domingo, 19 de maio de 2013

A Tríade Proibida: Religião, Política e Futebol


Existe uma coisa que nos diferencia de outros animais, que é a babaquice racionalização. Existe duas coisas que diferenciam a racionalização certa da errada: a certa é aquela que você concorda, e a errada é aquela da qual você discorda. Agora existem três tipos de racionalização que nunca chegarão em um acordo, e por isso é conhecida como a Tríade Proibida: Religião, Política e Futebol.


A primeira cena do filme 2001: Uma Odisseia no Espaço mostra de forma perfeita toda compreensão dessa tríade. Mostra como nós podemos ser considerados apenas macacos lutando por nosso próprio espaço, e mostra como a sobrevivência funciona bem melhor quando se está dentro de um grupo mais poderoso. Por isso, para que nosso grupo seja o mais poderoso, fazemos questão de enfiar ideologias goela abaixo de todos, ignorando todos os argumentos que fazem alguém dizer que sua crença é melhor ou pior do que a sua. Simplesmente parece inaceitável, e parece inaceitável porque o poder de nossa ideologia não pode ficar em segundo plano.

Agora parece simples entender o porque Futebol é um esporte assassino quando alguns torcedores querem; isso também justifica o porque a história das nações sempre foi manchada com sangue e protestos para impor posições políticas mais justas. E dentre as religiões isso é muito mais comum de ser visto, pois graças ao poder de amar a própria cultura é onde se torna fácil condenar outras culturas, sejam elas diferentes por condutas ou pensamentos diferentes dos nossos.


Futebol

Tudo o que gera competição é perigoso. Mesmo um funcionário que compete com outro por um cargo melhor na empresa; a disputa pode ser ótima como motivação, mas é um caos se um dos lados não sabe perder. Se for uma empresa pequena, não tem importância, porque aceitar a derrota é muito mais fácil. Agora imagine uma empresa grande... Imagine milhares de funcionários. Sempre que a quantidade de gente envolvida em qualquer lugar é grande de mais, então elas se tornam meros objetos aos olhos de alguns. E isso nem chega a ser o estopim de todo o perigo envolvendo uma competição para impor quem é o melhor.

O futebol só consegue ser mais perigoso do que todas as outras formas de competição porque o número de adoradores divididos entre os principais times são grandes. Mas isso ainda não implica no perigo total: geralmente seu time vem através do time de seus pais, que veio através do time de seus avós. Logo, defender seu time é quase como defender sua família. Tudo bem, acho que exagerei. Ou não.

É inaceitável um briga devido ao futebol, visto que o conceito original do mesmo é a diversão. Na verdade me enganei de novo, certamente a diversão é o conceito inocente que desaparece depois dos cinco anos de idade. Depois disso inicia-se a selvageria, e cá evoluímos até estádios lotados se transformarem em coliseus com gladiadores desafiando leões.

Religião

Daí vem uma das minhas críticas mais severas quanto aqueles que dizem que sua religião é melhor, ou que não ter religião é melhor. Basta enxergar cinco minutos à frente para ver como existem igrejas que acolhem pessoas que sofriam de depressão, angústias e outros males que dizem que foram curadas à partir do momento que entraram para essa ou aquela religião. Enxergar cinco minutos a frente significa entender que essas pessoas encontraram ali um reduto de sua salvação. E aí eu vejo ateus querendo dizimar crentes, querendo amarrá-los em um tronco de árvore e atear fogo para queimá-los vivos. De outro lado, vejo pessoas tão fanáticas pela religião que praguejam que o fogo do inferno irá queimar por toda eternidade quem não segui-los. Oras, quem está certo nesses extremos? Pois é, eu acho que nunca um lado extremo pode estar totalmente certo.

Tudo em excesso é ruim, e isso é óbvio.

Muitos ateus bons (os que respeitam a religião alheia) pregam que o correto é deixar que os filhos escolham a religião que quiserem. Isso não funciona, porque é óbvio que haverá inclinação dos filhos à seguirem as crenças dos pais, e na verdade é até saudável que isso aconteça. Não é ruim uma criança aprender os mesmos ensinamentos que seus pais tiveram, desde que a coitada não seja alimentada com preconceitos ou induzida a uma cegueira ou fanatismo desnecessário.

