Hoje fiquei surpreso, ao tentar pegar um pequeno relato confuso de minha cabeça, onde fazia algumas reflexões do passado e joguei como munição para que o chat gtp transformasse aquilo em algo mais pomoso. Então, como gostei muito do resultado, foi colar abaixo a Fábula. Mudei um nome ou outro para fazer mais sentido, e peguei um errinho aqui e outro lá de concordância gramatical. Mas no geral, gostei bastante. Segue:
===
Há muito tempo, nas profundezas das florestas de Eredhen, um jovem caçador caminhava entre árvores antigas, acompanhado apenas pelos cantos distantes de criaturas aladas. Seu nome era Elendir, e, embora fosse um homem de pouca fé nas coisas do destino, sabia que sua jornada se entrelaçava com os seres mágicos daquele mundo. Seu espírito estava sempre inquieto, pois havia lendas sobre pássaros encantados, capazes de conceder sabedoria ou levar à perdição.
Naquela manhã, ele acordara com o eco de um sonho, sem se lembrar dos detalhes, mas com a certeza de que havia sonhado com Tamiriel, uma antiga companheira de jornadas, há muito perdida para as sombras da floresta. Tamiriel fora o primeiro pássaro que ele tentara segurar nas mãos. Ela era livre, bela e delicada como uma alva pomba, mas tão distante quanto as estrelas. Ele tentou, com toda a sua força, manter aquele pássaro em sua vida, mas viu, impotente, quando ela alçou voo, desaparecendo nas profundezas de Eredhen.
Quando Tamiriel partiu, Elendir foi tomado pela escuridão do desespero, mas logo outro pássaro pousou em seu caminho. Calia, uma ave noturna, misteriosa e envolta em um brilho negro, trouxe consigo uma sensação de poder. Ela não era como Tamiriel. Onde Tamiriel era inocência, Calia era domínio. A confiança que Elendir sentiu ao lado dela fez com que ele acreditasse que a floresta, e todas as criaturas nela, podiam ser controladas. Mas o poder era uma ilusão traiçoeira, e logo Elendir percebeu que Calia era um corvo de má augúrio, cuja companhia o envenenava. Ele a libertou, permitindo que o corvo voasse para longe, e com ela se foi o desejo de controle que ele abrigava.
Mas a floresta, sábia e implacável, não permitia que Elendir seguisse sozinho por muito tempo. Ele encontrou Alys, uma ave astuta e cheia de artimanhas. Ela era uma caçadora por natureza, livre, independente, e não pertencia a ninguém, nem mesmo à floresta. Elendir, por um tempo, desejou capturar a essência de Alys, mas logo percebeu que ela também era um espírito livre, e seu desejo de prendê-la era fútil. Quando a deixou ir, sentiu-se liberto de suas próprias amarras, mas também incompleto.
Anos se passaram, e Elendir vagava pelas matas, buscando sentido em suas caminhadas solitárias. Certo dia, enquanto seguia o rastro de uma velha canção, encontrou Jhennara, uma pequena e vibrante ave que o intrigava. Jhennara tinha uma asa ferida e, por mais que ele quisesse cuidar dela, sabia que sua estadia era temporária. Jhennara cantava não por alegria, mas por dor. Ela era cheia de sonhos e esperanças, mas suas asas estavam danificadas por batalhas que ele nunca entenderia.
Com Jhennara, Elendir aprendeu que nem sempre o que pousa em suas mãos pode ser mantido. Às vezes, é apenas um pássaro ferido, buscando refúgio antes de voltar a voar para longe, e ele não podia forçar sua permanência. Mesmo assim, ele não conseguia afastar o desejo de que ela ficasse.
Mas, assim como os outros, Jhennara partiu. E quando ela desapareceu entre as árvores, Elendir se viu novamente sozinho, observando a vasta floresta que o cercava. Ele já não tinha ilusões de controle, e sabia que os pássaros que vinham e iam eram livres por natureza. Era nessa liberdade que residia sua verdadeira beleza.
No entanto, algo em sua alma o perturbava. Ao longe, ele sentia o eco de um antigo chamado — Tamiriel. Não era ela, mas uma lembrança, uma sombra do passado que o guiava a um novo destino. As árvores começaram a rarear e o solo se tornou úmido, até que ele se encontrou à beira de um pântano. Havia lendas sobre aquele lugar — que ali, nas profundezas da lama, estava a Arca Perdida, um artefato lendário que continha segredos antigos, mas que também trazia a perdição para aqueles que ousavam procurá-la.
Elendir sabia que esse era o fim de sua jornada. Ele não sabia o que o aguardava no pântano, mas algo dentro dele dizia que a resposta não estava nas aves que ele tentou segurar, mas nas sombras que ele nunca ousou enfrentar. A Arca poderia conter o segredo que ele buscava por tantos anos — ou, talvez, fosse apenas mais uma ilusão criada pela floresta.
Com o coração pesado, mas a mente clara, Elendir entrou no pântano, sabendo que sua travessia seria a prova final. Ele já não desejava capturar pássaros ou controlar o destino. Ele apenas queria descobrir quem ele realmente era, naquela floresta imutável, mesmo que isso o levasse à perdição.
E assim, Elendir avançou, não com a certeza de um caçador, mas com a humildade de um peregrino, sabendo que a floresta guardava mistérios que nem ele, nem os pássaros que por ali voavam, jamais compreenderiam por completo.