de junho de 2023

Geração Perdida

Eu nasci já no final dos anos 80, o que por diversas definições atuais, isso me coloca na geração Y, ou mesmo os Millenials, como também é chamado. Claro que as categorias que enquadram essas gerações e suas características acabam sendo uma forma grosseira de padronização, mas achei que poderia ser interessante um breve resumo aqui para melhor entender as últimas 7 gerações ao longo do último século.

Geração Silenciosa (1920 ~ 1940)

1920 Silenciosos.

1930 Silenciosos.

1940 Silenciosos.

Essa é a menos comentada, mas creio que é a mais importante, porque eles viviam um cenário bem parecido com o nosso. Viveram por uma pandemia global (Gripe Espanhola) e embora o mundo fosse menos globalizado do que é hoje, claramente os impactos de uma crise global em 1929 e a o clima de guerra era predominante. Então o fruto disso foi o medo.

Era necessário que as pessoas tivessem aquele senso de ordem, muito trabalho para reconstruir constantemente um mundo instável e seguiam depositando a confiança em suas nações, até porque, eram essas as mesmas que já estavam entrando em guerra o tempo todo, empurrando uma espécie de "ou confiamos ou morreremos".

Geração dos Baby Boomers (1940 ~ 1960)

1945 Baby Boomers.

1950 Baby Boomers.

1960 Baby Boomers.

Quem nasceu nessa geração, obviamente não viveu numa guerra, mas nos efeitos da segunda guerra mundial. Isso significa que todos aqueles medos da geração silenciosa era passada a essas crianças de que economizar recursos e temer que o mundo pudesse sofrer outra guerra era algo suscetível.

Uma verdadeira explosão de bebês ocorreu em todo o mundo, porque finalmente havia esperança e a segunda guerra acabado.

Obviamente eram mais otimistas, aproveitavam melhor as oportunidades mas ainda traziam aquele fundo de conscientização dos pais. Isso fez eles buscarem a estabilidade no emprego, e não por coincidência, foi nessa geração que muitos movimentos sociais também eclodiram.

Geração X (1965 ~ 1980)

1965 Geração X.

1970 Geração X.

1980 Geração X.

Quem nasceu nessa geração estava vivendo sobre grandes mudanças rápidas que aconteciam no mundo, pois a geração passada dos baby bommers estavam literalmente reconstruindo o mundo após segunda guerra. Então as coisas começavam a se transformar, e foram obrigados a terem um pensamento rápido de adaptação. Quem não se adaptava, era muito medroso e por tanto, seguia a linha de economizar recursos para qualquer imprevisto que surgisse.

Também acabam valorizando mais o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, diferente da geração passada, que valorizava mais o trabalho do que a vida pessoal, pois a geração passada cresceu sendo ensinada de que o mundo só seria reconstruído com muito trabalho. E de fato, reconstruíram, fazendo com que a geração X já sentisse que poderia ser olhado um pouco mais para si próprios.

Geração Y (Millenials) (1985 ~ 1995)

1985 Millenials (Geração Y)

1990 Millenials (Geração Y)

1995 Millenials (Geração Y)

Quando a geração X tem seus filhos, já não existe mais perigos eminentes no mundo, apenas a lenta ascensão da tecnologia e novidades. Isso deixa espaço para conseguirem ser mais criativos, praticamente multi-tarefas e também são os que vão se adequar mais facilmente a tecnologia moderna. 

Justamente por conta das novidades, essa geração acaba valorizando mais a diversidade, a colaboração e a flexibilidade. Alguns já começam a desenvolver alguns problemas relacionados a ansiedade e depressão, pois no futuro estarão vivendo justamente numa sociedade mais individualista.