Acho que aí entra a confusão toda. Dizer para uma criança que a mulher surgiu da costela de Adão é uma coisa. Agora querer colocar isso como verdade absoluta e julgar que a crença científica da teoria da evolução é errada tem muita diferença. Tudo bem que o ser humano é uma figura que sobrevive melhor quando vive da ignorância das coisas, mas só é necessário lembrar que a ignorância é um caminho muito curto para a arrogância. Instigar que algo é errado só porque discorda é a mesma coisa de instigar o preconceito.

Somos uma caixinha de valores inconscientes. Nossa vida é cheia de experiências de coisas que nos fizeram ser assim ou assado, que nos impulsionam a agir de um jeito ou de outro. E nessa caixa de valores, muitos deles estão errados, mas você o considera como verdades absolutas. Afinal de contas, todo seu pacote de crenças é muito mais cultural do que pessoal. Aquilo que você crê hoje seria totalmente diferente se tivesse nascido vinte anos antes do que nasceu. Você poderia estar com uma bomba amarrada no peito acreditando que isso seria a salvação de Alá, caso tivesse nascido no meio das crias de Bin Laden. Não balance simplesmente a cabeça em tom de discórdia: "(...) Quem nasce para ser Margicarpa nunca vai ser Gyarados (...)".

Você nasce vazio, apenas com uma cadeia genética que determina certas tendências e inclinações a vícios ou comportamentos básicos. Ou talvez nasça com um espírito que já determina toda sua personalidade. Ou talvez seja a reencarnação de criaturas antepassadas. Enfim, diante de tantas conclusões para a mesma resposta, vou ser obrigado a pegar uma para seguir com meu exemplo. E nesse caso, como em vários outros pontos do blog, vou me apegar ao lado mais científico da coisa toda. Sendo assim...

Você pode ser introvertido porque tem um gene favorecendo esse comportamento, mas não necessariamente significa que será introvertido para sempre. Você nasce com chances de desenvolver uma diabetes, mas talvez nunca a desenvolva. Você nasce com um gene favorecendo a tranquilidade ao invés da agressividade, mas talvez o ambiente de crescimento iniba isso. Ou seja, se nossos valores pessoais são tão mutáveis assim, será que alguém pode ser capaz de julgar os atos alheios? Pois é, algumas religiões pregam isso. E algumas pessoas que não tem religião também.

É lógico que se você se tornar um homem bomba e sair matando as pessoas na rua será condenável. Mas não porque é errado, e sim porque fere os valores pessoais de todas as pessoas ao redor. Não? Ok, novamente basta apenas dar uma olhada para o passado e imaginar as pessoas ditas "bruxas" que eram queimadas em praça pública ao aplauso de multidões. Ou os coliseus levantando bandeiras de "mate ao próximo" com tanta sagacidade. Será que eles eram mais violentos? Será que eles eram os errados e nós hoje em dia somos os bonzinhos? Não. Se você tivesse nascido naquela época, certamente não teria um asco tão grande pela morte alheia como se tem hoje, já que não é comum vermos corpos espalhados pelo chão no dia a dia. A sociedade da época via as pessoas queimadas em praça pública como algo normal (generalizando), e por isso incentivavam isso.

Espere um momento: Talvez incentivavam aquilo por medo dos superiores. As pessoas podiam aplaudir a tortura porque tinham medo de serem elas as torturadas. Ou seja, a crueldade humana contra o próximo sempre foi errada. A diferença é que naquela época era errada e as pessoas não tinham liberdade de expressão. Mas hoje também não tem, porque se a liberdade de expressão consiste em cada um ter direito à sua própria crença, quem condena a crença alheia prega a mesma censura questionável de nossos antepassados.

Política

Esse é o típico assunto proibido e permitido ao mesmo tempo. Ele é proibido em épocas de eleições e quando as coisas ficam mais "sérias", ou seja, quando a imposição de uma filosofia política pode mudar seu conceito atual de como tudo está sendo governado. Fora desse conceito, é um assunto que é permitido, desde que você faça alguma piada dizendo como brasileiro é burro e político corrupto.

