sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Retrospectiva Pessoal 2011

Como fiz no ano passado, minha ideia aqui é apenas fazer um resumo de todos os pots que saíram nesse ano, e meio que explicar o motivo que os levou a sair na sequência em que saíram.

Para mim, 2011 começou como todos os outros: cheios de promessas para isso ou para aquilo, que por ventura, algumas tendem a se cumprir e outras a se adiar. E talvez, no final das contas, foram justamente as promessas que eu não tinha feito que aconteceram.

O terreno para encontrar

Sentindo o aperto financeiro e a incerteza da minha saída ou não do trabalho, nada mais justo do que fazer um novo post sobre investimentos. Pois é, mas a situação momentânea não me dava tempo para pensar em qualquer tipo de investimento, simplesmente porque o alavancar de contas antigas e novas para pagar só cabiam em um tipo de reflexão: A Censura Capitalista.

Mas o que se pode fazer? Até tentei viajar no tempo, mesmo que fosse só através do Rpg. Fracassei. Falando em Rpg, até tentei retomar minhas doses de diversão com isso, e naturalmente fracassei de novo. Aí me lembrei do título desse blog e sorri: Pelo menos alguma coisa estava fazendo certo: desiludindo.

O terreno para conquistar

Com minhas revoltas infundadas, declarei guerra. E depois disso, tudo o que aconteceu foi sair um dos piores posts que já escrevi, tentando misturar coisas que não deviam. Gerou-se o vergonhoso texto sobre o paradigma das guerras. E não contente com o fiasco, ainda consegui estender o assunto em mais duas partes. O primeiro falando sobre os motores da guerra, o segundo sobre a desencadeação de uma guerra e o último sobre a Jihad conclusão em si.

Imagine falar sobre guerras, e depois emendar um texto sobre o apocalipse em forma de vírus existentes pelo mundo? Sim, isso era reflexo de algumas desilusões atuais, até porque era justamente nesse momento em que minha transição de emprego acontecia, e eu não era capaz de decidir que tipo de sentimento eu carregava diante de tudo aquilo. Não é atoa que tentei uma explicação para tudo, e que de fato, não expliquei nada. Havia finalmente encarnado o papel de um temível zumbi.

O terreno para adubar

Mas vejamos pelo lado bom, esse temporal começou a passar, e com tanta coisa nova acontecendo na minha vida, eu vi que não iria ter muito tempo para falar de coisas legais no blog, e por isso quis finalizar minha saga sobre A Dança de Salão, já que esse tipo de post não toma muito tempo: apenas vou lá e faço um resumo desinteressante do que aconteceu e pronto. E não é atoa que essa saga foi recorrente e ainda apareceu depois. Se você nem sabe de que raios trata, aproveite para entender tudo numa sequência rápida com todos os posts:

1 - Porque inventei de fazer dança de salão?
2 - Onde eu tô, mesmo? Sei lá, que tal fazer contas sobre razão áurea?
3 - Eu sei porque estou fazendo.
4 - Será que só porque sei o que estou fazendo, é hora de parar?
5 - E enfim, um novo aeon.

Mas é claro que nessa época (lá pelo meio do ano), eu não estava numa overdose de dança e ignorando o mundo ao redor. Muito pelo contrário, eu ainda estava alimentando minhas novas desilusões em vários ramos pessoais. E aí, quando eu olhei para o precipício que vi na minha frente, procurei encontrar uma forma de me motivar a sair daquilo ali. Era só adubar o terreno ou parar de escavá-lo, mas como fazer isso? Eu mesmo me respondi propondo A Corrente da Motivação.

O terreno para plantar

Acho que as doses de motivação alavancaram positivamente o segundo semestre do ano. Até consegui inspiração para escrever um conto chamado Peças do Museu. E falando em inspiração, as estatísticas desse blog medíocre não me deixam mentir: foi justamente nessa época que tive os posts mais lidos clicados do ano. O que obteve recorde de views foi o Lobo Solitário. Não entendi como esse tipo de post, sem conteúdo importante poderia atrair mais visitantes aleatórios. Talvez fosse a imagem postada nele, vai saber.

Mas enfim, então eu joguei as sementes naquele terreno, e fiquei aguardando. Me sentei no chão, olhando para a terra e as mãos sujas. Por ficar sem fazer nada, eu via o ano passando e eu não sabia o que esperar dele. Tantos planos e tantas coisas que planejei e nada acontecia. Estava, novamente, apenas respeitando o título desse blog.

Não conseguia perceber as coisas que aconteciam, e fiquei pensando se tudo não podia estar acontecendo e só eu não ver. Acho que a grande ideia de criar um post falando sobre a enrolação das indiretas partiu daí. Eu não encontrava respostas diretas para nada, então pensei se as respostas não poderiam estar de forma indireta no ar. Na dúvida, considerei que isso tudo é só enrolação. Mas a enrolação é boa, pois ajuda a esperar, refletir, e mais do que isso, procurar entender como funciona a estranha ligação entre a terra e uma semente que não vem com manual sobre como regar da maneira correta.

O terreno para regar

Falando em terra infértil, uma espécie de ataques sequências estavam prestes a me ocorrer. Fiquei tão confuso com a explosão de emoções e ideias bizarras atravessando minha cabeça que cheguei a uma única conclusão: estava louco precisando de ajuda. Com meu silêncio, aprofundei-me mais dentro de mim mesmo, e com isso, tive uma conversa muito séria com meu eu interior. E ele me explicou sobre quem na verdade era meu único cúmplice. A única pessoa em que eu poderia confiar era apenas em mim mesmo, que, era um bibliotecário idiota ingênuo.


Sabe onde tudo isso levou? Hospício. Já que estava ali numa conversa séria com meu bibliotecário, perguntei para ele o que eu poderia fazer. Ele riu da minha cara, e disse que era meu único cúmplice, mas era tão embestado quanto eu. Usei da estratégia e perguntei se tinha algum livro que pudesse me ensinar a como cuidar de um terreno do qual plantei uma semente. Acho que ele não entendeu o que eu quis dizer, pois virou-se e saiu rindo de mim. Apenas disse o que eu já tinha dito antes para mim mesmo: "Esqueça, meu caro. Não há, e nem nunca haverá um manual de instruções para o que procura".

O terreno para cuidar

Olhei para aquele terreno novamente e não via nenhum sinal de nascer uma plantinha dali. Será que eu não estava regando na quantidade certa? Seria um deserto sem oásis? Daí comecei a entrar em desespero, pois e se nascesse alguma coisa dali, como iria evitar que morresse depois? E se pragas naturais invadissem o terreno e devastassem tudo? Naquela época eu não sabia o que fazendeiros e agricultores fariam nessa ocasião. E a resposta era muito mais simples do que todas as minhas especulações: Não se faz nada diante das coisas que ainda não aconteceram. Se milhares de gafanhotos destroem seu cultivo de um ano inteiro, então recomece com mais empenho, procure investir em prevenção ou tecnologias recentes. Corra atrás do prejuízo. Enfim, você pode fazer qualquer coisa que quiser, mas só depois que os gafanhotos destruíssem o terreno cuidado com tanto esmero. Antes disso, um pouco de prevenção é bom, mas nada de paranoia.

Só que naquela época eu não compreendia isso. Ou talvez compreendesse, mas não queria aceitar a demandada dos espíritos zombeteiros. Eu já estava um pouco mais maluco do que de costume, e nessa onda de desespero eu perguntei como resolver todos os problemas da vida. E nessa dose de loucura, propus o mais bizarro de tudo: Salve os insetos, e salvará o mundo.

Como ficou claro, eu não sabia cuidar de nada. Nem de mim mesmo, que quando estava chegando mais próximo do final do ano, me recaí com tantas dúvidas que não sabia mais o que fazer. Seria um problema de crença? Precisarei eu confiar mais nas pessoas ou em mim mesmo? Para isso pensei no que faz as pessoas confiarem uma às outras, e saiu o conto sobre o Paradoxo da Confiança.

Esse paradoxo foi apenas a abertura para mais dois posts que vieram depois, onde o tema praticamente continuava sendo o mesmo. Perguntei a mim mesmo: "Você tem certeza?" e respondi com ambiguidade, olhando para um espelho desfocado à minha frente. O que eu poderia fazer depois disso? E então, com o olhar perdido para o alto, finalmente me decidi: Tudo isso só vai ser resolvido quando eu fizer A Escolha.

O terreno para colher

Olhar para o alto foi a melhor coisa que fiz, simplesmente porque vi algumas nuvens se aproximando, e pressenti que viria a chuva. A chuva trataria de regar o terreno, já que eu não estava fazendo isso direito. Me permiti encenar um sorriso bobo no rosto, e até pensei ter sentido uma gota cair no rosto.

Com o olhar perdido no alto, abri meus braços e me deixei molhar pela chuva que desabou em seguida. Finalmente, abaixei lentamente a cabeça, e qual foi a grande surpresa? Ali, naquela terra que se umidecia, estava finalmente nascendo uma plantinha. A semente que plantei para 2011 não estava morta. Será que o resultado de todo meu karma estava naquele terreno?

Queria comemorar toda a alegria daquela conquista, mas não sabia se devia. A chuva ficara forte... E se chovesse demais, aquela planta ainda frágil em seu nascimento poderia morrer. Eu precisava ter calma. Precisava entender como funcionava o karma da vida.

Que planta seria aquela? Talvez uma árvore tão grande e resistente quanto uma abrassália. Talvez seja só uma planta genérica. Talvez uma Carnivine planta carnívora. Ou então, só uma erva daninha. E esse continua sendo o problema das sementes virem sem manual de instrução. Entrementes, nada impede de ali estar também uma planta medicinal ou somente alguma flor sem graça. Quem sabe não seja uma flor que atraía um jardim para aquele terreno vazio espalhado por planícies sem fim? E vários posts explodiram em sequência de forma alucinada. Uma cachoeira para ritmar toda desilusão que faltou para o ano inteiro.

