quarta-feira, 16 de junho de 2010

Investimentos [1] - Álbum de Figurinhas



Um Péssimo Negócio

Se bem me lembro, eu sempre fui um péssimo negociador, e certamente não tenho o menor talento para vendas, embora até tenha conseguido boas idéias. Só para citar um caso, quando eu tinha entre 8 e 9 anos, eu adorava álbuns de figurinhas, embora ficasse visivelmente desapontado com tantas figurinhas repetidas que vinham naqueles saquinhos comprados na banca de jornal.

Óbviamente meus pais não apoiavam minha idéia de querer gastar dinheiro com essas futilidades. Sem muito dinheiro para gastar com isso, eu pegava as figurinhas que eu já tinha e separava as repetidas de modo a formar novos saquinhos. Assim os revendia por um preço menor entre o pessoal da escola.

Duas coisas fizeram esse negócio dar certo, e duas fizeram dar errado. Como eu estava no timing certo, vendendo algo que era a moda da época, definitivamente haviam muitos compradores interessados. Meu segundo acerto foi a iniciativa pioneira, pois eu simplesmente não tinha concorrentes, e por minhas figurinhas custarem mais barato que as da banca de jornal, eu ainda tinha preferência.



Só que caí no erro de não contar com um estoque muito grande, e como eu gastava mais para comprar um saquinho novo na banca do que para revender o que já era repetido pra mim, então nada daquilo me gerou lucro (apenas diminuiu as despesas). Vender sem margear lucro, mesmo que seja coisas que perderam valor não pode ser considerado um tipo de negócio, e meu segundo erro foi acreditar que era. Tanto que nem me importei de vender a fiado, cujo pagamento posterior difícilmente viria.
Posso dizer que saí dessa época sem prejuízos pelo único fato de que o que eu vendia era material que supostamente não iria mais ter nenhum proveito.

O que eu disse no começo do post sob ser um péssimo negociador, é pelo fato de que desde aquela época (e um pouco hoje em dia) eu nunca tentei procurar formas de fazer qualquer idéia do tipo gerar lucro. Ou melhor dizendo, encontrar oportunidades no dia-a-dia em que poderiam se transformar em fonte de renda.

Lembro que quando meu pai havia visto eu fechando os saquinhos novamente e separando as figurinhas, eu fiquei muito empolgado em explicar a ele toda minha visão empreendora que uma criança de 8 anos pode ter. Ele não entendeu muito bem minha lógica, mas disse que se eu iria vender a um preço mais barato, então deveria colocar menos figurinhas em cada saquinho. E as pessoas ainda assim iriam preferir comprar minhas figurinhas porque não haveria risco de ter duas ou três iguais no mesmo saquinho (comprando na banca de jornal isso acontecia com certa freqüência). Já que eu possuía diferencial + compradores, então seria justo ter aumentado o preço de venda. Mas como não fiz (em parte eu fiz, mas caí no conto do fiado), então a única vantagem daquilo tudo foi ter econimizado muito dinheiro com algo que era pra ter sido jogado fora ou ir parar em rodinhas de desiludidos apostando e batendo suas figurinhas para ganhar as novas.


Analogia à Bolsa de Valores

Como sempre existiu aqueles que estudavam ali mas não moravam por ali, a diversificação das figurinhas vinha principalmente por causa da região. Eu e grande maioria dos alunos moravam perto da escola, o que fazia com que todas as bancas de jornal pela redondeza gerassem muita figurinha repetida, e consequentemente com o tempo elas perdiam o valor porque todos já tinham. Quem morava mais longe conseguia até achar as figurinhas que queria para completar seu álbum jogadas no chão, e o desapego daqueles que jogavam fora ainda diminuia mais o valor. Ninguém tinha a idéia de negociar uma troca, e por isso os mais afastados acabavam tendo vantagem. Eles eram os possuídos das grandes "raridades" para a maioria, e propositalmente se gabavam disso.