Geração Z (Centennials ou Zoomers)

2000 Zoomers ou Centennials (Geração Z)

2010 Zoomers ou Centennials (Geração Z)

Pense que quando essa geração nasceu, já estavam conectados à internet, então claramente vão ajudar a acelerar ainda mais a tecnologia na geração seguinte. Essa geração vai começar a ser mais individualista, também valorizando diversidade e inclusão. Praticamente querem buscar a ideia de serem empreendedores (devido a serem mais individualistas) e sua mente já é global, pois a internet removeu fronteiras regionais.

Não atoa, é a geração com mais problemas de ansiedade e depressão, pois essa soma de individualismo cria um paradoxo onde estar conectado com muita gente pela internet faz crescer um vazio por não estarem realmente conectados com ninguém verdadeiramente.
 

Geração Pós Pandemia (2020 ~ hoje)

2020 Pós Pandemia

Geração que nasce hoje não saberá o que é a pandemia, e sua inteligência está ancorada diretamente na Inteligência Artificial. Crescem por tanto, numa sociedade completamente diferente de tudo o que já foi visto antes.

segunda-feira, 13 de março de 2023

Aniversário Relativo

Quem mal há de pensar que foi um dia em vão?

Dormindo mal por oito horas no canto escuro do porão.

Contando às vezes que meu aniversário chegará na próxima hora. 

Posso te contar como está sendo meu dia até agora?

 

Sei que não interessa à ninguém. Mas é que eu realmente queria te contar.

Fiquei muito feliz assim que acordei e vi o sol da primavera pela manhã.

Sai para passear, tomar um sorvete, almoçar e sentar num divã.

Uma sessão de uns quinze minutos e tudo estava diferente em meu lar.


Acordei com uma pessoa ao meu lado

Fui no passeio de mão dada com alguém

Disse te amo para ela, e me senti isolado

Depois do almoço não havia mais ninguém.

 

Naturalmente voltei pra casa e não fiz mais nada

Daqui uma hora é meu aniversário e estou só

Já foi metade do segundo dia, na minha garanta um nó

Queria me distrair, receber um olá. Falar até o dia acabar.


Pessoas se afastam. Doenças se instalam, das muitas que ainda matam.

Só me resta mais um dia, e o que fiz da minha vida?

Quase não se faz sentido pensar no quarto dia. Três bastam.

quinta-feira, 14 de julho de 2022

Término em Tabula Rasa :: Parte 1/1 (Hoje)


Disclaimer

De repente, eu me vi com crises de ansiedade, problemas de memória e uma tristeza tão forte que drenava a motivação para me tirar da cama ou trabalhar. Com ataques destrutivos de meus próprios pensamentos intrusivos, também era sufocado com aquela dor da angústia comprimindo todo o ar de meus pulmões.

O motivo de tudo isso é mais clichê que a epopeia de Gilgamesh: Término de um relacionamento que atravessou a última década, com seus pontos altos e baixos que caminharam até esse texto que você lê.

E esse post será o ponto inicial,  talvez o ponto final também. É aqui onde atualizarei, conforme minha sanidade permitir, os títulos dessas postagens para comportar essa nova saga inteira, com início meio e fim.

E finalmente antes que eu possa detalhar em futuros posts como foi essa saga, e o andamento de minha mais nova desilusão desse velho repositório, acho que vale a pena deixar um tímido sobreaviso: Não há do que se esperar a continuação de uma história quando o que acontece nessa história não vem da sua cabeça. Não é como se houvesse alguma força motivadora que me traz para esse blog, e nem que haja interesse de minha parte em transformar o passado em açoites do presente. É apenas uma uma história, que como qualquer outra possui personagens, inspirações, e as velhas metáforas que ajudam a preservação de minha pobre alma.

Tabula Rasa

Eu só recebi um diagnóstico "mais oficial" de que tinha fobia social por volta de meus 24 anos, e com ajuda de terapia, medicamento e boa dose força de vontade eu consegui fazer algo que julguei impossível até então, que era me relacionar afetivamente com alguém. Essa pessoa não só me completava como também era perfeita em todos os aspectos que eu podia imaginar. Eu senti pela primeira vez que era amado e jurei para mim mesmo que caso o amor dependesse apenas de mim, duraria para sempre. Lendo essa última frase, você sendo mais inteligente do que eu, sabe que esse raciocínio foi o que levou a maior desilusão da minha vida até esse momento.