Desde opiniões contraditórias sobre o tal Movimento Gota de Água, até filmes completos do youtube (Sempre ao seu Lado) com direito a vídeos relacionados e tudo mais. E nessa fase de eloquência absurda, ainda sobrou tempo para mais uma sequência de posts sobre a escalabilidade das coisas, começando pelo interesse, passando pela amizade e tentando entender o amor. O único tema mais clichê de todos que nunca poderá ser completamente compreendido por nenhum coração humano. No máximo praticado e sentido, e só. Foi isso o que eu fiz na minha retrospectiva pessoal: Parei de tentar compreender coisas que não estão aí para serem compreendidas.

Ao mesmo tempo, ignorei a contramão do senso comum que prega a frase: "Apenas viva". Não, de modo algum, apenas viver não é o pensamento que grandes pessoas da humanidade tiveram. Steve Jobs que o diga: Mesmo com os dias de vida contados, ele nunca se limitou a seguir essa crença comum, e certamente, desde seu nascimento ele nunca fez apenas o comum. Ele não "apenas viveu". Ele aproveitou a vida para fazer a diferença que podia fazer. E é nisso que acredito: Se podemos fazer diferença para umas três ou quatro pessoas, então vamos fazer. Se podemos fazer a diferença em nosso local de trabalho, então vamos fazer. Fazer a diferença é a mesma coisa de "apenas viver", mas você viverá com muito mais esmero. Pode ter certeza disso.

Um Novo Terreno

Pois é, a cada ano que se levanta parece que temos diante de nós um novo recomeço para todas as coisas. Pelo menos para mim, após a época do natal passar e todas as devidas reflexões se reforçarem, então o novo ano surge cheio das mesmas promessas replicadas com novas promessas. Novos sonhos e objetivos pelo caminho. Um novo terreno. O que fazer dele é apenas a escolha de cada um, mas espero, sinceramente, que olhar para terrenos anteriores e poder ter aprendido com eles seja o único tipo de irrigação que fertilize essa terra complexa da vida.

Até porque, um novo terreno em 2012 não significa, necessariamente, que o anterior morreu. Apenas não está mais sobre o controle de ninguém, e o que foi plantado lá, pode florescer ou morrer depois, pode até desencadear uma floresta com um novo ecossistema inteiro. Talvez você olhe para trás e enxergue, com certa satisfação, como fez um bom trabalho. E se virar um imenso deserto sem vida? Certamente não faz diferença; alguns desertos podem até virar paisagem para algum dia de férias.

O que passou, não simplesmente passou. Apenas ficou em algum lugar contribuindo de alguma forma para esse exato segundo de agora. E quem sabe, esse segundo de agora não esteja contribuindo para os minutos, dias, meses e anos seguintes? Todos temos direito a um novo terreno. Todos tem uma semente em mãos. E sabe o mais legal disso tudo? É que realmente não é necessário um manual de instruções para plantar a semente que tem; até porque, quem é que lê tais manuais?

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Fim de ano 2011





Vez ou outra eu faço um post mais pessoal aqui. Mentira, vez ou outra eu falo sobre as aulas de dança de salão, o único post mais pessoal que eu acredito fazer com certa recorrência. E, por ser época de natal e recair toda a magia reflexiva do natal sobre as pessoas, acredito que esse post seja um dos mais pessoais que farei aqui, depois  de falar sobre o prézinho, solidão, amor e até mesmo morte. Até mais pessoal que a própria Reprospectiva Pessoal do ano passado. Tudo isso porque é impossível falar sobre o final de ano sem parar por um instante para analisar a própria vida, a vida de todas as pessoas que cruzaram pelo seu caminho e refletir sobre elas por um instante.

Ou seja, seria tão bom se todos pudessem considerar o final de ano como uma época pessoal, para que assim ponderassem mais sobre a vida, e como ela é incrível e fascinante, mesmo quando quer nos confundir e desacreditar.

Desde o final do ano passado e até metade desse ano eu passei por uma experiência bizarra de coincidências macabras, envolvendo um número grande de conhecidos diretos e inderetos que faleceram. Eu entrava no orkut e via pessoas da minha lista de amigos que nem se conheciam, mas levantavam as bandeiras de luto pela perda de alguém. Foi assustador porque era uma sequência de acontecimentos que eu nunca tinha imaginado existir, como se todo mundo fosse morrer naquele ano. Sabe quando explode na mídia o noticiário de um avião que caiu, e nas semanas seguintes parece virar moda cair avião em qualquer lugar? Pois é, algo desse nível.

Ao mesmo tempo, da metade do ano em diante, essa natureza bizarra se inverteu, e casamentos vieram. Até escrevi um post sobre isso, mas que acabei optando por publicar só em 2012, para o caso de novos casamentos acontecerem e eu apurar minhas considerações. E como se não bastasse, também reencontrei amigos que não via há muitos anos, e descobri a passagem do tempo em sua maestria cordial, com mais e mais casamentos que, espero sinceramente, que sejam vindouros.

E aqui estou eu, bem no finalzinho do ano (ou nem tão no final assim) com a oportunidade de analisar os dois semestres dividos entre a vida e a morte, na mais bela encenação do que significa o final de ano para mim. Em especial, o poder mágico do natal é exatamente esse, de poder tocar nosso corpo e alma para que tenhamos mais  auto-conhecimento.

O auto-conhecimento nos permite crescer, e por isso, descobrir a melhor forma para encontrar onde está a tal da felicidade que todos procuram, mas nem todos encontram. E já que a desistência não faz os vencedores, o que mais vale é a luta constante pela procura mais duradoura e incrível que alguém pode fazer. Ok, parei com o monólogo forçado.

Então, vou terminando o texto por aqui. Não farei promessas vazias de que apenas desejo um feliz natal e ano novo à todos; desejo mais auto-conhecimento, pois sem dúvidas, conhecer a si é o caminho mais poderoso que imagino existir para encontrar o pote de ouro no fim do arco-íris. Além do mais, a verdadeira alegria das coisas não está nas coisas, e nem mesmo nas pessoas. Está em si próprio, pois se você se esforça para ter a alegria dos pequenos momentos ao seu redor, certamente espalhará isso adiante. A sua humildade atrairá a humildade alheia, e quando se der conta, estará cercado de pessoas positivas e que te colocarão para cima.

Carpe Diem. É tudo o que desejo para você (se é que alguém lerá isso) em 2012. E tenha certeza que isso vale muito mais do que milhares de votos ofuscados pelo simples "feliz natal e boas festas" que se espalha. Viva os momentos do ano seguinte e, se possível, descubra uma forma para aprender com cada momento. Extraia as coisas boas e as use para saber que está no caminho certo, ao mesmo tempo que mantenha a cautela com tudo o que te entristecer, pois nenhuma lágrima é derramada sem haver um motivo, e todo motivo pode ser compreendido muito mais do que sentido. Quando se chora apenas pelo sentimento, você vai chorar todas as vezes que algum sentimento semelhante lhe atingir. Mas quando você chora entendendo o motivo, aquilo já ficará arquivado na sua estante pessoal, e da próxima vez não caíra no mesmo pranto em vão.

E eu achando que sei de alguma coisa... E eu achando que tenho qualquer moral para levar um conselho sadio à alguém. E eu querendo fazer um post curto... Pois é, eu tinha que fazer alguma coisa para entediar o texto e garantir que ninguém o lê-se.  Tanto que vou ter que finalizar dando um ctrl+c e um ctrl+v do meu último paragráfo do fim de ano passado para finalizar o post:

Você já ouviu que natal é época de solidariedade, certo? Então pratique todo tipo de solidariedade que puder. Presenteie algum desconhecido, sorteie cartinhas de correio para crianças carentes e faça o natal de outra pessoa feliz. Ou talvez, perdoe alguém que lhe magou. Desfaça suas mágoas. Diga um "olá" pessoalmente para quem você geralmente não diz, ou se a distância e o tempo não permitem, telefone. Ou mande um e-mail, deixe um recado personalizado no orkut facebook (nada de selecionar todo mundo e mandar uma mensagem genérica!). Enfim, recorde e reforce que vale a pena sermos humanos nesse mundo com tantos zumbis.

Boas festas. Digo, Carpe Diem.

Se quiser algum post envolvendo mais boas reflexões propícias para o natal, experimento alguns links:


Paradoxo das Escolhas  →  Inclui um vídeo para explicar o porque escolher
Corrente da Motivação → Como conseguir se motivar para qualquer finalidade
Dança de Salão. Oh, não. - Minha saga sobre as danças de salão.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Amor Escalável

Esse post é última parte de uma série de 3 partes, tentando desmistificar toda a desilusão necessária para se entender o algorítimo da amizade. E não obstante, essa terceira parte é sobre os três passos para se estar amando alguém, ao mesmo passo que existem quatro tipos básicos de amor existentes. Se isso parecer muito confuso, tente ver no primeiro post sobre como os seus interesses pessoais agem por trás disso tudo. E aí, caso queira algum tutorial para se fazer um amigo, nada melhor do que ler a parte 2, sobre a amizade escalável. Então, let's go para a parte final.

Considerações...

Preciso só resumir algo citado no meu post anterior sobre a Amizade Escalável:

Você começa conhecendo uma pessoa, e termina a ser o melhor amigo dela. Se houvesse a possibilidade de imaginarmos uma evolução para o que viesse além do melhor amigo, você estaria diante de uma amizade épica. Ou seja, tudo passa por etapas, onde a velocidade de transição entre cada uma delas depende muito de pessoa para pessoa. Envolve muitas variáveis, como suas vontades, seus instintos de se guiar pela razão ou emoção, e até mesmo capacidade de escolha ou a simples sorte do acaso aliar-se ao destino.

De um modo similar, acredito que os romances também possuem algum tipo de conhecimento escalável, mas nem sempre seguem a mesma ordem. Na verdade, talvez existam três tipos de romances (na verdade eu acredito que existam 8 tipos, e depois posto mais dessa teoria), e cada um tem sua própria linha de evolução. Há o amor à primeira vista, que se você tiver sorte, espero que nunca aconteça. Também há o emocional e o racional, brigando entre si para ver quem está certo e quem está errado. E ali, jogando num cantinho meio escondido, fica o idôneo. Aquele que não está sobre influência dos outros, mas também não se importa de ir ao encontro dos outros.

