placebo | s. m. : Med. - Substância neutra administrada em vez de um medicamento, como controle numa experiência, ou para desencadear reações psicológicas nos pacientes.
Além do significado principal, Placebo também é o nome de uma banda de rock inglesa. E agora, faça a junção desses dois significados e você tem uma história envolvendo duas pessoas reais, em um mundo real, mas cujas mentes recebem o contraste da aplicação do Placebo em suas vidas.
Post dividido em 4 partes, contando a saga de um cara banal entorno do show que aconteceu no Credicard Hall de SP dia 17/04/2010. Veja a Parte 1 clicando aqui.
Veja as Partes Anteriores:
Parte 3: Administrando Doses de Placebo
"Agora não há mais como voltar atrás". Eu disse assim que olhei para os ingressos em minha mão. O peso daquele pedacinho de papel era tamanho que minhas mãos tremiam. Eu estava dividido entre a conquista de ter dito para mim mesmo que eu era capaz, e o medo incontrolável de ver tudo se frustrar dali um mês.
A única coisa que eu tinha para meu conforto, era o fato de eu não ir lá sozinho. Aliás, eu nunca iria em um lugar desses sozinho, visto que para mim, a única diferença entre ouvir música ao vivo e no mp3 era a falta dos botões de pause, volume e navegar pela playlist. Mas pensando bem, mesmo acompanhado eu não iria em um evento desses; Nem me lembro o quantos convites já recusei, desde aniversários, festas para isso ou aquilo ou churrascos. No começo você recusa tudo sem pensar, ai depois de um tempo nem te convidam mais.
Então, quando paro para refletir minhas decisões, percebo que havia alguma coisa diferente que fez eu seguir até o fim com aquela ideia do show. Alguma coisa que havia mudado minhas atitudes, e feito perceber que eu ainda não havia dominado a razão sobre uma emoção.
Acontece quando você ignora todos os defeitos de uma pessoa, muda seu comportamento e fica mais bobo de que o costume. Infelizmente, quando isso não é recíproco, o que poderia um dia ser o amor, se transforma em angústia. Ou, um pouco mais do que isso, uma angústia inexplicável, como bem vi relatado nesse blog.
Para passar o tempo e me distrair de modo lógico, resolvi respirar fundo e deixar as coisas acontecerem no seu andar normal. Passei a conhecer mais sobre os integrantes e ouvir as músicas da banda de modo a me sentir mais próximo daquele evento. Separei as músicas que eu mais tinha gostado e deixei-as tocando em loop pelo máximo de tempo que eu pudesse ouvir. Como meu inglês
Naquelas doses de Placebo, sem me preocupar com superdosagem, eu até fiquei realmente fascinado com algumas músicas que tinham parte de mim estampadas nela. Só para citar uma delas, que tal Julien com seu refrão "...você é um suicídio em câmera lenta"?
Eu sabia que quando o tempo passasse e tudo chegasse ao fim, aquilo se acabaria pra sempre. A eterna lei sábia de que "a gente só gosta de quem não gosta da gente" é um fato concreto. Ela mesma já havia me dito que tudo sobre mim era apenas um pouco de amizade. E eu? Ao mais belo ritmo da música For What it's Worth, cantando animado: Got no friends, got no lover.
Dentro de mim havia esperanças de alguma coisa subitamente mudasse tudo, que um mundo surgisse diante de mim, ou que eu acordasse de vez daquele sonho inédito. Quase que como resposta divina a meus desejos, o dia do show chegou, e ali minha ansiedade atingiu seu ápice. Era como se fosse eu um artista estreando pela primeira vez num palco, e não alguém que, como qualquer outro, aproveitaria tal espetáculo.
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