sábado, 10 de dezembro de 2011

Amizade Escalável

Esse post é a parte 2 de uma série de 3 partes, tentando desmistificar toda a desilusão necessária para se entender o algorítimo da amizade. E não obstante, essa segunda parte é sobre os sete passos para se evoluir uma amizade; no outro texto anterior eu já falei bastante sobre o porque você é apenas um egoísta e interesseiro nesse assunto; e por fim, na última parte, é a vez de considerar como seria a lógica do amor e os romances que, muita gente diz que todo amor é construído com amizade, e muita gente insiste que não se pode confundir amor e amizade. Então, let's go para a parte 2.

Contextualizando...

Antigamente, quando eu queria adicionar alguém no msn, eu clicava no botão: Adicionar contato. E depois que começou a história do orkut com "adicionar amigo", parece que o conceito já deturpado sobre a amizade acabou indo para o limbo de vez. Ninguém tem mais de 150 amigos, não importa o que a sua página do Facebook diga. É cientificamente impossívelfilosóficamente inaceitável.

Ou seja, amigos são poucos. São raros.

Existem pessoas que não dão o devido valor para a amizade, simplesmente porque o processo de aquisição é rápido e frenético. Já dizia Pedro Bial: "amigos vão e vem". E é claro que ter alguns que te acompanharão para o resto da vida muitas vezes é utópico demais. Não raramente se vê os asilos cheios de velhinhos que pareceram ter perdido a identidade ao serem abandonados por todos, até pela própria família. Na minha rua onde moro tem dois asilos, e até hoje nunca vi visitas de ninguém por lá. Exceto agora no final de ano, que vez ou outra parece que tem alguém meio triste na porta de um dos asilos.

O conceito de amizade escalável, que propus aqui, é tentar criar uma definição whatever superficial de todas as etapas que envolvem uma pessoa perdida na terra até ao ápice da amizade. Dessa forma, a escala que leva duas ou mais pessoas de mundos diferentes a ter a amizade mais verdadeira do mundo depende de 7 níveis.

Vou desconsiderar para esses casos, os romances, que geralmente possuem uma regra própria, ou na maioria das vezes, bem diferente dessa. Deixo esse texto para um futuro post.

Nível 0 - Desconhecidos

Não há muito o que dizer. Uma pessoa aleatória da china, se sorteada agora nesse momento e colocada diante de você, provavelmente será um desconhecido. E o desconhecido é exatamente como alguém que fala outra língua ou mora em outro mundo, simplesmente porque é impossível assimilar a existência de todas as pessoas que vê.
O primeiro passo para iniciar uma amizade é através da comunicação, onde o fato de que ambos utilizem a mesma linguagem seja muito importante.

Nível 1 - Conhecidos

Se tentássemos levar tudo pelo sentido literal, então o primeiro nível em uma amizade seria qualquer tipo de coisa, menos conhecidos. Já tentei me afirmar aqui, aqui e aqui o como é impossível da gente conhecer a si próprio, devido a tal complexidade que temos. Imagine então você dizer que conhece uma outra pessoa. É impossível, ao menos que estejamos sendo superficiais e dizendo que conhecemos apenas algum ponto dessa pessoa.

O critério aqui é muito importante, porque como você pode dizer que conheceu uma pessoa nova a partir do momento em que a cumprimentou ou trocaram alguma conversa em cinco minutos? Isso seria o suficiente para se dizer que conheceu alguém, quando na verdade você quis dizer: "eu conheci sua aparência, seu nome e que ela prefere mais mpb do que blues".

Você conversa com uma pessoa pela internet que nunca a viu pessoalmente. Se questionado sobre conhecer essa pessoa, é mais fácil responder assim: "Ah, eu conheço Fulano, ele é de uma comunidade do Orkut Fórum...".

Não importa o que digam, mas para mim, vou tentar colocar aqui que conhecer alguém significa obter as informações básicas mais importantes dela. Se você adora paraquedismo e vai em um evento de paraquedistas, então talvez descobrir o nome de alguém lá já seja mais da metade do caminho para ter realmente conhecido alguém. Vou ser um pouco babaca aqui e definir que fora desses encontros focados, para conhecer alguém diferente você só precisaria de três informações sobre ela: nome, ocupação atual e algum tipo de detalhe em comum que justifique sua memória a querer guardar aquelas informações. Acontecido isso, a experiência acumulada promove o relacionamento para o Nível 2 automaticamente.