Amor à Primeira Vista

Amar à primeira vista, como já diz o nome, significa que seu corpo e mente está se entregando à uma pessoa para quem o único fator de conhecimento foi visual, ou no máximo, um esbarrão em um metrô que uniu toque, visão, ofato e audição ao "desculpe-me" que embobalhou ambos. Não vou dizer que esse tipo de coisa clichê não acontece, porque a coincidência e o acaso não são coisas que estão aí só por acaso.

Mas quando eu disse que espero que isso nunca te aconteça, não é porque desejo-lhe o mal; geralmente o amor a primeira vista acontece porque toda química presente no cérebro explode naquele momento, mas a racionalidade desaparece. Um casal nessas condições vai viver o mais bem explorado sentido de estar em uma paixão incontrolável, mas toda paixão pode cessar um dia, assim que a razão for tomando seu posto de volta, e a estabilidade comece a notar defeitos e coisas que antes pareciam não existir.

Talvez possa até decidir que existem muitas pessoas de sorte. Talvez amor à primeira vista ocorra de modo duradouro, mas não é isso que todas as estatísticas mostram. Nem estou falando nas separações de casamentos, e sim de separações durante alguma fase de mudanças pela adolescência. Para quem quer refletir mais sobre isso, segue um artigo muito interessante sobre o assunto que vale a pena ser lido falando sobre o Namoro Prematuro e as relações Pré-Matrimoniais.


Amor Emocional

Um tipo de amor belo, romântico, que parece perfeito de longe, quebradiço por dentro e todo confuso por si só. Esse tipo de amor é aquele que está amarrado apenas por laços emocionais, onde o casal dá vazões às emoções que sente o tempo todo. Brincam com a racionalidade, criam jogos e apostas que se tornam muito gratificantes a medida em que são vencidos. Tem uma briga aqui ou ali, vão cair lá e se levantar por aqui novamente. Graças as emoções, o lado racional os puxa de volta e impede que a parte incoerente da mente tome atitudes erradas sem volta.

Não sei como explicar, mas vou tentar colocar um exemplo aqui: O homem oferece um buquê de flores que a mulher acha lindo, e ali lhe retribui um beijo. No instante seguinte, os filhos surgem por um corredor fazendo bagunça e a mãe corre até lá para ordená-los a parar, no mesmo instante em que o pai acaba de atender ao telefone da residência.

É o tipo de casal que não vai racionalizar tão bem as coisas, e seguirá a vida pela emoção do momento. Se um estiver animado e conseguir puxar o outro para o mesmo ânimo, então ambos farão coisas ótimas juntos. Se o outro estiver triste ou chateado com alguma coisa, então as soluções não vão ser consideradas em um primeiro momento, porque a tristeza será rebatida com consolo ou maquiagem da emoção para que ela vá para uma emoção diferente. E ali, revivendo e vivendo entre emoções que se rebatem o tempo todo, a relação continua.

Como eles usam mais o lado da emoção do que da razão diante de todas suas decisões, é natural que cometam muitos erros devido à decisões premeditadas, mas aos mesmo tempo, o mundo os abençoará com a ignorância seletiva, os levando a serem mais felizes enquanto estiverem concentrados em levar a relação adiante. Vai dizer que esse não é o padrão mais comum entre os ditos casais felizes? Pois é, mas se por um lado a ignorância é uma benção, por outro a busca pela sabedoria pode ser uma tragédia. Vou tentar explicar o porquê.


Amor Racional

Dizem que existem as pessoas que vivem sua vida pelas possibilidades que ela apresenta. Ou seja, pessoas que se motivam em continuar vivendo pelo tanto de coisas que querem fazer na vida ainda. E também existem outras que se mantém pela necessidade; pessoas que pensam no que é necessário e assim progridem com a vida. Em ambos os casos, elas tentam racionalizar as coisas que acontecem muito mais do que acontecem.

Dai, pela racionalização do fato, as variáveis que envolvem os porquês de uma relação surgem e se manifestam o tempo todo, de modo a tornar a cumplicidade do casal muito concreta, mas ao mesmo tempo, muito perigosa. E isso acontece porque o cérebro humano é mais passível de falhar quando acredita na sábia consciência de sua escolha.

Não é à toa que esse tipo de coisa é menos frequente do que aparenta; geralmente quem racionaliza demais o amor, vai acabar bloqueando a paixão e tendo mais dificuldades, uma vez que a paixão é a resposta que o cérebro dá para que você se "cegue" e faça as coisas que seu raciocínio faria de modo errado. É como dizer que é errado demais amar uma pessoa, porque se pararmos para pensar, ninguém é perfeito e ninguém pode nos satisfazer integralmente. Daí, qualquer tipo de tempo levando em consideração isso vai criar um amor racional, que busca respostas e, infelizmente as encontra. O bloqueio da paixão acontece, e a mente não mais se mantém cega e por isso; parece existir algum instrumento tocando errado em toda àquela melodia.

Não foi um simples desocupado que inventou aquele bordão do: "mente vazia é a oficina do diabo". Mente vazia significa ficar ali, deixando os pensamentos tomarem voz. Tentar colocá-los como donos de suas ações e principalmente, fazer eles serem os mestres de suas escolhas. Não é possível, e nem fácil, para todos controlarem seus pensamentos, assim como não é fácil controlar emoções e sentimentos. Por isso, amar alguém pode ser simplesmente ter que fazer uma escolha sobre qual lado de sua personalidade deixará falar mais alto nisso tudo. Deixe suas emoções falarem e você cai no Amor Emocional. Deixe os pensamentos por conta e se prende ao Amor Racional. Ou quem sabe, você pode deixar a virtude das escolhas por conta dos sentimentos, e conquistar com isso o que chamarei aqui de Amor Idôneo.


Amor Idôneo

Está aqui um tipo de amor bem difícil de se consolidar. Só para diferenciar as coisas, então temos o amor à primeira vista, que nada mais é do que o amor movido somente pela paixão. Eles são frágeis como cera, e nem sempre serão capazes de algum dia se tornarem peças em um museu.

O outro tipo de amor, é aquele movido pela patente humana da divisão de consciências, onde o casal tem o foco de suas atitudes pela emoção das coisas, ou pela razão das coisas. Talvez haja um equilíbrio perfeito entre ambas as coisas, mas geralmente tenderá a ir mais de um lado para o outro. Porém, caso o equilíbrio aconteça, então parabéns: Cá estamos falando da história das extintas almas gêmeas.

Mas até aqui, queria deixar outro detalhe evidente em qualquer tipo de amor: a reciprocidade da coisa em um sentindo mais amplo. Não estou dizendo que um precisa amar o outro, porque geralmente isso é mais um efeito natural de ação e reação do que ser recíproco. O que quero dizer, é sobre as semelhanças que fazem ambos terem muita coisa em comum. (e não incomum).

Se um gosta de fazer algo e outro não gosta, isso criará um pequeno desgaste emocional, que enquanto houver paixão, será relevado e cicatrizado de modo automático. Mas depois que o efeito analgésico passa, as feridas começam a aparecer, e se persistirem, chegam a sangrar. As semelhanças precisam ser levadas em consideração porque são elas que deixarão tudo mais fácil.

E aí chega o ponto de diferenciação do Amor Idôneo para todos os demais; aqui você segura na mãos dos sentimentos e vai seguindo em frente. Note a diferença entre sentimento e emoção: Uma emoção é algo mais impulsivo, criado pelo momento e se move em uma direção rápida, com objetivos curtos e bem definidos, que logo passam. Agora o sentimento não passa assim tão rápido e tão pouco você o modifica com uma piada ou esperando o dia seguinte chegar. O sentimento é mais forte, é criado depois de todas as suas crenças, análises conscientes e subconscientes te controlarem sem pedir sua opinião.

Por isso, você age através de um sentimento, e pouco importa que o sorriso que mostra é só a fachada das lágrimas que tenta esconder. Esse é o tipo de amor que eu considero ser o mais forte, porque dentre todas nossas vertentes da personalidade, é o sentimento o que é mais poderoso. Ao mesmo tempo, perigoso. Se a sincronia das batidas não for a mesma, então as coisas caminham de modo errado. Talvez cria-se até a ilusão de um amor diferente, que pode ser considerado como Antagônico.

Esse Amor Antagônico seria o completo reverso da alma gêmea. Ou seja, ele aconteceria por suas diferenças fortes e gritantes, e se fortaleceria nas brigas e discussões sem fim que parecem rotina. Existem pessoas que gostam de se sentirem mal, e também existem aqueles que parecem viciados em estar em alguma discussão. Ou seja, o amor realmente parece existir na forma e fôrma certa para todos.

Os Níveis da Escala Romântica

Aqui tudo é muito mais simples e menos complexo do que pode parecer. Tudo começa quando você encontra uma pessoa, e ela desperta algum interesse em você. O interesse pode ser mútuo, ou pode requerer a fase de sedução e conquista. Todos os animais fazem isso, e é por isso que considero a escala romântica muito mais fácil de compreender do que uma escala da amizade, por exemplo. Como qualquer outro animal desse planeta, todos querem sobreviver, e mais do que isso, permitir que a espécie continue. Pelo menos esse é o pensamento comum e genérico de qualquer pessoa que não teve seus conceitos naturais absurdamente abalados pelas discrepâncias do novo milênio.

Pensando no modelo básico de machos escolhendo as fêmeas, procurando a procriação e a proteção da prole até que possam se defender sozinhos, então nem preciso dizer mais nada. Milhares de livros, pesquisadores, vlogueiros e todo tipo de gente já disse e repetiu isso várias vezes. A parte poética por trás disso é apenas o enfeite alegórico diferenciando os animais humanos dos outros animais animais.