Eu particularmente gosto de política, embora saiba menos do que gostaria para debater de modo mais aprofundado. Então, minha opinião superficial fica por conta de alguém que vê tudo de longe, e que está ao tempo todo mudando de posição nesse assunto.

Eu lembro que na primeira vez que Fernando Henrique Cardoso seria eleito, eu ainda era uma criança muito imbecil, mas mesmo assim queria discutir isso com outras crianças da escola, só para me sentir grande, sei lá. E como eu não entendia do assunto, me colocava a discordar para ouvir motivos que levassem meus argumentos contra isso. Na verdade acho que eu discordava só por pirraça, mas não vamos quebrar a magia do texto, né? rs

Como eu ia dizendo, foi graças a essas discórdias que eu entendi que FHC era muito melhor que o outro candidato (acho que foi o Lula, mesmo) porque ele tinha a ideia de mudar toda moeda local, e revolucionar a economia de modo incrível, colocando o Real no lugar dos Cruzeiros. Eu nunca entendia nada sobre economia, a não ser que com uma nota de papel eu compraria a mesma coisa que comprava com várias notas de papel.

Pois é, para mim a política sempre foi assim, simples e objetiva. Hoje em dia eu vejo que tem a Esquerda e a Direita, o Capitalista Hardcore e o Socialista Inocente, o Sério Engravatado e o Fanfarrão Engomado. Ou seja, não sei como falar sobre política pode ser um assunto proibido. Pois é, este é um assunto que se torna proibido quando se encontra o grupo certo (ou errado) para se dar uma posição sobre o assunto.

Ainda lembro de alguns amigos socialistas que pareciam brandir espadas ao defender a liberdade, ao defender o fim do sistema, e principalmente ao lutar contra o capitalismo. Hoje em dia eu não tenho muito contato com essas pessoas, então não sei como andam suas mentes atualmente. Mas naquela época, suas camisetas do Chê Guevara e Marx eram quase uniforme fixo. E eles tinham tantos argumentos para defender um mundo socialista que eu compreendia perfeitamente toda utopia política presente ali. Talvez seja justamente por isso que Política pertença a tríade proibida: tudo o que fere suas ideias fere seu lado mais profundo, e dependendo da profundidade, nem toda ferida consegue sair impune de uma revidação.


Ante a obrigação de se calar, ou de falar sobre tudo, aproveite e inicie alguma discórdia ou polêmica nos comentários. Como ninguém visita esse blog, provavelmente você sairá vitorioso na discussão, uma vez que ninguém discordará de você.

Animações → um post anterior sobre meus videos e animacoes flash
Religião → uma visão sobre lados dentro da religião
Política → um desabafo inconsistente do quadro político
Futeb...digo, carnaval → Não tinha nenhum post sobre futebol ainda rs
"Não me odeie se discordar de você; me odeie se concordar com tudo, porque isso significa que mais me importo com o que pensa" -ledark

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Realidade Alternativa: Fome


Esse post faz parte de uma nova ideia que queria apresentar, que é mostrar outras realidades que certamente são bem diferentes da minha e da sua. Pretendo abordar estilos de vida que existem por aí, alguns mais próximos e outros mais distantes. Tudo isso dentro do nosso mesmo universo, com coisas bizarras que acontecem por aí nesse exato segundo em que lê isso. E assim surge mais um post, cujo proveito e utilidade, dependem da sua reflexão sobre a realidade em que está vivendo.


Falácia da Realidade


Todo mundo quando quer fazer um comparativo de que sua vida está melhor propõe a velha e já abatida comparação das crianças na África. Às vezes para chocar postam algumas fotos de crianças em estados de semi-decomposição vivas e tentam, através disso, lhe provar que você tem que ficar quieto e não reclamar de nada. Eu vejo isso como uma falácia da realidade, e foi justamente por isso que resolvi escrever esse post.

