terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Viagens no Tempo com Rpg

Pois é, de novo. Na verdade é a primeira vez que falo sobre isso aqui no blog, mas certamente é um dos assuntos mais repetidos principalmente entre nerds como eu.

Falar de viagem do tempo é muito legal porque envolve um tipo de coisa que tem seu cunho de probabilidade, e por isso está um passo além de simplesmente ser um sonho intangível.

Mas é impossível não ficar maluco diante de tantos paradoxos que surgem nesse assunto, e todas as teorias apresentadas pela ficção sempre podem gerar um debate do tipo: "ah, mas se ele mudou isso no passado, então como é que aquilo ainda ficou no futuro?"

Uma analogia Rpgística


Como eu gosto de jogos de Rpg, vez ou outra já tentei brincar com viagens no tempo dentro das histórias que contava. E como é natural acontecer, eu já tinha uma espécie de roteiro pronto, onde bastava ir contando os eventos dessa história para deixar os personagens dançando conforme a música.

E aí eu rabiscava no papel o que iria acontecer e deixava os personagens seguirem por aqueles passos, até que inevitávelmente eles mudavam o curso da história. O que eu já tinha planejado para acontecer no jogo continuava escrito no papel, e por isso, de alguma forma já havia acontecido, embora uma nova história estivesse sendo contada naquele momento.

Finalmente, algum mago metido a desvendar evocações perigosas usava alguma magia apelativa para manipular o tempo e voltar para o passado. Por sacanagem, eu remetia ele não para o passado que ele já havia vivenciado, e sim por aquele outro que estava escrito no papel, onde certas coisas eram diferentes. Eu alegava que as coisas estavam diferentes porque no passado original ele não havia voltado no tempo, e por isso o passado que ele está agora é diferente do atual.

Você consegue ir levando o jogo dessa maneira, mas uma vez que coloca a manipulação do tempo em questão, facilmente se perderá nos paradoxos mais óbvios. O viajante do tempo estará no passado, mas os outros personagens não. Mesmo que você queira recontar uma história diferente para aquele jogador que voltou para o começo da aventura, infelizmente os outros vão querer continuar de onde estavam.

E aqui chega ao ponto chave de minha consideração: Se cada pessoa é única, então o "seu eu" do passado é diferente do "seu eu" do futuro? No Rpg sim, pois como os jogadores não iriam querer ficar jogando em dois tempos cronológicos diferentes, então assume-se que a consciência dos seus atos não poderia vigorar no passado e no futuro ao mesmo tempo.

Teorias, teorias...


E eu sei que já prometi (prometi?) não falar mais de Lost, mas uma coisa puxa a outra. Lost conseguiu justificar que sua mente, por mais incrível que seja, não consegue administrar a situação das viagens do tempo quando ocorrem na prática. Eu achei isso uma saída muito eficaz e completamente aceitável. Afinal, só de pensar a fundo nesse assunto eu já fico meio maluco.

Para completar a maluquisse, é altamente recomendável que você escute dois episódios do podcast do WeRgeeks, onde eles discutem com muito mais conteúdo prático as teorias reais que suspostamente acontecem/aconteceram/aconterão bem debaixo dos seus pés:


De volta para o... Rpg?


Tudo isso até aqui foi para exemplificar o quanto é complicado "brincar" com viagens do tempo, não importa o quanto certos físicos aleguem tal probabilidade.

E só para completar minha analogia ao Rpg, vamos considerar que algum personagem da época atual também decide voltar para o passado, e o outro do passado resolve ir para o futuro. Se cada vez que eles fazem isso for gerada uma dimensão paralela, então é necessário assumir que há um número infinito de dimensões paralelas no universo. Existir uma, duas ou três dimensões até é aceitavável, mas infinitas?

É como aquela outra teoria de que o nosso universo na verdade é o buraco negro de outro universo maior, que consequentemente é de outro maior e assim por diante infinitas vezes. Na vida real, só pensar em qualquer coisa que destrua os limites de probabilidade é sempre mais difícil e soa como babaquice loucura.

Seja num jogo ou na realidade, é necessário que coloquemos uma barreira para limitar nosso conhecimento sobre algo e garantir a existência da ignorância sobre qualquer assunto. Para a ciência, é muito mais fácil simplesmente encontrar alguma equação maluca que ninguém entenda mas que teoricamente soluciona tudo. Para a ficção basta centrar a história em um personagem e ignorar todo o resto.

Finalmente, para a questão do Rpg, a solução pode ser simplesmente dizer ao jogador: "você não pode fazer isso", ou então tentar se aventurar nessa idéia e rolar 1d10+1 para sortear qual foi a dimensão da vez. E sabe uma coisa legal dessa teoria que diz existir outras dimensões? É que de legal isso não tem nada! Pelo menos não dentro do jogo de Rpg, já que o jogador pode alegar que se ele morrer, na verdade apenas uma versão dele morreu, mas existem outras espalhadas pelo mundo cada vez que ele quiser utilizar a bendita magia.

Chega um momento em que até pensar sobre o assunto se torna chato e estressante, já que não há como criar uma resolução para resolver todos esses impasses. A ficção já tentou fazer isso de várias formas, e hoje em dia temos vários tipos diferentes de viagens no tempo, como a a mental, a paradoxal, a inútil, etc.

Qualquer dia eu volto no tempo post, e faço uma edição aqui para falar mais sobre esse assunto. Mas, enquanto a máquina do tempo está em construção, aproveite para deixar sua mensagem registrada dizendo como seria sua teoria sobre isso.

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