Nem quero gerar polêmica com essa história, porque sei como parece ser grosseiro encarar a vida desse jeito mais cru e selvagem. Mas independente disso, e dentro da maquiagem romântica de nossa sociedade, acredito que a escala do romance geralmente acontece seguindo um dos tipos de amores que citei no começo. E como ele é a base por trás de tudo, a fluidez e naturalidade das coisas tem um padrão muito instável. Então, generalizando:

  • Nível 1- Conhecidos
    Note que não existe um nível 0 aqui, como existia com o caso da amizade escalável. Um romance pode começar entre um completo desconhecido e até com um amigo, mas o processo de conhecimento aqui tem um foco diferente. A busca de interesses é na verdade uma avaliação de todos os valores profundos de uma pessoa que podem ser exatamente os que você procurou encontrar, e aí, o primeiro nível do relacionamento acontece quando a comprovação de cada um pelos valores acontece. Se encontrá-los, parabéns. O nível dois será alcançado.

  • Nível 2- Namoro
    Como pulamos alguns níveis de amizade durante a fase de conhecimento alheio, o segundo nível é uma mescla entre a amizade e o que vou chamar aqui de amor paixonista, para diferenciar do tradicional amor fraterno pelo próximo. Note que a paixão já começa no Nível 1, e quando se evolui para o namoro, você apenas está assumindo que aquilo merece receber uma atenção maior. E seu investimento reforça a paixão que havia antes, mas adiciona os elementos do amor de casal na história. E como eu já disse lá no início do post, o namoro vai trazer para você um dos tipos de amor que pode ou não ser o mesmo vindo pelo outro. Pode ser emocional, racional ou idôneo. São apenas esses três tipos que se iniciam nessa fase, e se por um acaso foi outro que aconteceu antes, então talvez o amor a primeira vista seja seu caso. O único detalhe importante é que estou falando de amor, e não da paixão. A paixão é lógico que já aconteceu no Nível 1, mas é só no Nível 2 que o tipo de amor existente é revelado.

  • Nível 3- Casal
    Durante o namoro, é óbvio que haverá uma definição sobre o andamento das coisas. A convivência fará com que ambos percebam quais os defeitos mais incomodam e quais são as qualidades que não puderam ver antes. A paixão vai se tornando menos cega, e a razão permite que se descubra se vale a pena seguir as diferenças que foram vistas, ignorá-las, tentar mudá-las ou simplesmente optar pela mudança das regras do jogo.

    Pessoas que possuem muito medo e insegurança vão ser as primeiras a cair num poço escuro e profundo, querendo matar Deus e o mundo pelas próprias desilusões que não sabe como reinvidicar. Afinal, quando a paixão perde parte de sua "cegueira", então mesmo que o presente seja ruim e desgastante, muitos se submeterão à viver pelo sofrimento do que aceitar que um dia já estiveram cegos, e que foi apenas a cegueira do momento que os tornava felizes.

    Um casal só se torna um casal quando ele é capaz de compreender que a sua realidade não é mais apenas sua. Assim, quando a vida parece estar mesclada, o casamento sela a união que já estava certa antes desse passo. Já ouvi gente dizendo que não estava assim tão feliz, mas que apostou no casamento como uma chance para mudar a vida e encontrar a felicidade. Mas se não havia felicidade antes, então porque raios ela existiria depois?

    Às vezes, minha mãe diz: "filho, não importa as consequências, apenas se case pelo menos uma vez na vida, desejando que seja apenas uma única vez. Se não for, ao menos você terá essa experiência para levar na sua bagagem. Ninguém fica para semente, meu filho, ninguém...". E quando penso no possível sofrimento do fim, o tempo ri da minha cara, e é implacável: "sofrimento é pensar demais e algum dia perceber que viveu de menos. Aí sim verá o que é sofrimento". Infelzimente, já vi isso acontecer com outras pessoas, e sei a que fim levaram. Ou seja, independente do casamento, o nível 3 é a chave necessária para que uma nova história se abra.
E assim a história se fecha. Para alguns pode existir o Nível 4, que é quando ocorre alguma separação e um recomeço é iniciado. Vão se separar por algum motivo, e mesmo que ninguém se mate por isso, ainda assim vai ser uma história triste. Aposto como você também deve conhecer pessoas que depois de vários anos em um casamento aparentemente feliz, se separam. Ou então casais tristes que se mantem presos porque tem filhos e não aceitam a idéia de que um dia poderiam ter se apaixonado. Enfim, existem casos e mais casos, e geralmente em todos eles, há uma falha que difícilmente é notada logo no início das coisas: A primeira vez que você releva um defeito de uma pessoa mas não o aceita, está se enganando. Pronto, ninguém quer ser enganado, e se a mudança planejada em seus sonhos ilusórios não ocorrer, então a história do fim já estava escrita muito antes de começar. Só você não viu. Só o casal não viu. Outros mais atentos viriam se assim fosse permitido romper a verdadeira sinceridade que só movimenta as fofocas longe de nossos ouvidos.

Conclusão

Todo tipo de amor pode ser moldado. Isso porque amar uma pessoa (no sentido de casal) é, como já disse em algum outro post perdido por aqui, transportar a realidade de alguém para dentro da sua realidade, e vice versa. Quanto mais semelhanças, mais fácil isso acontece. Note que se você transfere uma realidade que, por algum motivo, vai contra alguma crença ou experiência vivida pelo subconsciente, então aquilo é uma ferida eterna, mesmo que nem se de conta disso.

Talvez o outro lado não esteja disposto a transferir a sua realidade, e aí, as feridas não são incorporadas lá, mas ficam como facas na cintura para serem atacadas em um momento de insanidade. Vou tentar um exemplo:

Vamos supor que você adora móveis de madeira. E aí, conhece alguém que detesta móveis de madeira, mas adora coisas metálicas, as mesmas que você repugna. Se o casal sempre esteve apaixonado e se ama verdadeiramente, é porque cada um faz parte do outro e a realidade dos dois se tornou uma só. Eles abrirão a porta da casa deles e você verá uma estante de madeira em completa harmonia com uma mesa de centro feita de um metal bem imponente. Quem olha aquilo pela primeira vez, diz que a casa deles é linda, mas ninguém nunca imagina que só foram deparar com esse detalhe de gostos contraditórios durante a montagem do novo lar para morar. E que bom que haviam transferido a realidade de um para o outro, por isso aceitaram de bom grado e a nova idéia de que a casa ficou mais bonita daquele jeito pareceu realmente fantástica.

Cada um, usando todas as experiências de vida, tem seus motivos (mesmo que não saiba) do porque adoram algo e detestam outra coisa. E então nesse exemplo, um dos dois poderá ceder e então, vamos supor que você seja essa pessoa, e resolve deixar apenas coisas metálicas te agredirem pelo bem maior que seria o casal. Aquilo ali, querendo ou não, deixaria uma ferida em você, cujo tamanho e dor só dependem do grau de importância dessa submissão de gostos. E não importaria o quanto lhe dissessem que a sua casa era a mais bonita de todas. Seus olhos estariam completamente cegos pelo egoísmo de não aceitar novas idéias de mesclarem com as que já possuí.

É como se você quisesse forçar que a realidade alheia fizesse parte da sua, mas seu subconsicente, que é seu único e imutável cúmplice, não consegue concordar, pelo simples fato de que existem muitas experiências insconscientes que o fazem achar móveis de metal ruins.

Um dia é uma ferida, mas no outro, pode ser mais uma. E com o tempo, muitas feridas podem começar a doer ou sangrar, deixando cicatrizes na alma que talvez nunca cheguem a cicatrizar, nem mesmo com o mais poderoso dos remédios, que é o tempo. Ou seja, se a aceitação da idéia alheia não puder ser verdadeira, então tenha em mente que aquilo está contra você. E isso jamais terá volta.

A solução que eu propus aqui foi simples. Ou seja, bastaria dividir os móveis, e equipar com metade do que você gosta e odeia, assim como o outro equipar com metade que gosta e odeia. Parece o certo, mas também é completamente errado. Consegue perceber o erro disso? Ambos dividiram a ferida, pois nenhum dos dois conseguiu incorporar uma nova realidade para si. E então, ambos saem perdendo. Obviamente perdem menos do que perderiam se um dos lados abaixasse a cabeça e ignorasse a voz interior. Claro que talvez a divisão dos móveis cause o efeito inverso disso, e ambos realmente passem a gostar da idéia, com eu propus que aconteceria em uma relação perfeita.

Mas e se um dia houver uma discussão, sabe quais serão os argumentos de briga que reprovarão toda história de amor construída até ali? Pois é, a culpa de que os móveis são de madeira ou de metal. E isso acontece por um motivo muito claro: Ninguém critica ou briga com a própria realidade, por isso, se aquilo fosse algo que a outra pessoa tivesse aceitado do fundo do coração, não iria ter como brigar por aquilo. Seria a mesma realidade... Então como você brigaria consigo mesmo?

Está aí mais uma explicação do porque casais brigam. Eles são casais no sentido poético, mas só. São apenas duas pessoas tentando compartilhar uma vida que não pertence a eles. Quanto tempo será que algo assim irá durar? Eu não tenho nenhuma bola de cristal, mas prevejo a resposta com muita naturalidade. Ah, claro, sei que você também prevê essa resposta. Otimistas vão dizer que viverão felizes para sempre, pessimistas dirão que viverão felizes enquanto durar, e realistas vão simplesmente afirmar: "Sei lá".



Com isso eu fecho essa tríade sobre as três coisas escaláveis que mais serão grandiosas na vida:

Parte 1: Interesse Escalável → 3 interesses primordiais
Parte 2: Amizade Escalável → 7 passos para se ter um amigo
Parte 3: Amor Escalável → 3 etapas para notar um dos 4 tipos de amor

Se quiser algum post diferente desse tema batido envolvendo reflexões de amor e amizade, experimente um dos posts menos reflexivos:

A Gota  →  Uma animação que fiz com a história de uma gota
Peças do Museu → Um conto diferindo o amor e paixão
Dança de Salão. Oh, não. - Minha saga sobre as danças de salão.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Amizade Escalável

Esse post é a parte 2 de uma série de 3 partes, tentando desmistificar toda a desilusão necessária para se entender o algorítimo da amizade. E não obstante, essa segunda parte é sobre os sete passos para se evoluir uma amizade; no outro texto anterior eu já falei bastante sobre o porque você é apenas um egoísta e interesseiro nesse assunto; e por fim, na última parte, é a vez de considerar como seria a lógica do amor e os romances que, muita gente diz que todo amor é construído com amizade, e muita gente insiste que não se pode confundir amor e amizade. Então, let's go para a parte 2.