Para explicar melhor essa falácia, pense no seguinte: Você acorda de manhã e bate a ponta do pé na quina da cama, e com aquela dor deliciosa de sentir, você pragueja a tudo e a todos por isso. Aí, de repente, um amigo muito sábio chega para você e diz: "Hey, pare de reclamar da vida, lembre-se que há pessoas muito piores do que você, como as crianças passando fome na áfrica". O que era para ser uma tentativa de diminuir o impacto do stress corre o risco de piorar as coisas, pois a comparação daquela realidade em que a África vive é tão diferente, que nossa natural incapacidade de imaginar e compreender a própria humanidade nos fazem ignorar o fato com toda frieza do mundo.

Eu já comentei em alguns posts anteriores, o quanto o ser humano - eu e você - tem mais egoísmo do que o maior egoísta que conhece. Graças ao ego que está sempre tentando entender quem ele é, todo mundo acaba assumindo que a vida gira em torno do próprio umbigo. E uma das principais causas para isso, infelizmente é o simples fato de que muitas vezes não é fácil compreender nem a nós mesmos, então quem dera possamos compreender outra pessoa?

Fome na África



Ver mapa maior

Mas vou parar de enrolar, e falar o que realmente significa a fome na África. Por isso, fiz uma pesquisa rápida, e vou tentar deixar mais claro - e resumido - o que as crianças de lá passam. A primeira coisa a ser feita, é tomar cuidado com a generalização. Não são só as crianças que passam fome, e tão pouco é o continente africano inteiro. Um dos países que mais sofre disso é a Somália, que não deve ter nem 10 milhões de habitantes, mas que pelo menos um milhão está em fase crítica de quase morte.

Sabe o engraçado do parágrafo acima? Nada. Mas quando você fala em números, automaticamente transforma vidas em estatística. E isso parece amenizar o problema, principalmente quando você pensa: Só um milhão passando fome? No Brasil existem mais de 10 milhões, ou seja, uma Somália inteirinha em condições parecidas. E aí, para piorar, você pode pegar algum desses papéis que políticos carregam, e falar que as coisas melhoraram 15%, ou que 25% será melhorado na próxima eleição. Isso tudo é outra falácia de realidade, porque se você está passando fome, ou se fosse um amigo seu no meio de dez pessoas, aposto que o choque da notícia seria infinitamente maior, simplesmente porque aquilo é mais próximo de lhe atingir do que com quem está apenas num gráfico estatístico. Dez milhões num pedacinho de terra parece triste, mas só isso. Enquanto não estiver na pele, ou ver com os próprios olhos a situação, aquilo não é capaz de mover um único dedo para melhorar as coisas. No máximo um sentimento de pena, ou um sinto muito dito internamente. Só isso, e tudo acaba por aí.



E então, você me pergunta: "E o que eu posso fazer?", como se aquele que lhe falasse do problema tivesse a obrigação de lhe apontar uma solução. O problema é dito, e só é um problema, justamente porque ainda não tem uma solução. Você pode criticar o governo ou outros países dizendo que parem de fazer guerra e usem o dinheiro para dar alimento a todos, e ainda achar que apenas ter essa postura vai resolver tudo. "Ah, eu já reclamei, então já fiz minha parte e isso é tudo que posso fazer". Não é bem assim que as coisas funcionam.

Quando você divulga uma informação, um problema e um pensamento para aquelas pessoas ao seu redor, automaticamente você está sendo melhor do que aqueles que apenas reclamam e apontam soluções que sabem ser impossíveis de serem resolvidas. Porque falar e divulgar aquela realidade que existe, pode chegar ao ouvido de alguém mais genial que pode ter uma ideia diferente, ou numa simples conversa, surgir um fundo de investimento entre amigos para ajudar nem que seja uma pessoa. Tanta gente faz viagens de turismo para a África do Sul, vão lá para ver os animais em céu aberto e passam longe - por mais perto que estejam - de milhares de pessoas morrendo de fome. Um lanche na sua mão poderia significar muita coisa positiva na mão de quem precisa daquilo mais que você.

Mas é lógico que esse post não vai mudar nada. Nunca mudou e não é agora. Mas, se ao invés de você por algum segundo ter ideia de que sua vida é melhor do que a de muitas pessoas, eu acho que comecei a plantar a semente que eu queria. Porque quando nós vivemos sabendo que é preciso agradecer muito por aquilo que temos e onde estamos, um pouquinho mais de humildade faz com que nós pelo menos ajudemos pessoas dentro de nossas possibilidades. Pode ser um mendigo na rua que você sempre vê no mesmo lugar e que simpatiza com seu sofrimento diário. Ele é uma pessoa, e talvez uma oportunidade mais próxima de se deparar com a realidade da fome, mesmo que em grau diferente.

