quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A Benevolência do Amor

Se você já leu meu primeiro post sobre a Malevolência do Amor, então viu como é fácil encontrar motivos para depreciá-lo. E agora, falar aqui sobre sua parte boa também é incrivelmente fácil, pois o amor é realmente uma coisa contraditória. Ele depende, acima de tudo, do ponto de vista.

Pois então, como pode, algo tão simples gerar uma complexidade imensa de opniões? É como o bem e o mal, ou o dia e a noite; conflitantes entre análises, mas inseparáveis em discussões. É sem dúvida, um dos principais motivos das desilusões das pessoas. E tudo isso sem ao menos poder de fato compreendê-lo.

A única pergunta que se mantém é simples e direta é: o que raios é o amor?

Definindo o Abstrato

Nem o dicionário sabe. Se procurar no dicionário ele já lhe dá uma lista com diversos sinônimos que formam uma mistureba de sentimentos. Fiz uma busca por definição no google e aprendi que pode signicar: "Kizola (Nkenda = Kikongo)" WTF? O.o' Ou seja, não tem jeito, amor é o famoso "você que sabe não" do Azaghal.

Então, estando diante dessa palavra abstrata e sem significado mensurável, eu sempre acabo me lembrando daquela música da Rita Lee tentando dizer as diferenças entre o Amor e o Sexo, como se ambos tivessem alguma ligação. Não, eles não tem. Sexo é um método de procriação e amor é um sentimento indefinido.

Com toda a quase nula pretensão de definir o indefinível (trocadilho poético irrelevante), acredito que existem dois tipos de amor: falso e verdadeiro Egoísta e Platônico.

Eu já falei bastante do amor egoísta no outro post, que é aquele que faz você se tornar um idiota em função de alguma coisa ou alguma pessoa e esquece que na verdade o idiota é você. Em resumo é isso. Então, dessa vez vou deixar todas as atrocidades do amor de lado e falar seu lado belo, puritano, meigo e... inexistente, invisível e imaginário legal.


O Amor Platônico

Esse, em teoria, seria o mocinho de toda a história, e quem sempre deveria levar a fama por trás da maioria das melosas histórias existentes.

Esse tal de amor platônico, tem esse nome devido à uma definição de Platão sobre o amor. Ou em outras palavras, ele chegou lá em sua academia de sábios e falou o que ele achava que era e pronto, passou a significar isso. Em resumo, amor platônico seria aquele sentimento de afeto tão verdadeiro e puro que os filmes mais comportados ressaltam o tempo todo, mas que na prática é algo mais raro, como "amor de mãe". (se bem que não são todas as mães que tem esse suposto amor maternal, mas enfim...)

Seria esse o ápice daquele herói que entrega sua vida em nome da pessoa amada, ou do covarde que se enche de coragem ao lado de quem ama. Mais ainda, poderia ser, porque não, aquela espécie de leitura por telepatia que o faz acertar de modo instintivo o que a outra pessoa está pensando.

Esse tipo de amor, diferente daquele mais egoísta, não é temporário e nem se acaba com o tempo. O papinho de que os casamentos precisam se reinventar para não se acabarem é como querer obrigar o amor a continuar, e só isso já faz com que ele não seja mais verdadeiro.

Aparência

Isso me fez lembrar, embora num contexto diferente, de um filme que assisti recentemente chamado Vanilla Sky. Filme até razoavelmente conhecido, com Tom Cruise interpretando um drama que fala, sobre tudo, do amor e da loucura. Mas o ponto que quero resaltar, é que em certo ponto ele tem o rosto desfigurado devido a um acidente e basta isso acontecer para que o amor esvaeça de um modo muito rápido. A pergunta que sobra é: Até onde a aparência tem haver com amor?

Em termos biológicos, pelo que sei, a aparência é o primeiro fator da atração porque é o único ponto de partida que você tem para conhecer alguém antes de conhecê-la de verdade. E a definição do que é belo engloba muitas variáveis, como a influência que recebe da midia, a imagem que faz de seus pais, simetria facial, saúde, etc.

Mas não vou abranger esse assunto, já que acredito que isso começa a distanciar muito do tópico central. E já que começei a falar de filmes, existe outro que trata bem o tema, que se chama "Lição de Amor". Ou, se estiver querendo algo mais hardcore, existe a mini-série japonesa, em 13 episódios chamada "Ichi Rittoru no Nonamida", cuja tradução literal seria "Um litro de lágrimas". E realmente é bem isso mesmo que você fará ao assistí-lo.