Graças a essa distinção de posse, as figurinhas, compradas sempre pelo mesmo preço, ganhavam ou perdiam valor de modo absurdo. Quanto mais todos querem, mais caro aquilo fica. Os felizardos que tem em mãos aquelas raridades se divertem vendo o verdadeiro "leilão" que se forma diante deles. Todos querendo algo que só você tem, e você reluta em se desafazer daquilo porque no fundo deseja ver até onde vai o limite daquela euforia.


Pelo que pude constar, a Bolsa de Valores também segue esse mesmo tipo de lógica, só que as figurinhas aumentaram proporcionalmente de tamanho na medida em que as crianças cresceram. Os papéis agora são chamados de ações, e ao invéz de trazerem imagens sobre seleções ou personagens de desenhos animados, trazem o nome de empresas. Todas as empresas querendo que os detentores de seus papéis gritem e fiquem malucos pra provar que seu valor é maior do que o dos outros.


Antes de Investir

Antes que pergunte onde eu quero chegar com essas analogias e simplificações de finanças, o fato é que depois de ler e estudar o máximo que pude sobre o assunto, percebi que ainda assim não tinha confiança alguma para dar um passo maior com o dinheiro que eu tinha. É basicamente constatação univeral de que a velha e conhecida Poupança não é nenhum tipo de investimento, simplesmente porque seu dinheiro não aumenta. Tudo o que se ganha com ela são apenas juros sobre a inflação, de modo que cada cada centavo a mais vindo da Poupança é apenas um centavo a mais que o dinheiro se desvalorizou e por isso o banco te recompensa dando a falsa ilusão de que é um investimento. Como parece óbvio, investir é fazer seu dinheiro multiplicar, e não apenas ficar nessa sominha insignificante de "juros mortos".

E começei tudo isso explicando a lógica básica das Bolsas de Ações porque tudo o que ouve falar de investimentos por aí acabam por cair nesse assunto, como se Investir em Ações fosse a única forma de investimento. De certa maneira, ela é a mais fácil para tornar alguém muito rico (ou muito pobre) dependendo de quantos passos você decide subir nessa perigosa e instável escada. Imagine que quando você entra nesse mercado, você pode escolher em qual patamar colocar seu dinheiro. Quanto mais baixo, menos precisará subir nessa escada, e menor o risco de cair dela.

Subindo até o primeiro patamar, você consegue investimentos com segurança e com risco nulo de se perder dinheiro. E quanto mais patamares você decide subir, mais é o risco de cair, ao mesmo tempo que maior são os lucros que vem até você. No entanto, a cada degrau você adquire experiência e melhora seu patrimônio, de modo que os riscos se tornam menores e a chance de cair em miséria vão se afastando.

Em resumo: Uma pessoa normal que coloque todo o dinheiro dela no patamar mais alto, certamente terá dois problemas básicos: Ou não chegará até ele, ou cairá antes de alcançá-lo. Mas uma pessoa normal que decida ir devagar mas de forma constante, não tem como ter qualquer tipo de prejuízo se sua subida pela escadaria for feita de acordo com a própria confiança adquirida. Esta é a mais óbvia constatação daquele dito: Os ricos ficam cada vez mais ricos, e os pobres, cada vez mais pobres.

Embora tudo isso que você leu até aqui pareça aquelas conversinhas furadas de livros de auto-ajuda, digo que isso é praticamente um senso comum do que todos os grandes investidores dizem. Tendo em vista que há toda essa teoria, agora resta alguém por isso em prática. Nada mais justo do que um blog sobre desilusões fazer isso, e, minha saga frustrada para a riqueza começa a ser relatada aqui, antes mesmo de eu dar o primeiro passo nessa escada do pitfall.