Fome na Coréia


Outro dia fiquei surpreso com uma notícia que li. E depois, fiquei chocado com uma outra notícia que li. A notícia dizia que um pai praticou o ato de canibalismo, sendo obrigado a comer o próprio filho para sanar sua fome. E isso foi o primeiro estopim para eu começar a escrever esse post, pois, eu comecei a pensar até onde a definição de humano pode chegar. Afinal de contas, um grupo de pessoas amaldiçoava o pai por ele ter matado o próprio filho para se alimentar, enquanto outro grupo de pessoas o bendizia porque não havia outra solução. E também tinha o grupo que amaldiçoava o governo e a mídia pela falta de divulgação da notícia.



Infelizmente não há como amaldiçoar a maldição. Não vale a pena questionar quem é o culpado ou quem deixa de ser, porque o problema e o erro é todo o cenário, e não exatamente uma pessoa isolada dentro dele. Esse não foi o primeiro caso e nem será o último. O extremo do que o ser humano é capaz de fazer realmente vai muito além do que alguém pode imaginar.

Ah, e se quiser ver um artigo comparativo com a diferença entre as coréias, clique aqui.

The Walking Dead


E de repente falar sobre Walking Dead no meio de um post que comenta sobre Falácias da Realidade me parece um pouco de mediocridade. Mas não é a questão de zumbis com fome que eu queria propor aqui. Embora toda a crítica social da maioria dos filmes de zumbis seja muito forte, não quero entrar no mérito dessa parte da discussão, e sim, refletir algo que comentei lá no início, que é sobre a divulgação da informação.



Em 2003, ou seja, há dez anos atrás, era lançado uma história em quadrinhos falando sobre zumbis. Não é nenhuma novidade que nessa década houvesse muita coisa sobre o assunto. Mas a HQ nunca foi lá muito popular, e muita gente nem se importava. Até que, conforme o tempo foi passando, há alguns anos atrás ela começou a vender mais e mais, até que surgisse a tão conhecida série de tv em 2010. Depois do sucesso, falar e consumir coisas sobre the walking dead se tornou bastante popular, mas tudo acaba aí.

Será que a camada da série que é mais reflexiva e que remete a critica social da natureza humana existe na mesma grandeza do seriado? Ou tudo se resume apenas a uma série de entretenimento envolvendo mortos-vivos? E eu sei que o propósito de qualquer série, quadrinho, game ou o que seja é primariamente entreter e não dar aulas culturais de elevação intelectual. Mas eu queria apenas pensar se os extremos humanos, vistos em toda série, fazem algum parenteses com a realidade em que vivemos ou não. E aí, vai ficar o final do texto para refletir, e nada mais.


Uma falácia da Realidade é sempre quando se tenta comparar a realidade pessoal com uma realidade maior. E aí, eu falei da fome na coréia e na áfrica e nem fiz quase menção nenhuma sobre outros países, incluindo o Brasil. Como será a realidade dos outros países? Eu vou ficar esperançoso para que você faça a mesma pesquisa que eu fiz e se surpreenda - e se choque - com o que está bem pertinho de todos nós.

Suas Crenças são Mutáveis? → O que você crê é sua realidade.
Interesse Escalável → Uma palavra sobre o egoísmo enrrustido em nós.
Conto: Arca Perdida → Uma poesia sobre continuar ou desistir
O nosso único cúmplice → Em quem nós podemos confiar?
"Infelizmente não há como amaldiçoar a maldição". (Ledark)

sábado, 4 de maio de 2013

Como Copas e Raizes

Um daqueles textos chatos, reflexivos e novamente, chatos. O mais legal é que, outro dia eu reli ele e não tinha entendi o que eu mesmo quis dizer, e aí joguei na lixeira. Hoje voltei, e antes de excluir em definitivo, reli e me re-entendi. Talvez amanhã não entenda mais, mas mesmo assim vou postar, é divertido pensar na minha própria incapacidade de diligência literária.