5 Provas de sua Benevolência

Então, depois dos argumentos convincentes sobre o porque o amor é ruim do outro post, agora vem alguns argumentos sobre quando ele pode ser bom:

  • Ele não é egoísta
    Ele não é egoísta, pois não pertence só a você. Você não pode ficar feliz quando a outra pessoa está triste, e se isso é possível, então existe o primeiro ponto de que o amor realmente existe e é bom, já que é solidário.
  • Motivador
    A confiança em quem se ama é absoluta e vice-versa. Essa confiança é capaz de gerar motivações para seus objetivos, e isso é outro fator claro de sua benevolência. Entretanto... Esse fator de motivação precisa ser, durante todo o tempo, recíproco por todas as partes que amam, mesmo que isso signifique ceder algumas vezes e, confiar cegamente em outras.
  • Cego?
    Depositar toda a confiança em troca de reter toda a confiança parecem encaixar perfeitamente naquela velha verdade: "O amor é cego". Considerando que a ignorância é uma benção, então isso é mais um ponto positivo. Ao nos tornar cegos ele faz com que deixamos de lado a parte mais desditosa
  • Eterno
    Já dizia Vinícios de Moraes: "(...) que seja infinito enquanto dure". Isso significa que ele é eterno, e mesmo diante de todas as variações que existem, ele aumenta ou diminui, mas não se extingue. Caso isso aconteça, então é porque nunca existiu, e tudo foi apenas uma grande ilusão.
  • Analgésico
    E de modo mais científico, amar funciona como um analgésico do corpo. Ele libera endorfina e faz com que seu organismo trabalhe em seu favor. Nem é preciso mais nada, essa é sem dúvidas, a grande prova de sua benevolência e a prova de que precisamos amar. Amar a todos, independente de quem, pois focar o amor só o fará cair na segunda definição dele, que é a parte egoísta desse sentimento tão puro e renovador.

Puro e Inocente?

Imagine uma pessoa que ama um animal de estimação. Ali, naquele caso eu consigo ver o amor em sua plenitude funcionando. O animal não guarda mágoas com ele, e a pessoa que trata o animal com todo o carinho o faz sem nenhum outro interesse que não seja o de prolongar o carinho, e a união. Existe algum outro lugar em que esse "amor verdadeiro" pode ser visto?

Sim, diante de uma mãe e seu filho recém-nascido, por exemplo. Claro que não todas as mães, já que infelizmente existem algumas que vêem o filho como objeto (como aquelas que os jogam no lixo). Mas no geral (ainda bem), o amor que uma mãe presta a seu filho também é puro. Ela ama com seu coração, e não espera nada em troca por isso, a não ser a certeza de que também continuará cultivando esse sentimento maravilhoso enquanto puder.

Eu não me referi a figura do pai por uma questão de esteriótipo, mas claro que muitos se incluem. A beleza do amor está na pureza que ele pode emanar de si, e, és enfim benevolente em todo estupor.

Conclusão

Finalizo com uma frase sensacional que vi no twitter:

Porque nos apaixonamos por uma pessoa mesmo sabendo que ela é errada?
— Porque você espera estar enganado, e sempre que ela faz uma coisa que mostra que ela não é boa, você ignora, e sempre que ela age bem e te surpreende, ela te reconquista. E aí você esquece a idéia de que ela não serve pra você.

Pois é. Se você já leu meu primeiro post sobre a Malevolência do Amor, então deve saber que eu ainda não descobri que raios é o amor, já que ele não tem definição e muitos o usam sem saber porquê. Mas, minha conclusão sobre isso tudo é muito simples: O amor é uma contradição em todos os sentidos, e é muito mais fácil definí-lo com oposições do que encarando a verdade: Amar é manter-se desiludido.

Você leu o texto acima e tem alguma coisa complementar sobre o bendito Kizola (Nkenda = Kikongo), então deixe abaixo seu comentário. E se discorda de alguma coisa, também não tem problema: Leia sobre o post anterior e continue ainda mais desiludido sobre o assunto.

2 comentários:

  1. Voce falando de amor humm sei rsrs gostei do seu texto , Gostei da parte : Aparencia , muito real hoje em dia !! se voce e bonitinho vc e atraente se voce feio se mata rsrs esse e nosso Brasil .
    .Seu blog e bem legal parabéns , Voce deveria mudar de profissão quem sabe :PSICOLOGIA RSSRS iria adorar bjs
    Adriana

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  2. =D
    Mas essa coisa da aparência tem um outro ponto legal também: É facil ver quem é bonito infelizmente vivendo em torno da própria aparência e deixando o lado do caráter. Agora se vc é feio então passará a buscar outras qualidades que realssem sua beleza de uma outra forma. Por que na boa, ser feio e não ter caráter então se mata mesmo! haha

    e sim, algum dia ainda farei psicologia... quando eu tive que optar pela facul eu já iria ter escolhido psicologia, mas como eu tinha começado a trabalhar com informática e meus cursos até então só eram voltados para essa área eu resolvi insistir nisso.

    Valews pelo Comentário e pela visita!

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