Nível 2 - Contato

O contato é uma pessoa que você conheceu e que, por algum motivo, ocorreu a tentativa de tentar uma nova comunicação posterior. Se durante a primeira conversa você sentiu a necessidade de que aquela conversa poderia ser continuada depois, então tudo o que acontece é uma espera pela reciprocidade da coisa. Se a conversa ocorrer novamente e novamente, então parabéns o nível 2 acaba de ser oficializado.

Mas sabe o que acontece aqui? O contato serve para que você continue uma conversa com essa pessoa. Ou seja, apenas uma conversa, ou aquele tipo de conversa. Vamos supor que você foi há uma festa e conheceu a pessoa que fez toda a decoração do local. Enquanto estiver no Nível 2, então significa que seu interesse por aquela pessoa será apenas falar sobre o assunto recorrente durante a fase de se conhecer, que qualifica essa pessoa como a adequada para falar sobre esse tipo de assunto. Talvez o contato mantenha você afiado em lidar com dois ou três assuntos diferentes, e por isso, a experiência acumulada nesse nível varia de acordo com a quantidade de assuntos que podem ser debatidos naturalmente.

Nível 3 - Colega/Parceiro

Uma pessoa é promovida à ser um colega (ou parceiro) a partir do momento em que o interesse de manter contato ganha uma cumplicidade. Se durante o Contato você mantém apenas uns dois ou três tipos de conversa com alguém, então vamos estabelecer que a transição para se ter um colega transcorre até que essas três ou mais conversas sobre outros assuntos ocorram com mais frequência, mas em tempos diferentes.

O tempo é um fator importante aqui, porque um colega é aquele tipo de pessoa que você poderá contar para fazer um certo tipo de coisa, mas se essa coisa não é feita, então o colega é colocado de lado na estante. Ou seja, a partir do momento em que você tem pessoas que se encaixam dentro de uma estante, rotuladas pelo seu único interesse atual para com elas, então ali há um colega.

Colegas de trabalho, de escola, de faculdade... enfim, são todas pessoas com que você possui contato, mas que os assuntos mantidos com ela são limitados ao máximo que a cumplicidade permite. Fazer um trabalho em equipe, uma parceria empresarial e coisas do tipo vão manter as pessoas em um contato mais frequente, e por isso elas chegam nesse nível. Graças ao tempo de convívio.

Nível 4 - Amigo Limiar

Existe um ponto de transição muito tênue, mas perceptível, entre aquele que você diz que é amigo, e aquele outro que você diz que é amigo, mas sabe que é muito mais amigo que o outro amigo.

Já falaram sobre aquela velha teoria de que todas as pessoas são apenas colegas, até que um dia façam alguma coisa divertida por aí. Eu considero que você tem um certo nível de cumplicidade entre aqueles que são colegas, mas, de certa forma quando você começa a aprofundar o nível dessa cumplicidade, então você está ganhando experiência e evoluindo aquele estágio da amizade.

Eis que em certo ponto, um simples Happy Hour passa a fazer muito mais do que deixar você rir e se divertir naquele momento. É como ganhar a liberdade de expor mais seus pensamentos, de pedir uma ajuda ou abusar um pouco mais da boa vontade de alguém. Por isso que considero esse ponto de transição como o Amigo Limiar. Porque é aqui que existe o ponto chave que vai levar ambos a prosseguirem ou recuarem naturalmente.

Aumentam as conversas, cria-se mais afinidade e pronto. Se esse estágio passou, agora sim você tem um amigo. Pronto facebook, orkut e redes sociais. Escalação concluída com sucesso.

Nível 5 - Amigo

Uma diferença notável entre um Amigo e um Amigo Limiar, é que você é capaz de ficar sozinho com esse amigo e ainda assim parecer tudo natural. Se você tem pessoas que considera amigos, mas nunca esteve sozinho com elas, unidos por qualquer que seja o motivo, então sinto muito: Ali tratava-se de um Amigo Limiar.

São os amigos que saem com você, estão com você, mas que se isolados, não perdem o equilíbrio. Às vezes pode haver um grupo de pessoas que sempre estão ali, em qualquer balada noturna, mas tudo o que suas vidas se resumem são à essas baladas. Se por algum motivo esses são os amigos de balada, então o fato de rotulá-los já significa algo claro: Eles estão no limiar. É o tipo de pessoa que você poderá dizer que jamais esquecerá, mas que, infelizmente poderá esquecer muito mais fácil do que imagina.

E aqui, nesse nível as coisas estagnam para muitas pessoas. Algumas tem mais habilidades sociais, e certamente esse nível chegará aqui muito mais rapidamente. Outras também tem essas habilidades, mas não possuem tanta confiança alheia, e por isso nunca se quer chegam nesse estágio, mesmo quando acreditam fielmente estarem aqui. Outras pessoas, por outro lado, são anti-sociais e ainda assim conseguem chegar até esse ponto. E acho que consigo entender a lógica disso tudo.