Então, preciso começar a contar essa história assumindo que tudo o que você sabe de mim é que tenho algum tipo de transtorno de personalidade que me faz ser tão introvertido ao ponto de não conseguir me relacionar bem com as pessoas. Tenho alguns amigos, tenho um trabalho e até saio de casa para resolver alguma coisa, mas no geral, a minha introversão é limitante no aspecto afetivo. Ter conseguido namorar e casar é uma saga tão especial pra mim quanto às referentes à Dança de Salão que já contei aqui no blog uma vez.

Uma vez dentro do arcabouço formalizado pelo casamento, você se torna convicto de que encontrou uma pessoa que será testemunha de sua vida e você da vida dela; acompanhando uma trajetória de bons e maus momentos com uma data de término desencadeada pela morte de um dos conjugues. O engraçado é que essa morte a ser orquestrada pela natureza da vida humana também coloca esse fato em um futuro tão distante que sua mente não é capaz de processar. O problema é quando o futuro é trazido aos dias atuais, criando um cenário em que sua mente não era capaz de prever e se preparar com antecedência. E não estou afirmando em nenhum momento que a morte precisa ser literal com a vida sendo ceifada pelo rompimento da existência de alguém, pois também existe o tipo de morte causado pelo rompimento da motivação que mantinha um casal unido e a comunhão do casamento efetivada.

O que tem haver falar de fobia social, fim de um casamento e a Tabula Rasa que enuncia essa postagem? A resposta curta e objetiva pode ser resumida em uma palavra: "consequência". E a resposta mais detalhada e explicativa vou contar agora nas quatro consequências que seguem:

1ª Consequência: Introversão como Resposta

Se a dificuldade para interagir com outras pessoas é um tipo de mecanismo de defesa que é ativado de forma inconsciente por mim para me proteger de qualquer dano emocional que uma pessoa qualquer possa me causar, então é de se esperar que eu tenha uma vida inteira em solidão porque esse mecanismo vai sempre estar à frente de minhas ações para me impedir de se relacionar com qualquer pessoa em um nível que ultrapasse o superficial desarranjo que já comentei em outro post sobre as amizades.

2ª Consequência: Romper de sua própria prisão

Quando aquele mecanismo de defesa começa a te impedir de ter uma vida normal e te fazer sentir a vida ser mais pesada do que realmente deveria, é quando alguma parte de sua consciência cansa de ser esmagada pela natureza e tenta ganhar espaço. Ela faz isso da forma que consegue para reduzir pelo menos um pouco da solidão, introversão e insociabilidade. E assim, numa reviravolta [quase] inexplicável, onde toda a dose de força de vontade que eu tinha e motivação me fizeram romper a barreira de minha própria essência para fugir daquela prisão que minha mente tinha feito para mim.

No começo, com ajuda de amigos, terapia, remédios, motivação, força de vontade e um pouquinho de sorte, comecei a descobrir como funcionava os relacionamentos afetivos. Me permiti a entender como funcionava a paixão e deixar o amor surgir naturalmente para quem assim eu sentia a confiança mútua de que o sentido de uma vida plena estava dentro daquele recanto de felicidade. Estar feliz era sinônimo do puro rompimento de minha prisão, e por isso, me deixei levar até onde tudo aquilo pudesse seguir.