Apenas uma Metáfora

Jogue uma semente na floresta para que a mesma lhe mostre o segredo da vida. Veja que durante seu longo caminho de crescimento, os caules e as folhas reagem às sombras procurando sempre pelo sol. Elas procuram pelo seu próprio caminho da felicidade.

Como aquela música da Rita Lee: "As folhas sabem procurar pelo sol. E as raízes procurar, procurar." Se você será uma folha ou uma raiz, a decisão será sua; procurar pelo óbvio e abundante, como uma folha procura pela luz, a faz ser bela, útil e importante para todos, embora seja frágil e sua vida mais curta. Por outro lado, são as raízes, que quanto mais avançam em sua necessidade de buscar o alimento e a luz que não existe, mais fortes se tornam. A força delas também torna as folhas mais resistentes, porque a base é a mesma para todos. O mundo é o mesmo para todos.

Em distorções colossais, já diziam que o único modo das folhas subirem e chegarem ao paraíso é desde que as raízes alcancem primeiro o inferno. E aqui, usando isso como uma metáfora, as coisas ganham uma proporção perigosíssima. Não porque você decidiu ser como as raízes, que vai viver longe da luz, apenas se alimentando das trevas, cercado de infelicidade e solidão, enquanto muitas folhas crescem e vivem felizes à suas custas. De modo algum. Agir assim, é comparável a viver em uma escravidão, apenas para sustentar seus superiores. Bom, acho que isso lhe parece familiar, se você, assim como eu, ainda não atingiu uma independência financeira ou estabilidade social para se manter seguro em todos os aspectos. Somos como as raízes, onde muitas vezes jamais verão a luz do dia. A vida nesse caso, se resume apenas a sustentar a copa das árvores que cresce e se multiplica sem fim.

Então, você pode pensar como seria bom ser uma das folhas, não? Alcançar a luz, ver o mundo girar ao seu redor. Observar seus companheiros crescendo ao seu lado, e gritar vivas em um banho de chuva numa tarde quente de verão. É viver podendo brincar, sem se preocupar em caçar o próprio alimento, e aproveitar os eventos que acontecem para viver num mundo colorido. Então, num momento de reflexão você iria considerar que alguém que não vê te sustenta. Jamais iria conhecer que a fonte de seu sustento vem do sofrimento de tantas raízes. Uma benção da ignorância, mas a vida na copa das árvores também não é fácil. Sobreviver das pragas, ver amigos mais novos que você serem devorados por lagartas ao seu lado e não poder fazer nada. Ou pior, aguentar a violência da natureza, sentindo o medo dos raios em uma tempestade, e ter que agradecer para que não chegue na mesma proporção de violência a época da estiagem.

Quem segue uma vida sendo uma raiz sofre tanto quanto quem segue sendo uma das folhas de qualquer árvore. Todos presos em um mundo pelo qual não se conhece a aplicabilidade das leis, nem a hostilidade que mora ao seu lado.

Conclusão

A harmonia do mundo, enfim, é a alegria. Pessoas boas são felizes fazendo o bem, pessoas ruins são felizes fazendo o mal. Mas o mal para eles é o que é bom para nós, e ambos os conceitos não podem ser separados ou comparados, porque, afinal de contas, o que é certo e errado em uma vida cujos erros e acertos não estão em nenhum manual da natureza?

Pessoas buscam a própria felicidade antes da felicidade alheia, e isso não as torna egoístas de modo algum, pois como levar a felicidade para os outros se a si mesmo não é feliz? Eu aprendo isso constantemente de diversas maneiras ao longo do tempo, e hoje em dia eu entendo que para poder ajudar alguém é necessário que ajude a si próprio primeiro. Só assim você estará agindo do modo certo.

Se desejar perder seu tempo, prometo que vou te ajudar com outros links tão inúteis e chatos quanto este.

Qual sua Personalidade? → Reflexão chata sobre a personalidade
Crenças Mutáveis → Reflexão chata sobre o sistema de crenças
Paradoxo da Confiança → Reflexão chata sobre confiança
8 tipos de relações → Reflexão chata sobre amor