Contextualizando...

Antigamente, quando eu queria adicionar alguém no msn, eu clicava no botão: Adicionar contato. E depois que começou a história do orkut com "adicionar amigo", parece que o conceito já deturpado sobre a amizade acabou indo para o limbo de vez. Ninguém tem mais de 150 amigos, não importa o que a sua página do Facebook diga. É cientificamente impossívelfilosóficamente inaceitável.

Ou seja, amigos são poucos. São raros.

Existem pessoas que não dão o devido valor para a amizade, simplesmente porque o processo de aquisição é rápido e frenético. Já dizia Pedro Bial: "amigos vão e vem". E é claro que ter alguns que te acompanharão para o resto da vida muitas vezes é utópico demais. Não raramente se vê os asilos cheios de velhinhos que pareceram ter perdido a identidade ao serem abandonados por todos, até pela própria família. Na minha rua onde moro tem dois asilos, e até hoje nunca vi visitas de ninguém por lá. Exceto agora no final de ano, que vez ou outra parece que tem alguém meio triste na porta de um dos asilos.

O conceito de amizade escalável, que propus aqui, é tentar criar uma definição whatever superficial de todas as etapas que envolvem uma pessoa perdida na terra até ao ápice da amizade. Dessa forma, a escala que leva duas ou mais pessoas de mundos diferentes a ter a amizade mais verdadeira do mundo depende de 7 níveis.

Vou desconsiderar para esses casos, os romances, que geralmente possuem uma regra própria, ou na maioria das vezes, bem diferente dessa. Deixo esse texto para um futuro post.

Nível 0 - Desconhecidos

Não há muito o que dizer. Uma pessoa aleatória da china, se sorteada agora nesse momento e colocada diante de você, provavelmente será um desconhecido. E o desconhecido é exatamente como alguém que fala outra língua ou mora em outro mundo, simplesmente porque é impossível assimilar a existência de todas as pessoas que vê.
O primeiro passo para iniciar uma amizade é através da comunicação, onde o fato de que ambos utilizem a mesma linguagem seja muito importante.

Nível 1 - Conhecidos

Se tentássemos levar tudo pelo sentido literal, então o primeiro nível em uma amizade seria qualquer tipo de coisa, menos conhecidos. Já tentei me afirmar aqui, aqui e aqui o como é impossível da gente conhecer a si próprio, devido a tal complexidade que temos. Imagine então você dizer que conhece uma outra pessoa. É impossível, ao menos que estejamos sendo superficiais e dizendo que conhecemos apenas algum ponto dessa pessoa.

O critério aqui é muito importante, porque como você pode dizer que conheceu uma pessoa nova a partir do momento em que a cumprimentou ou trocaram alguma conversa em cinco minutos? Isso seria o suficiente para se dizer que conheceu alguém, quando na verdade você quis dizer: "eu conheci sua aparência, seu nome e que ela prefere mais mpb do que blues".

Você conversa com uma pessoa pela internet que nunca a viu pessoalmente. Se questionado sobre conhecer essa pessoa, é mais fácil responder assim: "Ah, eu conheço Fulano, ele é de uma comunidade do Orkut Fórum...".

Não importa o que digam, mas para mim, vou tentar colocar aqui que conhecer alguém significa obter as informações básicas mais importantes dela. Se você adora paraquedismo e vai em um evento de paraquedistas, então talvez descobrir o nome de alguém lá já seja mais da metade do caminho para ter realmente conhecido alguém. Vou ser um pouco babaca aqui e definir que fora desses encontros focados, para conhecer alguém diferente você só precisaria de três informações sobre ela: nome, ocupação atual e algum tipo de detalhe em comum que justifique sua memória a querer guardar aquelas informações. Acontecido isso, a experiência acumulada promove o relacionamento para o Nível 2 automaticamente.

Nível 2 - Contato

O contato é uma pessoa que você conheceu e que, por algum motivo, ocorreu a tentativa de tentar uma nova comunicação posterior. Se durante a primeira conversa você sentiu a necessidade de que aquela conversa poderia ser continuada depois, então tudo o que acontece é uma espera pela reciprocidade da coisa. Se a conversa ocorrer novamente e novamente, então parabéns o nível 2 acaba de ser oficializado.

Mas sabe o que acontece aqui? O contato serve para que você continue uma conversa com essa pessoa. Ou seja, apenas uma conversa, ou aquele tipo de conversa. Vamos supor que você foi há uma festa e conheceu a pessoa que fez toda a decoração do local. Enquanto estiver no Nível 2, então significa que seu interesse por aquela pessoa será apenas falar sobre o assunto recorrente durante a fase de se conhecer, que qualifica essa pessoa como a adequada para falar sobre esse tipo de assunto. Talvez o contato mantenha você afiado em lidar com dois ou três assuntos diferentes, e por isso, a experiência acumulada nesse nível varia de acordo com a quantidade de assuntos que podem ser debatidos naturalmente.

Nível 3 - Colega/Parceiro

Uma pessoa é promovida à ser um colega (ou parceiro) a partir do momento em que o interesse de manter contato ganha uma cumplicidade. Se durante o Contato você mantém apenas uns dois ou três tipos de conversa com alguém, então vamos estabelecer que a transição para se ter um colega transcorre até que essas três ou mais conversas sobre outros assuntos ocorram com mais frequência, mas em tempos diferentes.

O tempo é um fator importante aqui, porque um colega é aquele tipo de pessoa que você poderá contar para fazer um certo tipo de coisa, mas se essa coisa não é feita, então o colega é colocado de lado na estante. Ou seja, a partir do momento em que você tem pessoas que se encaixam dentro de uma estante, rotuladas pelo seu único interesse atual para com elas, então ali há um colega.

Colegas de trabalho, de escola, de faculdade... enfim, são todas pessoas com que você possui contato, mas que os assuntos mantidos com ela são limitados ao máximo que a cumplicidade permite. Fazer um trabalho em equipe, uma parceria empresarial e coisas do tipo vão manter as pessoas em um contato mais frequente, e por isso elas chegam nesse nível. Graças ao tempo de convívio.

Nível 4 - Amigo Limiar

Existe um ponto de transição muito tênue, mas perceptível, entre aquele que você diz que é amigo, e aquele outro que você diz que é amigo, mas sabe que é muito mais amigo que o outro amigo.

Já falaram sobre aquela velha teoria de que todas as pessoas são apenas colegas, até que um dia façam alguma coisa divertida por aí. Eu considero que você tem um certo nível de cumplicidade entre aqueles que são colegas, mas, de certa forma quando você começa a aprofundar o nível dessa cumplicidade, então você está ganhando experiência e evoluindo aquele estágio da amizade.

Eis que em certo ponto, um simples Happy Hour passa a fazer muito mais do que deixar você rir e se divertir naquele momento. É como ganhar a liberdade de expor mais seus pensamentos, de pedir uma ajuda ou abusar um pouco mais da boa vontade de alguém. Por isso que considero esse ponto de transição como o Amigo Limiar. Porque é aqui que existe o ponto chave que vai levar ambos a prosseguirem ou recuarem naturalmente.

Aumentam as conversas, cria-se mais afinidade e pronto. Se esse estágio passou, agora sim você tem um amigo. Pronto facebook, orkut e redes sociais. Escalação concluída com sucesso.

Nível 5 - Amigo

Uma diferença notável entre um Amigo e um Amigo Limiar, é que você é capaz de ficar sozinho com esse amigo e ainda assim parecer tudo natural. Se você tem pessoas que considera amigos, mas nunca esteve sozinho com elas, unidos por qualquer que seja o motivo, então sinto muito: Ali tratava-se de um Amigo Limiar.

São os amigos que saem com você, estão com você, mas que se isolados, não perdem o equilíbrio. Às vezes pode haver um grupo de pessoas que sempre estão ali, em qualquer balada noturna, mas tudo o que suas vidas se resumem são à essas baladas. Se por algum motivo esses são os amigos de balada, então o fato de rotulá-los já significa algo claro: Eles estão no limiar. É o tipo de pessoa que você poderá dizer que jamais esquecerá, mas que, infelizmente poderá esquecer muito mais fácil do que imagina.

E aqui, nesse nível as coisas estagnam para muitas pessoas. Algumas tem mais habilidades sociais, e certamente esse nível chegará aqui muito mais rapidamente. Outras também tem essas habilidades, mas não possuem tanta confiança alheia, e por isso nunca se quer chegam nesse estágio, mesmo quando acreditam fielmente estarem aqui. Outras pessoas, por outro lado, são anti-sociais e ainda assim conseguem chegar até esse ponto. E acho que consigo entender a lógica disso tudo.

Quanto menos amigos você tem, mais valor é capaz de dar a eles, e mais se esforçará em juntar toda a experiência acumulada em sua vida para avançar os níveis de amizade. Afinal de contas, para quem tem uma cesta cheia de ovos, não faz diferença que um se quebre. Mas para quem tem poucos, basta um se quebrar para que o terror pareça insuportável. Nessa analogia barata, será que valeria a pena ter uma cesta cheia ou vazia?

Nas regras voltadas ao mundo capitalista, se pegarmos o exemplo do dinheiro, então vemos que especialistas dizem que é loucura quem faz investimentos sem diversificá-los. Uma certa cheia de opções é sempre melhor do que uma mais vazia. Mas e quanto ao todo conjunto de amigos? Será que a mesma regra se aplica? Acredito que não. Ao mesmo tempo, acredito que você poderá ter uma cesta cheia de ovos, mas evidentemente cuidará mais de uns do que outros. Os melhores, você seleciona e investe mais. Os outros, você apenas mantém. E aí, o que temos? Novamente seu foco de experiência vai evoluir as escolhas que fez para mais um nível.