3ª Consequência: Zona de Conforto 

Se você está feliz, sente-se bem sucedido na vida em todos os aspectos, então naturalmente pode se dizer que aquilo é uma zona de conforto verdadeira. E sendo assim, a motivação que te fez abandonar uma vida desconfortável para te levar até ali obviamente não vai querer te fazer sair de lá. É assim que as pessoas entram em zonas de conforto. Mas muitas delas estão insatisfeitas e não querem mudar, e pra mim isso é um tipo de Zona de Conforto perigosa. Mas e quando é o contrário, e você está satisfeito, porque então iria querer sair da zona onde chegou? 

A resposta é simples: Você não quer, e tudo bem se esse "não querer" depende apenas de você. O problema é que todo esse texto que lê não diz respeito apenas à minha pessoa,  e isso já diz muito sobre onde quero chegar. Naturalmente não existe uma zona de conforto tão grande que seja abrangente demais para comportar duas pessoas com histórias e vidas diferentes numa mesma dança sem que haja pausas para descanso. De certa forma, o simples desarranjo de uma melodia em que um deseja tocar um ritmo diferente do outro significa que aquela música já não existe mais. Agora são duas músicas diferentes, e entender isso significa ter a sabedoria para saber quando melhor do que uma pausa, é parar por completo.

4ª Consequência: Tabula Rasa

Quando a música parou de tocar, eu me dei conta que ter saído daquela zona de conforto significava voltar automaticamente ao estágio inicial de minha vida, onde ainda não havia nada escrito. Só que agora havia, pois eu estava voltando para trás com uma bagagem de história e experiência que me fizeram ser uma pessoa diferente.

Mas ao mesmo tempo, voltar para onde não havia nada escrito, que é justamente o que significa "Tabula Rasa", também significa que agora existe um novo caminho para ser percorrido com muito mais sabedoria do que houve antes. E com isso, voltar a escrever em um velho blog de desilusões sobre tudo o que ainda não foi escrito mas que ao mesmo tempo já foi, me parece estrategicamente um bom novo ponto de partida para outra saga aqui no blog com bons frutos para novas desilusões desse repositório de todas minhas desilusões 

5ª Consequência: Somar e Dividir

Juntando os pontos anteriores, acho que é possível resumir essa história em uma pessoa com um transtorno de personalidade que conheceu outra pessoa (que mais tarde também entendeu que possuía outro transtorno de personalidade). Daí, é como você fazer um bolo colocando os dois principais ingredientes estragados; o amor é sufocado conforme o forno é aquecido. Mas todo forno é aquecido aos poucos, e o nome disso num relacionamento que vai mal se chama desgaste. Chega um momento em que você já sabe que o final é óbvio; ou as coisas mudam, ou as coisas mudam.

Tentamos terapias de casal, estratégias de convivência e muitas outras conversas procurando por uma solução que na verdade não existia mais. Chegou um momento em que separar se tornou a única alternativa, e tudo bem ser assim. Lutamos para somar, e desatinamos a dividir.

 

Cronologia 

Para além desse repositório, eu tenho um diário pessoal também, e por isso, postagens mais recentes podem eventualmente serem publicadas com datas retroativas para melhor consistência cronológica dos fatos, e não de data de postagem. O que seguirá na ordem das postagens será o número de partes que eu necessitar escrever, que seguirá sempre atualizada para compor a melhor forma de compreensão dos fatos.

Atualmente, toda essa história se resume nessa única parte. Mas também, quais outras partes poderiam vir do final que já foi escrito? Nesse spoiler que já trouxe, mesmo uma história sem final feliz ainda assim tem desarranjos interessantes que em algum nível me serviram de aprendizado. Como por exemplo porque não voltar a falar sobre as velhas linha de crenças pessoais que fazem um ateu se converter, e um religioso perder a fé? Ou talvez eu pudesse falar de como as experiências são galgadas para que no fim sejamos pessoas melhores. Falar sobre a vida e morte que entermeia outros transtornos de personalidade? Quem sabe criar um conto rápido sobre as redes socias e o analfabetismo digital? Sei que tem muita coisa que faria esse velho blog abandonado ter desilusões suficientes para manter vivo um bom repositório.