Quanto menos amigos você tem, mais valor é capaz de dar a eles, e mais se esforçará em juntar toda a experiência acumulada em sua vida para avançar os níveis de amizade. Afinal de contas, para quem tem uma cesta cheia de ovos, não faz diferença que um se quebre. Mas para quem tem poucos, basta um se quebrar para que o terror pareça insuportável. Nessa analogia barata, será que valeria a pena ter uma cesta cheia ou vazia?

Nas regras voltadas ao mundo capitalista, se pegarmos o exemplo do dinheiro, então vemos que especialistas dizem que é loucura quem faz investimentos sem diversificá-los. Uma certa cheia de opções é sempre melhor do que uma mais vazia. Mas e quanto ao todo conjunto de amigos? Será que a mesma regra se aplica? Acredito que não. Ao mesmo tempo, acredito que você poderá ter uma cesta cheia de ovos, mas evidentemente cuidará mais de uns do que outros. Os melhores, você seleciona e investe mais. Os outros, você apenas mantém. E aí, o que temos? Novamente seu foco de experiência vai evoluir as escolhas que fez para mais um nível.

Nível 6 - Melhor Amigo

A fase mais difícil de todas, eu imagino, porque envolve uma transição muito lenta advinda do Nível 5. Novamente, esse ponto pode ser relativo de pessoa para pessoa, porque quem tem facilidade em desenvolver uma amizade, certamente consegue alcançar esse estágio de um modo muito mais rápido e natural do que se pode imaginar a princípio.

O estágio de melhor amigo acontece quando você quebra algum tabu importante para você, ao mesmo tempo em que já parecia claro que não havia tabus entre ambos. Ou seja, é a descoberta de algo que não poderia imaginar existir ali. Por exemplo, algum problema que tem quem ser enfretado, e a solução mais incrível de todas vem de uma pessoa. Aí esse melhor amigo também quebrará algum tabu importante para ele, e ambos conseguem um efeito semelhante ao que já tentei descrever no Paradoxo da Confiança.

Você pode confiar em um Amigo, e até mesmo em um Amigo Limiar, mas  no Melhor Amigo, você não precisa confiar, simplesmente porque é algo automático; você confia naturalmente, de modo inconsciente, e seria capaz de fazer qualquer coisa para que aquilo perdure. Certamente irá perdurar.

Talvez, como pode parecer, o Melhor Amigo pode ser comparado a um tipo de devotação de amor sem cunho sexual. Quem sabe o segredo de tantas FriendZones não seja algo parecido com isso? Um relacionamento que chega até aqui morre quando os tabus são quebrados, porque o amor existe em toda sua força, mas de modo mais fraternal, como entre pais e filhos. É como se escolhesse o irmão que se quis ter e não se teve. É como se sentisse que é só disso que se precisa e nada mais.

E aqui acaba a história. O máximo que uma amizade chega é até o nível 6. Mas se a experiência continua fluindo, pode chegar um ponto em que acontece algo parecido com o do rompimento da barreira do som: A explosão de tudo ficando no vácuo, e descobrindo que sua realidade na verdade, acaba de ser modificada.

Nível 7 - Épic Level

Aqui, chegamos na Matrix. Quero dizer, aqui aqueles que são os melhores amigos conseguem uma proeza rara e pouco vista.
Seria algo do tipo que Tolkien propôs com Frodo e Sam em O Senhor dos Anéis. Os mais maliciosos podem ter a visão deturpada do que é uma amizade épica e confundir as coisas. Isso porque aqui você estaria disposto a cometer muito mais sacrifícios do que cometeria por si mesmo em troca de que aquilo perdure. E sabe por quê isso acontece? Ficção. Transição de realidades.

Você conseguiu colocar a vida de outra pessoa dentro da sua realidade, de modo tão perfeito quanto aquele que tem em seus laços familiares mais fortes. Não é a toa que muitos confundirão isso como um amor de casal, além do mais se for entre um homem e uma mulher. Normalmente a realidade de um cidadão, só pertence ao outro quando há entrega por completo.

