segunda-feira, 26 de julho de 2010

Dança de Salão? Oh, não! [1]

- Vai lá, meu filho... Vai ser bom, você vai gostar...
- Mas... Mas... Eu... Er...
- Isso aí filhão! Bora lá aprender a dançar!

Pronto, não tive escolhas. Não foi bem assim, mas também não foi tão diferente disso. O fato é que eu resolvi conhecer mais a fundo esse mundo que eu jamais explorei chamado de Dança. Tango, Salsa, Mambo, Merengue e milhões de outros nomes e eu só conhecia a inesquecível valsa de Balamb Garden (vídeo abaixo), em Final Fantasy VIII. Uma vergonha, eu sei, mas o fato é que essa vergonha poderia piorar. E piorou.

Segue o relato, a princípio dividido em 3 partes, de como foi a primeira (última?) aula de dança feita por mim.



Parte 1: A Motivação Inicial

Sabe aquele papinho de que a vida passa diante de seus olhos em uma experiência de quase-morte? Pois é, não tem nada a ver com minha Motivação Inicial, mas o fato é que a meia-verdade disso é eu ter feito, há alguns anos atrás, uma promessa à meus pais da qual a conclusão de tal constataria na maior prova de vitória para mim mesmo. Mas deixemos isso para algum outro post, porque o foco aqui é a Dança de Salão, certo? Pois é, enquanto fui atrás dessa promessa magnâmica pra mim, fiquei absurdamente frustrado (e desiludido, como sempre) por perceber que em meu estado atual não poderia cumprir o que havia prometido. Parei algumas horas para organizar e deixar minha vida numa conversa a sós com minha alma, para que posteriormente eu pudesse saber para onde ir. E entre vários pedaços e segmentos dos eventos seguintes, o resultado final foi o primeiro passo para a conclusão de todo um objetivo maior. O primeiro passo, por mais imbecil que o trocadilho seja, foi o passo para os passos da dança.


Se é que existe algum ponto vitorioso em toda essa história, é que eu moro perto de uma associação da prefeitura e consegui direito de fazer a aula de graça. Hm... pensando bem isso não foi um ponto vitorioso, porque essa história de dança só foi adiante por causa disso: Localização próxima, teórico custo x benefício bem visíveis, possibilidade de sair um pouco da vida sedentária, etc.

Acho que meu primeiro erro foi acreditar na conversa do pessoal que fica ali preparado para recepcionar os prováveis novos alunos. "Você vai gostar, é muito legal!", diziam sempre como diziam para todos toda vez que algo diziam. "Pegue aqui o nosso folheto com a programação completa e veja com calma". Tudo o que eu mais gosto de qualquer lugar que vou é o "ver com calma", que permite ser educadamente interpretado ao pé da letra e simular que sua desaparição eterna ao local indica o quão calmo você está vendo e analisando tal coisa. Sendo assim, voltei pra casa com a premissa básica de (como sempre) procrastinar aquilo.



Olhei para o folhetinho modesto impresso em papel sulfite com a chamada do curso: Dança de Salão - Iniciantes das 19h30 às 20h30 e avançado da 20h30 às 21h30. A palavra iniciante ali me parecia tão singela e humilde que parte da minha vergonha foi embora em um primeiro instante. Depois disso, com mais um empurrãozinho de meu pai, a matrícula estava feita e tudo finalmente acertado. Iria enfim, depois dos vinte e poucos anos movimentar os pés e pernas em um movimento diferente do tradicional arrastar cadeiras de rodinha e samba de pedais do carro.

Assim as coisas aconteceram naturalmente.

O impacto disso tudo, e a continuação dessa trágica emocionante história seguirão na segunda parte desse post. Pode esperar pelos tradicionais esmagamentos de pés alheios, tropicões, xingamentos e desilusões, que eu sou perito em atrair. =)

veja a parte 2 aqui!