Nível 6 - Melhor Amigo

A fase mais difícil de todas, eu imagino, porque envolve uma transição muito lenta advinda do Nível 5. Novamente, esse ponto pode ser relativo de pessoa para pessoa, porque quem tem facilidade em desenvolver uma amizade, certamente consegue alcançar esse estágio de um modo muito mais rápido e natural do que se pode imaginar a princípio.

O estágio de melhor amigo acontece quando você quebra algum tabu importante para você, ao mesmo tempo em que já parecia claro que não havia tabus entre ambos. Ou seja, é a descoberta de algo que não poderia imaginar existir ali. Por exemplo, algum problema que tem quem ser enfretado, e a solução mais incrível de todas vem de uma pessoa. Aí esse melhor amigo também quebrará algum tabu importante para ele, e ambos conseguem um efeito semelhante ao que já tentei descrever no Paradoxo da Confiança.

Você pode confiar em um Amigo, e até mesmo em um Amigo Limiar, mas  no Melhor Amigo, você não precisa confiar, simplesmente porque é algo automático; você confia naturalmente, de modo inconsciente, e seria capaz de fazer qualquer coisa para que aquilo perdure. Certamente irá perdurar.

Talvez, como pode parecer, o Melhor Amigo pode ser comparado a um tipo de devotação de amor sem cunho sexual. Quem sabe o segredo de tantas FriendZones não seja algo parecido com isso? Um relacionamento que chega até aqui morre quando os tabus são quebrados, porque o amor existe em toda sua força, mas de modo mais fraternal, como entre pais e filhos. É como se escolhesse o irmão que se quis ter e não se teve. É como se sentisse que é só disso que se precisa e nada mais.

E aqui acaba a história. O máximo que uma amizade chega é até o nível 6. Mas se a experiência continua fluindo, pode chegar um ponto em que acontece algo parecido com o do rompimento da barreira do som: A explosão de tudo ficando no vácuo, e descobrindo que sua realidade na verdade, acaba de ser modificada.

Nível 7 - Épic Level

Aqui, chegamos na Matrix. Quero dizer, aqui aqueles que são os melhores amigos conseguem uma proeza rara e pouco vista.
Seria algo do tipo que Tolkien propôs com Frodo e Sam em O Senhor dos Anéis. Os mais maliciosos podem ter a visão deturpada do que é uma amizade épica e confundir as coisas. Isso porque aqui você estaria disposto a cometer muito mais sacrifícios do que cometeria por si mesmo em troca de que aquilo perdure. E sabe por quê isso acontece? Ficção. Transição de realidades.

Você conseguiu colocar a vida de outra pessoa dentro da sua realidade, de modo tão perfeito quanto aquele que tem em seus laços familiares mais fortes. Não é a toa que muitos confundirão isso como um amor de casal, além do mais se for entre um homem e uma mulher. Normalmente a realidade de um cidadão, só pertence ao outro quando há entrega por completo.

Novamente vou ter que voltar ao Senhor dos Anéis. Tolkien descreveu um tipo de amizade utópica, porque ambos não viveriam um sem o outro. E tirando as malícias evidentes, é óbvio que se Frodo e Sam fossem de sexos diferentes (e considerando serem héteros), então Sam não estaria atrás de uma Rosinha para ele. Estaria junto de Frodo formando um casal muito unido. Ou seja, amizades em Épic Level são raras e talvez estejam só ali na ficção. E mesmo essa ficção já se torna difícil de ser analisada nos dias de hoje, porque infelizmente, nosso mundo não consegue ver a pureza e a inocência dos sentimentos sem encontrar maneiras pejorativas de encaixá-los.

Em um mundo que vê a maldade em tudo, onde a mente é deturpada por idéias que se distorcem na velocidade da luz, é muito claro pra mim que toda pessoa desconhecida evoluirá ao no máximo à um grande amigo. Ou talvez isso nunca aconteça, e tudo o que as ilusões transcorrentes ao redor o farão enxergar, é um conhecido que você considera ser um amigo. Alguem ali no limiar, que não carece de total confiança, ganhando total confiança e sendo promovido à amizade. É como estar em um nível menor do que se está na realidade. Por isso que comecei a contar do nível 0 ao 7, e não do 1 ao 8.

Muitos só sabem o que isso significa dentro da fantasia. Por favor, eu quero meu melhor amigo imaginário de volta. Até ele sumiu depois que entrei na adolescência. Nem ele acreditou nessa história de Épic Level.


Conclusão


Seguir um algorítimo bastardo para qualificar uma amizade não é algo sadio para ninguém. Simplesmente sabemos quem é especial e quem não é, e simplesmente elegemos nossos amigos e ponto final. Todo o resto das conclusões é ineficaz.

Então, você pode se perguntar, e com toda razão: Por que fazer um post tentando classificar um tipo de coisa abstrata como a amizade em um patamar escalável? A não ser que eu não tenha planos de me tornar um programador do jogo The Sims, realmente esse tipo de conceito parece completamente inútil. E aqui entra meu ponto: Quem disse que não quero programar nenhum jogo do tipo The Sims? Confesso que já até arrisquei duas tentativas fracassadas, uma sendo uma imitação barata daqueles tamagoshis, e outro sendo um simulador de texto baseado no incrível Real Lives.

Enquanto nenhum tipo de programação flui, o conceito para quem gosta de pensar no assunto pode ser refletido. Você seria capaz de aplicar um nível de amizade para as pessoas que conhece? Você realmente conhece quem te conhece? Pois é, como dizia Albert Eintein: "a imaginação é mais importante que o conhecimento". Por isso somos livres para imaginar, e pouco me importa saber a causa abstrata do sentimento, desde que eu possa ter uma forma de colocá-lo em pauta na minha imaginação.


A última parte dessa série é sobre o Amor Escalável, onde proponho e mais algumas ideologias absurdas a possibilidade de também deixar a imaginação criar uma escala simplista que levaria as pessoas a formarem um casal que viveria feliz para sempre. Pois é, eu estou treinando minha imaginação para algum dia escrever minha própria história de conto de fadas e ver se consigo desiludir algumas crianças no futuro. Muahaha >D

Se você achou tudo bizarro, não se desespere: O espaço para comentários esta aí, e caso o texto não te agrade, experimente outros mais  coesos como aquele post sobre falando sobre o karma (que até tem um vídeozinho para quem desprecia a leitura). Ou então dê uma volta para entender como funciona a censura capitalista e até mesmo embarque em conspirações fracas e deprimentes sobre a wikileaks.

E para acompanhar essa tríade sobre as três coisas escaláveis que mais serão grandiosas na vida, seguem os links:


Parte 1: Interesse Escalável → 3 interesses primordiais
Parte 2: Amizade Escalável → 7 passos para se ter um amigo
Parte 3: Amor Escalável → 3 etapas para notar um dos 4 tipos de amor


Veja outros textos que poderiam ser relacionados com amizade (ou não):

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Interesse Escalável

Esse post é a parte 1 de uma série de 3 partes, tentando desmistificar toda a desilusão necessária para se entender o algorítimo da amizade. E não obstante, essa primeira parte é sobre o lado interesseiro das amizades; na segunda parte proponho os 7 passos para tornar alguém desconhecido em um melhor amigo. E na última parte, é a vez de considerar como seria a lógica do amor e os romances que, muita gente diz que todo amor é construído com amizade, e muita gente insiste que não se pode confundir amor e amizade. Então, let's go para a parte 1.

Porque propus esse post?

Notei, em um sobressalto, que nunca fiz aquele post que tem em todo tipo de blog pessoal. Ou seja, um texto falando sobre desabafos amigos. E aí, olhando a própria sequência dos posts mais científicos como apocalípse viral ou insetos heróicos, eu compreendi que nunca falei sobre a amizade por de fato não compreendê-la. E antes que passe já passando a impressão de um ser anti-social, preciso esclarecer os motivos disso: em um dia você pode estar rodeado de amigos, e em outro, não ter mais nenhum. Porque eles se vão se você não se foi? Como pode a amizade ser passageira se, por definição, ela seria aquilo necessário para preencher o espaço de uma forte condição humana?

Então, minha discussão aqui é tentar refletir o porquê isso pode acontecer. Por que esse vai e vem de pessoas em um mundo que, inevitavelmente, somos todos atados ao fluxo de nascer e morrer, compadecendo da solidão que se encarregará de ocupar todas as lagunas que faltam quando deixamos de ter pessoas por perto?

O corpo do Interesse

Com um pouquinho de preguiça de pensar, resolvi pegar um pedaço de uma definição interessante dada por Aristóteles:

"Aqueles que têm Amizade desejam o bem do amigo de acordo com o motivo da sua amizade; desse modo, aqueles cujo motivo é a utilidade não têm Amizade realmente um pelo outro, mas apenas na medida em que recebem um bem do outro.

Aqueles cujo motivo é o prazer estão em caso semelhante: isto é, têm Amizade por pessoas de fácil graciosidade, não em virtude de seu caráter, mas porque elas lhes são agradáveis.

Assim, aqueles cujo motivo da Amizade é a utilidade amam seus amigos pelo que é bom para si mesmo; aqueles cujo motivo é o prazer o fazem pelo que é prazeroso a si mesmo; ou seja, não em função daquilo que a pessoa estimada é, mas na medida em que ela é útil ou agradável. Essas Amizades são, portanto circunstanciais: pois que o objetivo não é amado por ser a pessoa que é, mas pelo que fornece de vantagem ou prazer, conforme o caso. "

Ou seja, nesse planeta rodeado de pessoas, quantas serão aquelas que nos cercam em busca de nossa utilidade ou prazer? Se, para esses casos não poderia ser considerado a amizade, então o que seriam essas pessoas? Inimigas? Também não.... Ou seja, mesmo que alguém diga que o único interesse de sua amizade seja somente essa, ainda assim há um interesse. O interesse que move à todos, talvez. E, quanto mais egoísmo existir em alguém, mais interesseira ela será, e aí temos a carta de caos posta na mesa: a amizade verdadeira é tão questionável quanto a falsa amizade, uma vez que ambas são sustentadas com um interesse por trás de suas intenções. A única variável da questão, é somente esse: Qual o tipo de interesse?