Novamente vou ter que voltar ao Senhor dos Anéis. Tolkien descreveu um tipo de amizade utópica, porque ambos não viveriam um sem o outro. E tirando as malícias evidentes, é óbvio que se Frodo e Sam fossem de sexos diferentes (e considerando serem héteros), então Sam não estaria atrás de uma Rosinha para ele. Estaria junto de Frodo formando um casal muito unido. Ou seja, amizades em Épic Level são raras e talvez estejam só ali na ficção. E mesmo essa ficção já se torna difícil de ser analisada nos dias de hoje, porque infelizmente, nosso mundo não consegue ver a pureza e a inocência dos sentimentos sem encontrar maneiras pejorativas de encaixá-los.

Em um mundo que vê a maldade em tudo, onde a mente é deturpada por idéias que se distorcem na velocidade da luz, é muito claro pra mim que toda pessoa desconhecida evoluirá ao no máximo à um grande amigo. Ou talvez isso nunca aconteça, e tudo o que as ilusões transcorrentes ao redor o farão enxergar, é um conhecido que você considera ser um amigo. Alguem ali no limiar, que não carece de total confiança, ganhando total confiança e sendo promovido à amizade. É como estar em um nível menor do que se está na realidade. Por isso que comecei a contar do nível 0 ao 7, e não do 1 ao 8.

Muitos só sabem o que isso significa dentro da fantasia. Por favor, eu quero meu melhor amigo imaginário de volta. Até ele sumiu depois que entrei na adolescência. Nem ele acreditou nessa história de Épic Level.


Conclusão


Seguir um algorítimo bastardo para qualificar uma amizade não é algo sadio para ninguém. Simplesmente sabemos quem é especial e quem não é, e simplesmente elegemos nossos amigos e ponto final. Todo o resto das conclusões é ineficaz.

Então, você pode se perguntar, e com toda razão: Por que fazer um post tentando classificar um tipo de coisa abstrata como a amizade em um patamar escalável? A não ser que eu não tenha planos de me tornar um programador do jogo The Sims, realmente esse tipo de conceito parece completamente inútil. E aqui entra meu ponto: Quem disse que não quero programar nenhum jogo do tipo The Sims? Confesso que já até arrisquei duas tentativas fracassadas, uma sendo uma imitação barata daqueles tamagoshis, e outro sendo um simulador de texto baseado no incrível Real Lives.

Enquanto nenhum tipo de programação flui, o conceito para quem gosta de pensar no assunto pode ser refletido. Você seria capaz de aplicar um nível de amizade para as pessoas que conhece? Você realmente conhece quem te conhece? Pois é, como dizia Albert Eintein: "a imaginação é mais importante que o conhecimento". Por isso somos livres para imaginar, e pouco me importa saber a causa abstrata do sentimento, desde que eu possa ter uma forma de colocá-lo em pauta na minha imaginação.


A última parte dessa série é sobre o Amor Escalável, onde proponho e mais algumas ideologias absurdas a possibilidade de também deixar a imaginação criar uma escala simplista que levaria as pessoas a formarem um casal que viveria feliz para sempre. Pois é, eu estou treinando minha imaginação para algum dia escrever minha própria história de conto de fadas e ver se consigo desiludir algumas crianças no futuro. Muahaha >D

Se você achou tudo bizarro, não se desespere: O espaço para comentários esta aí, e caso o texto não te agrade, experimente outros mais  coesos como aquele post sobre falando sobre o karma (que até tem um vídeozinho para quem desprecia a leitura). Ou então dê uma volta para entender como funciona a censura capitalista e até mesmo embarque em conspirações fracas e deprimentes sobre a wikileaks.

E para acompanhar essa tríade sobre as três coisas escaláveis que mais serão grandiosas na vida, seguem os links:


Parte 1: Interesse Escalável → 3 interesses primordiais
Parte 2: Amizade Escalável → 7 passos para se ter um amigo
Parte 3: Amor Escalável → 3 etapas para notar um dos 4 tipos de amor


Veja outros textos que poderiam ser relacionados com amizade (ou não):

5 comentários:

  1. Legal, gostei do texto apesar de não concordar com isso ou aquilo xD
    Mas com isso você já tá acostumado, né?! Eu e você nunca concordamos com nada, ou quase nada Oo'

    Agora, vamos lá, pontos interessantes: Todos até Melhor Amigo e Epic Level xD

    Já acreditei muito em Melhores Amigos para Sempre Lalaia Laia Laia!!! Mas hoje, hoje...?! Tive experiências que me ensinaram que isso "no ecxiste", apesar de que eu adoraria que isso fosse verdade =='