Em breve (ou nem tão breve) postarei a Parte 2 sobre Investimentos. Dessa vez contando na prática, e em alguns passos práticos, como se tornar um mendigo.
E enquanto ainda tenho computador e internet, por favor deixe um comentário! =)

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Lost - Análise Geral [2]

A Chegada à Ilha

Imaginando um acidente envolvendo a queda de um avião, certamente esse seria um evento marcante para a vida dos sobreviventes. Para alguns personagens de Lost, é literalmente sentir o pânico de que perderá a vida, e instantes depois se ver cair de cabeça num lugar novo e desconhecido e perceber a grande dádiva de continuar vivo. A importância de estar ali, as esperanças, expectativas, medos e alívios ganhando um destaque incrível diante da necessidade e urgência de percebê-las.

No mundo real, você ouviu em alguma época alguém lhe apresentando Lost, e depois disso, você teve a escolha de assistir e acompanhar, ver por curiosidade e acreditar no que quer que viesse depois, apenas ignorar ou simplesmente não saber nada sobre tudo isso. Quando algum desses eventos ocorreu, você estava apenas optando entrar no avião ou ficar fora dele. Optou por cair e se tornar um sobrevivente, ou simplesmente deixou a passagem do vôo de lado.

Por mais insano que isso possa parecer, o maior objetivo de Lost ao decorrer desses anos foi justamente fazer com que os telespectadores pensassem. Não é a toa que nomes de grandes filósofos estão no meio do nome dos personagens como John Lock e Russeau. Eles queriam que as pessoas refletissem as idéias de cada episódio e entendessem que aquilo era algo expandido. Seja pelos ARGs, ou pelos episódios complementares de Missing Pieces, o elemento de interatividade sempre foi o grande chamariz do seriado. E é parte dessa interatividade que torna muitas comparações válidas.


O grande elemento presente no começo de grande parte dos episódios é quando abrimos nossos olhos. Tudo aquilo que vai passar pela nossa retina começa assim. É o primeiro contato que você terá, e antes de qualquer entendimento, o importante é ver primeiro. E não importa se ver para você é apenas olhar tudo do alto no conforto e “segurança” de um avião, ou olhar para o alto e perceber que abaixo e acima de você está o inalcançável.


Minha chegada à ilha foi modesta, quando vi o nome “lost” no nick de um contato do Msn. Quando perguntei o que era, a única resposta que obtive foi essa: “É um seriado. Se quiser assistir um episódio, o link é esse”. Isso foi lá pra 2006, e tudo o que eu conhecia sobre seriados se resumia basicamente à Chaves. Isso porque eu nunca tive muita paciência para acompanhar histórias que fossem muito longas, e saber que depois de um episódio viria outro e mais outro centenas de vezes, aquilo me desmotivava a ver e fazia com que eu já pré-julgasse qualquer seriado como sendo algo ruim.

Foi assim que eu assisti o primeiro episódio de Lost. Sem nenhuma expectativa de ver algo bom. Na verdade, ainda demorei um bom tempo pra ver depois daquele dia no Msn. E eu nem havia anotado o endereço do link que recebi porque já estava decidido de que não iria perder meu tempo assistindo. Mudei de idéia porque um tempo depois eu queria ver qualquer coisa para passar o tédio e me trazer sono para dormir.

Não vou dizer que Lost me ganhou com dois ou três episódios, porque só continuei assistindo pra ver se aqueles mistérios iniciais iriam para algum lugar ou não. E sinceramente, não tenho muito sentimentalismo para ficar me importando com a história dos personagens; não queria saber se um deles era pedreiro, romântico ou pescador. O que os personagens eram ou deixavam de ser pra mim eram apenas formas de encher o tempo de episódio. Claro que existem muitos que gostam mais dessa parte de envolvimento e background de todos, mas eu queria ver mesmo ação. Coisas explodindo, e algum efeitinho legal vez ou outra.