1 - O Primeiro Interesse

Não obstante, talvez exista um egoísmo natural sendo exalado por cada um de nós, uma vez que a necessidade de sobreviver é sempre primordial. E a sobrevivência de si próprio vem em primeiro lugar do que a sobrevivência de outra pessoa, simplesmente porque esse é o maior e mais profundo interesse de qualquer indivíduo. Mas não sejamos tolos em afirmar que isso caracterizaria alguém como egoísta, porque podemos pensar o seguinte: "Eu preciso sobreviver para que possa ajudar outros, quando outros também precisarem sobreviver". Então até aqui, tudo perfeito. Nada de idéias suicidas, porque afinal de contas, mesmo a criatura que se sente a mais desprezível do mundo poderá encontrar motivação suficiente para se manter viva caso se predestine a reunir suas forças para ajudar outras pessoas.

Você mal nasce e já está chorando, clamando por ajuda de seus progenitores para que lhe protejam e ensinem a ficar de pé no mundo. Suas feições indefesas, olhos grandes e sorriso inocente ajudam a criar um laço com sua família, e tudo o que você faz, mesmo sem ter a menor consciência disso, é simplesmente sobreviver. "Bebê que não chora, não mama". E é isso. Viva primeiro, questione depois. Por isso, agora que você já está vivo, então podemos questionar qual seria o segundo maior interesse do ser humano.

2 - O Segundo Interesse

Se colocarmos um ponto de vista humilde nessa história e aceitarmos o fato de que não passamos de meros animais com a capacidade de pensar e fazer besteira, então fica fácil determinar o segundo interesse que temos após termos garantias de que vamos sobreviver: Socialização.

Ou seja, é aqui que começamos a poder colocar a parte interesseira das pessoas em foco, ao analisar todo o conjunto das amizades que se formam ao seu redor. Pegue um cachorro de rua e considere o quão fraco ele se torna quando está sozinho, vagando pelo desconhecido e sendo levado pelo destino. Mas  basta ele encontrar outros cães de rua para se tornar mais forte, pois é sempre em uma tribo ou clã que todos ganham mais força para manter o interesse primário da sobrevivência. Ou seja, é necessário socializar porque só assim que uma mão lavará a outra.

Para ficar claro, existe uma diferença gritante entre socializar e ter amigos. Você pode cumprir seu papel de socialização contando piadas e alegrando pessoas aleatórias em uma viagem de ônibus. Pode se vestir de palhaço e alegrar transeuntes na rua num dia ensolarado de domingo. Você pode juntar seus colegas de trabalho para um happy hour no fim da tarde, e ainda assim, continuar sendo alguém sem ninguém. Amigos estão num patamar acima da simples socialização, e é por isso que, por sorte, não podemos ser considerados egoístas só pelo fato de queremos algo das pessoas com que encontramos pela vida.

3 - O Terceiro Interesse

Finalmente chegou ao ponto que eu queria, que era voltar a reflexão lá do Aristóteles: O Terceiro Interesse, tão parecido quanto o primeiro, é pessoal. A partir do momento que você socializa e se entende como alguém no mundo, você será bombardeado por idéias e conceitos do que é certo e errado, e isso fará com que o terceiro interesse seja diferente para cada um. Só que eu quero simplificar as coisas, e por isso, vou denominar um interesse comum independente de quem seja: O Tempo.

Como assim? Que maluquice é essa? Eu não me interesso pelo tempo! Então lá vamos nós: responda-me qual seu maior interesse pessoal, e facilmente descobrirá que ele não é o mesmo que tinha à 10 anos atrás, e nem será o mesmo no futuro. Seu interesse atual pode ser conseguir um trabalho na área em que estuda na faculdade, por isso vai querer se cercar de amigos da mesma profissão. Seu interesse pode ser financeiro porque o desespero dos juros sobre seus cartões de créditos está lhe tirando o sono todas as noites. Talvez seja algum interesse por encontrar uma paixão dos contos de fadas e até mesmo planejar uma viagem difícil. Todos os interesses pessoais são baseados em uma necessidade do momento, que envolvem o tempo atual.

Tudo bem, você poderia dizer que seu terceiro interesse é imutável, pois tudo o que você quer nessa vida é ser feliz. Daí vamos entrar em uma outra discussão, que é o fato de que ninguém de fato quer ser feliz o tempo todo, como se fosse uma marionete com a expressão pintada em um rosto de madeira. Não. Você pode querer ser feliz a maior parte do tempo, mas não quer ser feliz quando uma desgraça abate sua vida, ou quando procura explodir a adrenalina de seu corpo em um parque de diversões só para sentir medo. E quem costa de filmes que dão medo ou de ouvir histórias sobrenaturais só pelo gostinho de se encher com uma emoção diferente? Inconscientemente, se pensamentos de tristeza o invadem sem sua conscientização, tudo indica que pelo menos para seu único cúmplice, não é a felicidade que você quer. Mas sim o tempo. Quer o tempo para si, para usá-lo de acordo com a exigência de cada situação.

Se ficar claro que o terceiro interesse do ser humano é ter esse domínio do tempo, então vamos descobrir qual é o instante em que deixamos de ter a inocência da vida moldada pelo interesse e nos tornamos egoístas mesquinhos: Você já parou para pensar que às vezes aquilo que você deseja ter agora não é o que outros desejam ter agora? Pois é, poderíamos ser considerados egoístas e interesseiros a partir do momento em que queremos algo de outra pessoa, mas essa pessoa não quer aquilo naquele momento. Caso solucionado. (E por favor, depois me diga o quão interesseiro você é, e o quanto sempre acreditou não ser).

4 - O quarto Interesse

Não há o quarto interesse. Tudo acaba quando buscamos alguma coisa pessoal, e usamos as pessoas ao nosso redor para obtê-las. Para salvar essa terrível máscara maquiavélica de nosso rosto, podemos considerar que quando o interesse é mútuo, então você deixa de ser egoísta e passa a ser amigo. Quando você sabe do interesse de outra pessoa e se doa por ela, você é solidário. Acho que a única diferença nesses três tipos de aproximação é a colocação do amor nessa história. Afinal, porque você iria se voluntariar a cuidar de pacientes com câncer se não tivesse amor por elas? Ser solidário é declarar que vai usar seu amor para ajudar os outros que precisam.

Por outro lado, quando compartilhamos interesses mútuos, não somos apenas humanos fazendo coisas legais juntos. Estamos fortalecendo o amor, em sua maneira mais simplista e legal de ser. Como eu já propus aqui uma vez, existe o lado da benevolência do amor, e o lado da malevolência do amor; ambas caminhando de mãos dadas, mas com uma linha divisória muito clara no meio. E é claro, não vamos confundir, por favor, o amor em seu estado poético para aquele acompanhado da loucura paixão.

A Máscara do Interesse

Talvez seja duro aceitar o fato de que tudo é moldado por interesses, afinal de contas, desde pequenos somos acostumados a ouvir que ser uma pessoa interesseira é algo terrível. E na boa educação das coisas, criamos conceitos de como é ultrajante aquele que é egoísta. Agora se consideramos os pontos de vista de cada um, podemos ver que o lado sombrio da humanidade nem é tão escuro assim. Basta só um pouco de percepção.

Se a gente leva em conta de que o tempo molda nossos interesses, então vamos poder responder o porque amigos aparecem e desaparecem ao longo da vida. Alguns ficam, e é esses que ficam que realmente sempre foram seus amigos do início até fim. Não importa o seu interesse ou o interesse dele, pois se ambos ainda estão alí compartilhando do mesmo, sinal que descobriram a essência da qual nenhum texto ou livro é capaz de explicar.

Talvez seja o tal do amar incondicionalmente alguém. Ou quem sabe, em algum outro ponto de vista distante, o amor seja como a máscara que disfarça toda essa carga negativa que a palavra "interesse" trás por si própria. Você ama alguém, alguém te ama e pronto. Lá estão os dois, os três, o clã ou a tribo usufruindo de uma linda vantagem sobre a crueldade do tempo.

Amor por Interesse

E agora vem um ponto chave nessa história, que é sobre o amor de casal, onde existe aquela confusão da paixão e coisas do tipo. É necessário eu colocar isso aqui porque a amizade sempre vira um tipo de coisa que frita os miolos e me remete a primeira pergunta lá do início do post: "(...) muita gente diz que todo amor é construído com amizade, e muita gente insiste que não se pode confundir amor e amizade."

Acho que dá para arriscar simplificar toda essa história se deixamos os pontos propostos até aqui bem claros: Toda pessoa quer sobreviver em primeiro lugar, e depois disso, ela precisa se socializar, nem que seja só com seus familiares. Garantido esses dois pontos, então conseguimos olhar para o movimento do tempo ao nosso redor e extrair dele aquilo que mais nos é necessário no presente.

Até aqui tudo bem, certo? Quando você encontra pessoas que tem os mesmos interesses que os seus, então você faz deles seus amigos e assim compartilham as boas experiências da vida. Quando você faz algo ignorando essa reciprocidade, então todo o cuidado é pouco: Ignore pensando em si próprio para ser um monstro, e ignore pensando nos outros para ser um anjo.

E então, o que será que acontece quando o nosso interesse pessoal cria as raízes da sobrevivência? Como assim? A sobrevivência é tão importante que faz uma pessoa mesclar os conceitos de socialização para que seus traços genéticos continuem a espécie. Por mais rude ou frio que eu pareça estar falando, esses são fatos muito mais biológicos do que racionais; é algo que nos devota a simples essência de sermos animais no fim de todas as coisas. A ciência já gastou tempo demais comprovando que a paixão é apenas o reflexo disso: Nosso cérebro procurando padrões genéticos que, de certo modo, indiquem que um bom casal é aquele que tem mais afinidades de evolução dos que não tem.

Ou seja, o interesse que existe no amor, seria apenas uma escala a mais de nossos interesses, onde apenas compartilhar as coisas boas não basta mais. É hora de criar uma nova realidade para que o conceito de vidas diferentes sejam transformadas em uma só. Pois é, não há escapatória alguma: Todos somos apenas malditas pessoas interesseiras no fim de tudo.