    Classificar os amigos já é algo bem estranho, pense bem, se eu sou sua amiga e de mais alguém, e considero esse alguém mais importante que você, o colocando no patamar de Melhor Amigo Master Blaster, e digo apenas que você é meu amigo, o sentido de ser amigo acaba de ir pelo ralo, pra que ser amigo de alguém se a importância maior de vida ele dá pro Melhor Amigo? xD
    É frustrante você saber que é apenas mais um, então aprendi, jamais, nunca, never, classifique seus amigos, por nada nesse mundo!!! Até mesmo porque, esse tipo de classificação existe muito mais de você para os outros do que dos outros pra você, e isso só vai tornando tudo ainda mais frustrante rs

    Eu adoro a amizade do Sam e do Frodo, acho que eles representam muito bem o que é ser amigo, muito mais o Sam que o Frodo, mas tudo bem xD
    Acho que eles merecem respeito, e um dia tive uma amiga que nos comparou aos dois, disse que éramos tais quais, e não demorou muito...BOOM!!! Cadê a amiga? Tá por aí falando mal de mim xDDDDD

    Enfim, amigos são lindos, amados e ótimos ouvintes e conselheiros, mas...devem ser tratados como amigos apenas, e não como senhores em nossas vidas, porque quando isso começa, tudo passa de um favor a uma obrigação...e isso de confiança absoluta, eu concordo, é automático, porque se a gente se obriga a confiar, é porque a pessoa já deu motivos pra desconfiarmos, sendo assim, não merece esse tipo de confiança rs

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  2. Yep, Yep =D

    Por isso a parte mais "forte" do post está na conclusão, onde eu simplesmente digo que criar escalas e classificar amizades é inútil =D
    E o grandioso propósito é no máximo usar isso para criar joguinhos do tipo "The Sims" haha

    Mas não é um texto para se levar a sério, em nenhum momento, pois você viu ali de onde veio minha inspiração?
    O algorítimo da amizade aparece em The Big Bang Theory, uma série de comédia xD~

    Agora falando sério: A melhor explicação sobre a amizade, desconsiderando essas divagações do texto, pra mim ainda está na definição de Aristóteles, que classificou a amizade de um modo bem prático... vou copiar e colocar aqui o trechinho:

    "Aqueles que tem Amizade desejam o bem do amigo de acordo com o motivo da sua amizade; desse modo, aqueles cujo motivo é a utilidade não tem Amizade realmente um pelo outro, mas apenas na medida em que recebem um bem do outro. Aqueles cujo motivo é o prazer estão em caso semelhante: isto é, tem Amizade por pessoas de fácil graciosidade, não em virtude de seu carácter, mas porque elas lhes são agradáveis. Assim, aqueles cujo motivo da Amizade é a utilidade amam seus amigos pelo que é bom para si mesmo; aqueles cujo motivo é o prazer o fazem pelo que é prazeroso a si mesmo; ou seja, não em função daquilo que a pessoa estimada é, mas na medida em que ela é útil ou agradável."

    Ou seja, não existe realmente a amizade, porque ela sempre é ligada a um tipo de interesse específico. O texto completinho é bem longo, mas a reflexão é boa =D
    É mais um daqueles textos dizendo: "Só confie em si mesmo" xD

    Ah, e obrigado pelo comentário! =D

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  3. Poxa, eu acho que já escrevi sobre isso em algum dos meus textos xD

    Nenhum tipo de relação interpessoal existe sem que haja algum interesse, ou seja, somos todos interesseiros, ainda que não seja no dinheiro da pessoa (que é a maneira mais evidente de interesse), sempre nos interessamos em algo que ela pode nos oferecer, e normalmente não é aquilo que vem do caráter do indivíduo "amigo", mas daquilo que ele pode nos oferecer, exatamente o que o texto postado diz, uma utilidade...

    Infelizmente as coisas são assim, nada existe sem que haja uma troca, a questão é, em que depositar essa sua troca...rs
    Alguns dizem que devemos trocar afeto, virtude, boa vontade, compaixão, amor, fidelidade, mas...ainda assim seria interesse, já que normalmente fazemos dos outros espelhos que apenas nos refletem, portanto, se te dou amor, quero amor de volta, na mesma medida ou até em quantidade maior, assim também com a atenção e todas as demais coisas consideradas próprias da "amizade".

    Parecemos dois desiludidos, de fato, falando esse tipo de coisa, mas, até onde manter a ilusão é algo saudável? (Lembro de um post seu sobre isso rs)

    Enfim, o ser humano em si é um ser egoísta, tentar lutar contra isso é burrice, o que temos que tentar é realmente nos defendermos dos demais enquanto protegemos nosso próprio queijo (Quem Roubou Meu Queijo?!).

    E lembre-se sempre: "A vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena". xD

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  4. Poxa, sensacional o seu texto. Voltarei mais vezes por aqui :)

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