Analisando a obra como todo, eu reconheço que passei a dar mais importância para os personagens em qualquer história. Já consigo reconhecer que o background é importante. (mas ainda continuo achando chato!). Enfim, gostos e contra-gostos a parte, posso resumir que a produção do seriado foi muito feliz em achar os atores certos. Personagens carismáticos que dão show de atuação e completam com proeza a maestria de Lost. E ponto positivo também para a ABC, que levou fé no projeto até o fim sem boicotes.

Engraçado que na época que começou a passar Lost na Globo, eu comecei a escutar não só a fama de Lost disparar, mas também os comentários e comparações sobre aquilo. A coisa mais triste que ouvi foi dizerem que Lost era uma espécie de Big Brother, colocando vários personagens para dividir as atrações dos telespectadores enquanto você ia dando uma espiadinha no que estavam fazendo. E para piorar a analogia, eventualmente alguma morte ou provação na ilha exasperava ainda mais comentários do tipo: “Você viu só, fulano foi pro paredão, e cicrano agora é líder!”.

Uma comparação dessa e faz parecer que Lost é uma coisa ridícula. Mas os fundamentos não se perderam, e ao fim daquela temporada, todo mundo já tinha seus conceitos para saber se depositariam sua confiança no seriado até o fim ou não. Um joguinho simples de escolhas, que numa analogia ao Mundo Real, seria a parte em que você pode sair da ilha, e tem a oportunidade de voltar para casa e deixar ela com seus mistérios para lá. Ou você pode continuar adiante e entender até onde ela pode ir.

Novamente, não vou dizer que Lost me ganhou com aquela temporada, por no final das contas, acredito que fui eu quem ganhei, depois de compreender o que foi Lost em fim.

Na última parte desse post, um adentro sobre o que foi a tal “Experiência” que lost proporcionou. E para quem ficou decepcionado com a Darma Initiative, uma chance para entender sua grande importância na história.

Veja também a parte 1 dessa análise =)

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Lost - Análise Geral [1]

Como muitos já disseram, e os produtores repetiram, Lost foi para muita gente não apenas um seriado, e sim uma experiência. Revolucionaram a forma de como os espectadores veriam a série adicionando a interatividade, e usando a internet como recurso de termômetro para saber o que estava dando certo ou errado nos episódios. Em resumo, fizeram uma experiência com quem assistia para nos dar uma experiência nova daquilo que ainda iríamos assistir. Por ser uma série com muitas metáforas, provações e mistérios, ela gerou dentro de cada um sua própria forma de analisar o conjunto da obra. E meu relato nos próximos posts será justamente minha experiência – e desilusão – em torno de Lost. Não vou focar em torno dos eventos de cada temporada, então esse texto não contém spoilers. =P




Porque não tem spoilers aqui?


Antes de mais nada, dizer o básico sobre o grande tema recorrente em todas as temporadas não é spoiler! Até porque, se você mora em qualquer continente que não seja a Antártica, então o básico você já cansou de ouvir. Os que gostam de resumir tentam explicar Lost assim: “ah, é uma história de uns sobreviventes de um avião que caiu numa ilha estranha”. Se eu ouvisse isso, dificilmente me interessaria por assistir um único episódio, pois filmes e histórias tratando de personagens carismáticos (ou não) querendo apenas um final feliz, a TV e o cinema já estão cheios.

De qualquer modo, é difícil resumir a série dizendo que o tema central são os sobreviventes, a ilha ou os mistérios. Isso porque ela nos apresentou um conceito sobre surpreender o espectador. Pelo fato de existirem produtores roteiristas muito interessados em tudo o que se discutia nos fóruns da internet, todo o estoque concentrado de milhares de idéias podia ser fácilmente abatido seguindo-se pelo lado oposto. Cabia aos roteiristas usarem essas ferramentas para criarem suas armas e com elas reinventarem a série por diversas vezes. E principalmente por isso, muitos telespectadores começaram a usar o conceito de “ser surpreendido” como obrigação de cada episódio. A grosso modo, era como você apertar o play para assistir e falar: “Vamos lá, me surpreendam”. E desde de sempre existiam os telespectadores mais casuais que apenas viam um episódio e iam dormir, e outros que viam e depois iam para fóruns descutir teorias e pegar detalhes que poderiam aparecer frame a frame que pudessem revelar os grandes mistérios por trás da ilha. Devido a isso, muitos desses fãs mais hardcores apertavam o play e diziam: “Vamos lá, eu já sei de todos os detalhes possíveis e imagináveis sobre o que está acontecendo. Duvido vocês me surpreenderem agora”.