Conclusão

O interesse é necessário. Você não encontra uma pessoa interessante porque ela é legal, e sim porque ela pode compartilhar as coisas que você procura naquele momento. Será que isso não seria uma explicação do porque tantos casamentos hoje em dia aparecem acabar sem nenhuma explicação aparente? Será que a mudança dos interesses não aconteceu e isso os separou? Se levarmos em conta que o mundo de hoje dispõe de muito mais liberdade e facilidade em promover uma separação do que antes, então podemos até arriscar que isso pode até fazer algum sentido. Claro que eu não tenho experiência alguma para falar sobre isso, mas são apenas reflexões do que já ouvi e vi acontecer por aí.

A mesma coisa se aplica apenas para a amizade de um modo geral. Quando eu via amigos surgindo e outros indo, e comecei a compreender que era justamente o tempo o responsável por isso. Ou melhor, os interesses que cavalgam junto do tempo. E aí, olhando para as amizades que considerei como verdadeiras, foram justamente aquelas que não se abalaram mesmo depois de tantas coisas diferentes eclodirem ao redor. Já até levantei uma outra teoria, sobre o Paradoxo da Amizade, mas deixarei isso para abordar uma outra vez.



Falando em Paradoxos, já deu para perceber o quanto acho legal essa palavra, não é? Foi por isso que postei sobre o Paradoxo da Confiança e o Paradoxo das Escolhas.


Ah, e novamente, os comentários são bem vindos. Pois é, esse é meu único interesse de sua parte. De resto, não me importo. Pelo menos não nesse exato minuto em que leu esse texto. Pode ser que agora tenha mudado... =P

E para acompanhar essa tríade sobre as três coisas escaláveis que mais serão grandiosas na vida, seguem os links:

Parte 1: Interesse Escalável → 3 interesses primordiais
Parte 2: Amizade Escalável → 7 passos para se ter um amigo
Parte 3: Amor Escalável → 3 etapas para notar um dos 4 tipos de amor


Filme: Sempre ao seu Lado


Tudo bem. É lógico que falar desse filme é apenas um pretexto para que eu pudesse postar alguns vídeos e procurar por outros do mesmo tema. Se você não assistiu, saiba que tem ele inteiro no yutube.







E também um segundo pretexto. É que eu iria fazer um daqueles posts que sempre existem em qualquer blog de #mimimi pessoal, que é qualquer coisa falando sobre a amizade. Por isso, em minha trilogia começando pelo Interesse Escalável, o segundo post seria sobre a Amizade Escalável. Mas enquanto eu estava cá com minhas divagações inúteis sobre o tema, eis que alguns vídeos me vieram a cabeça. Daí pensei em pegar um para ilustrar, mas tinha um outro que parecia mais interessante. Finalmente eu percebi que os principais vídeos que me vinham a cabeça faziam parte daqueles típicos emails corrente que vem nos Power Points que tanto detesto.


E aqui estamos nós. Resolvi juntar toda a desilusão da vez para falar sobre a amizade sem falar dela. Apenas vou colocar os vídeos que deveriam ter ficado no outro post mas que achei melhor separar aqui.


Christian, O Leão

Eu também acho que Christian não é um nome para se dar a um leão. Mas isso pouco importa, pois o que vale no vídeo é apenas condiderar as imagens com os fatos. Resolvi até tentar pesquisar mais sobre a capacidade de memória desses felinos, mas tudo o que eu achei foi só aquele monte de pesquisa furada, que divulgam como se fosse a notícia mais incrível do mundo, dizendo coisas do tipo: "pesquisadores descobrem que gatos conseguem se lembrar das coisas". Ou então "cães tem memória". É como se ninguém levasse isso muito a sério, ou mesmo assim, ninguém tivesse meios suficientes para se pesquisar isso de modo mais abrangente, e por isso vivem a tentar constar o que é sempre óbvio. Talvez daqui alguns anos o Google ou os computadores rastreando golfinhos nos dêem respostas mais precisas.










A memória desses felinos está ali, intalterada em suas boas lembranças. E então, como é possível existir tantas dúvidas e olhares incrédulos de céticos ao dizerem que os animais apenas vivem no presente? Como dizer que tudo o que passa pela cabeça deles é apenas o instinto e necas de pensamentos temporais?

Talvez que a capacidade seja menor em alguns animais, mas a generalização é sempre um erro. Até porque,  da mesma forma que existem pessoas que viram monstros quando estão com raiva, fome ou passando por qualquer tipo de ameaça, é óbvio que isso também acontece com qualquer outro animal. Mas acho que nossa visão ainda é limitada demais para entendê-los e por isso é sempre mais fácil dizer: "pois é, eles são pensam como nós". Bem provavelmente pensam bem melhor do que nós.

Sei lá, O Outro Leão

Os dois vídeos mostram em comum o mesmo tipo de coisa. Os leões cresceram mais não apagaram o sentimento bom que tinham pelos seus donos cuidadores. Se fossemos levar uma analogia disso tudo aos estudos da área de psicologia, poderíamos dizer que eles também possuem um motor que alavanca as conexões com os sentimentos em suas lembranças.  










Para os seres humanos, que possuem a visão muito bem desenvolvida, talvez bastaria olhar para uma foto para se encher de alegria ou raiva de alguém. Em animais que a audição ou o ofalto são muito melhores que os nossos, é bem provável que a forma de lembrarem da gente seja bem diferente, mas ainda assim cause o mesmo tipo de impacto ou sentimento. Então vamos considerar que tanto os cães quanto os gatos usem do olfato para criar conexões de nossa existência.

A primeira coisa a analisar, é que em teoria não existe cheiro ruim. O que nos faz definir que um determinado tipo de cheio é ruim ou não é apenas um punhado de células que mandam um sinal para o cérebro, e o cérebro busca informações do cheiro em nosso sistema imunológico, como que se perguntasse: "E aí, essa substância faz mal?" Se o sistema imunológico acredita que sim, então a sensação que será repassada é que aquilo é desagradável. Dá para ler alguma coisa mais explicada aqui nesse link, mas o ponto onde quero chegar é o fato de que basta um tipo de percepção ser diferente para que nós tenhamos a tendência a julgar e caracterizar tudo pelo que vier primeiro na cabeça. Ou seja, humanos são animais racionais em que sentido?

Um Instinto do Cão








Esse vídeo do cãozinho atravessando uma rodovia para salvar o outro cão morto pode ser muito triste, se você pensar que ele queria salvar o companheiro, mas o mesmo já estava morto. É como se ele não tivesse noção das coisas, ou então, tivesse a esperança de que o episódio trágico fosse revertido. Eu acredito na segunda opção, porque é óbvio que ele tinha noção do perigo que corria.Talvez não de modo tão avançado quanto nós, mas ele sabia que não estava em nenhum paraíso tropical. Acho que seria mais algo como "contarei com a sorte, e apenas farei o que tenho a fazer".

Medicina Felina








Da mesma forma, acho que a cena do gato fazendo massagem cardíaca em outro companheiro também já foi vista. O intrigante, como se imagina, é como ele poderia ter aprendido esses conceitos, que muita gente (eu por exemplo) não sabe como faz. Eu poderia acabar tudo aqui e let's move. Mas eu tentei encontrar alguma resposta, e por isso me veio a primeira pergunta comparativa: Quem inventou (ou descobriu) a primeira massagem cardíaca?

E tem muitos outros casos por aí, que daria para ficar muito e muito tempo refletindo. Quantas vezes não aparece uma notícia aqui ou ali dizendo de alguma mãe gata adotando filhotes de passaro ou coisa do tipo? Como questionar a lealdade que existe entre muitos cães e seus donos? Vez ou outra aparece uma notícia dizendo que um cão tentou guiar as pessoas para que socorrecem um outro companheiro. Enfim, daria para passar muito tempo aqui...

Quem sabe você não pode ajudar compartilhando seus vídeos ou histórias nos comentários?

E enquanto a saga sobre a escalabilidade das coisas não é publicada, tem mais coisas que pode se ver perdido aqui:

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Movimento Gota de Nata

Vou apenas postar três vídeos na seqüência. Talvez você tenha visto todos, ou talvez apenas aqueles com mais celebridades inclusas. Sem mais, basta assistir o que ainda não viu, se ainda não viu, e criar entrar na sua própria desilusão.




E agora, o vídeo contra resposta desse.




E mais um para mais informação:




Também tem a continuação desse vídeo acima, que pode ser visto nesse link aqui: http://youtu.be/E8-ARMhdJwM



Ah, claro, vou ter que concluir que ainda poderia haver um quarto vídeo, que é o mais relevante dessa história. Mas com certeza você também já viu. É aquele do Rafinha Bastos.

Acho que nem há muito do que se dizer aqui. De qualquer forma, dando uma olhadinha nos links de referência do segundo vídeo, tem muito mais informação relevante lá do que no vídeo original.

Mas é sempre uma boa reflexão para se fazer, principalmente quando nós formamos uma opinião de um assunto sem de fato estar lá, se importando com aquilo de verdade. Ou mesmo que se importe em razão da demagogia, mais uma vez vou repetir o que já disse aqui quando teorizei uma prepotente explicação para tudo:

"Não importa se você vai manter o respeito pela opinião de seus conhecidos dos outros e não mudá-la. (...) A verdade continua a mesma, ou do contrário, ninguém conseguiria manter tantas dicussões recorrentes ao mesmo assunto. Enquanto houverem questionamentos, tudo indica que a verdade pode mudar e evoluir junto de seus conceitos."

A Desilusão maior não é essa, penso eu. Uma vez assinado o abaixo assinado e mudado de opinião, não é fácil remover a assinatura. Acho que essa é a desilusão de todas as assinaturas que prestamos. Você assina um contrato para qualquer coisa e pronto, se mudou de idéia, pague com as multas. É como se mudar de idéia fosse um crime, e não espanta com isso, ver como existem tantas e tantas pessoas que parecem ser uma pedra de textos imutáveis. Já dizia Raul Seixas: "O melhor é ser essa metamorfose ambulante".