E não é que os roteiristas conseguiam essa façanha de surpreender aqueles que teoricamente já estavam convictos que tinham atingido a máxima epifania universal sobre tudo? Fico imaginando como se fosse uma disputa de dois times trapaceiros: De um lado o grupo dos fanboys fãs tentava encontrar motivos para “odiar” a série descobrindo todos segredos, que certamente seriam o trunfo dos produtores. E o outro time, composto pelos roteiristas pensava: “Nós precisamos encontrar um jeito de deixar aqueles malucos perdidos”.

Se o público mais perfeccionista gostou de Lost, então os mais casuais certamente estariam satisfeitos. E se objetivo maior de todos era dizer que Lost significava os perdidos na ilha, os perdidos nas suas idéias ou perdidos por não compreenderem, então posso dizer que o nome do seriado foi o mais acertado de todos os tempos. Principalmente porque além de tudo, milhares de metáforas sobre nossas vidas estão presentes dentro de cada episódio, e isso nos fazia perder e encontrar coisas o tempo todo ao longo das séries. O tempo todo. Engraçado pensar nisso agora, mas enquanto evito os spoilers, tudo o que tenho a repetir é mesmo a experiência. Sem a experiência, metade do seriado perde o sentido (embora jamais perca seu valor).

E agora que Lost acabou, é provavel que você vá descobrir o final de tudo em algum comentário idiota ou numa leitura dinâmica por aí. Mesmo aqueles que queiram começar a assistir a série agora e tentarem baixar alguma coisa na internet, serão bombardeados de spoiles pelos próprios resultados da busca, com milhares de sites e blogs estampando o final logo no título de suas páginas. Pois já que todos os seis anos podem ser resumidos com uma frase, as chances de quem não acompanhou a série perderem o interesse por ela são grandes, principalmente porque a polêmica em torno do último episódio dividiram os fãs entre aqueles que odiaram ou amaram Lost. Ainda existem aqueles que estão no meio do muro, mas eu digo que os que tem dúvidas estão no grupo dos que amaram; pois se são as dúvidas que os alimentaram por tanto tempo, então ficar com dúvida no fim de tudo não é necessariamente um problema ou depreciação.

Tanto detalhe fechando ainda mais a série como chave de ouro. Amor e Ódio tinham que estar presentes em proporções iguais ali no fim, simplesmente porque é assim que todos os antagônicos são apresentados desde o primeiro segundo da série. Mesmo olhando a simplicidade do nome “Lost” escrito em branco num fundo preto são tão importantes quanto necessários. Ok, posso estar tentando ver muita figura nas nuvens, mas ainda são boas coincidências que mesmo ao longo da série os produtores se aproveitaram e beneficiaram disso.



Se aproveitar de um momento agindo certo na hora certa é o grande trunfo das grandes genialidades do mundo. Quem dera eu pudesse voltar no tempo alguma vez para estar fazendo coisas certas nos melhores momentos que passaram. Bom, e depois de lhe encher de spoilers sem contar nenhum spoiler, vou direto ao ponto sobre a experiência de Lost nos próximos posts, porque esse já ficou grande demais.



Veja também a parte 2 desse post, contendo uma simples analogia sobre a ilha, e a grande sacada de mestre ao usar passageiros em um vôo para estender a interatividade daquele universo gigante e pequeno ao mesmo tempo.