sábado, 9 de fevereiro de 2013

O que é a felicidade? [3]


Esse post é a parte 3 de um texto bem maior envolvendo a felicidade. Eu aconselho que você leia, se tiver tempo de sobra e carência de ócio, a parte 1 que fala principalmente sobre a felicidade referencial. Ou seja, quando nós somos felizes usando algum referencial para isso. Na parte 2, eu tento propor se é possível que sejamos felizes sozinhos, e tem até um vídeo muito bom para embasar um pouco a leitura. E finalmente, aqui volto com esse texto, para visionar que tipo de felicidade você busca, uma vez que, todo mundo busca - ou buscou - por isso.

Os 3 tipos de pessoa

Só existem três tipos de pessoas nesse mundo no quesito da felicidade. Há aquelas que são felizes e as que tentam ser felizes. Infelizmente, também há aquelas que desistiram de tentar uma coisa ou outra. Por isso, a desistência geralmente é o espaço mais profundo do poço em que se cavou para si. Sempre que desistimos de qualquer coisa, acabamos de tornar tudo envolvido até aquele momento um desperdício de tempo.

Então, acredito que se o caminho envolto de si não é felicidade, vale a pena seguir o outro, que é o de tentar ser feliz. E durante a tentativa, o processo tem tudo para ser divertido, uma vez que você está tentando. É como uma criança que está aprendendo a dar os primeiros passos. Existe a insegurança e o medo, mas eles vão sendo vencidos diante de todo aquele estupor de conhecimento que a criança vai adquirindo enquanto desbrava o desconhecido.

Obviamente, tudo poderia ser mais difícil se a criança não fosse encorajada por ninguém a dar seus primeiros passos. Se ela tivesse que descobrir como andar sozinha, ela levaria mais tempo para aprender (se é que de fato aprenderia), mas ao mesmo tempo também cairia mais, se machucaria mais, e não temeria a queda assim que dominasse seus passos.

É fato que deixar de tentar ser feliz e se transformar em uma pessoa feliz é um processo longo, e que muitas vezes não tem conclusão. O problema mesmo é a desistência no meio desse caminho. Porque se você para de tentar, automaticamente também para de progredir, já que tudo o que fez naturalmente na vida foi tentar ir atrás da felicidade.

Por isso que eu disse só existirem três tipos de pessoas. As que chegaram e usufruem da felicidade (ou já nasceram com a tal) e as que estão na luta. O terceiro tipo é aquele que parou no caminho, é aquele que desistiu e não tem perspectivas de continuar a jornada.

Eu sei que certamente não estou no primeiro tipo de pessoa, mas também sei que não quero ficar no terceiro tipo. E você?

O tipo 1: Uma pessoa que É feliz


Nunca vou me esquecer de um dia, quando ao sair da faculdade, um colega meu declarou: "Ah, eu não gosto de Fulano. Ele é... sei lá, sempre muito feliz". Na época eu achei um absurdo alguém criticar outra pelo aspecto menos provável possível. Isso deve ser inveja, eu declarei, quase de modo automático. E a resposta, foi no mínimo interessante: "Não, eu não gosto de pessoas muito felizes, porque elas parecem que não entendem que o mundo não é assim, tão feliz como pensam".

O detalhe disso, é que meu amigo que criticava, também era uma pessoa feliz. Mas era diferente do outro pelo simples motivo: ele ria e contava piada para animar as pessoas, mas sabia o momento certo de que tinha que ser sério e sensato. O outro fulano não tinha isso, era do tipo que abominava tanto o negativismo, que era provável que se você dissesse pra ele que um ente querido morreu, ele iria contar alguma história animada para tentar elevar seu humor, quando na verdade, tudo o que você queria era um pouco de condolescência.

Então, eu me peguei entendendo que existem pessoas que são felizes, simplesmente porque elas não compactuam e não fazem as experiências negativas ganharem espaço dentro delas. Ao mesmo tempo que podem parecer inconvenientes em algumas ocasiões, elas são aquelas que atraem uma boa energia ao redor e revigoram espaços que parecem doentes de espírito.

Mas os excessos é que são o problema. Tem até aquela música do Frejat que diz: "Rir de tudo é desespero". Ok, então, partirmos do pressuposto que não é interessante almejar ser feliz. Nesse caso, temos uma outra opção melhor. Que é a do caminho para chegar nessa condição indesejada que disse agora.

O tipo 2: Uma pessoa que TENTA ser feliz

Desde já, que fique claro que essa tentativa é a única que precisa se manter sempre como uma tentativa. Ao passo que sempre encontre novas maneiras de buscar e renovar os caminhos que te trazem alegrias.

Imagine a vida das pessoas na época em que, por exemplo, os dentistas ainda não tinham anestesias e toda tecnologia em volta de uma extração de dente era arcaica. Para todos àquela época, ser feliz podia significar ter a sorte de não cruzar com um dentista na vida, ou caso esse fosse o destino inevitável, então a plena felicidade seria esperar que a dor passasse mais rapidamente. Hoje em dia, não sentir dor parece soar quase como uma obrigação, e felizmente as nossas metas de felicidade em uma simples necessidade de ir ao dentista consiste em ganhar tempo na fila ou coisas assim.

Se a meta da felicidade muda com tanta rapidez, então parece óbvio que encontrá-la não é a mesma coisa que passar todos os dias de sua vida atrás de uma felicidade. Correr atrás de um sonho, como dizem, é besteira. Você deve correr atrás de muitos sonhos, e não só de um. Não deve condensar a felicidade em um único ponto, não deve fazer de sua meta uma caça pela Arca da Aliança. Porque, já pensou se não encontrá-la? Não é porque você só tem uma vida que só precisa ter só uma busca por algo que te faz feliz. Tudo o que precisa, é ser tão rápido quanto procurar anestesiar uma dor de dente; e para isso só basta definir metas palpáveis e segui-las. Tudo a curto prazo, sem dar muita vazão para o futuro, que certamente não será o que você está imaginando hoje.

O tipo 3: Uma pessoa que Desistiu

Algumas pessoas desistem fácil. Tentam juntar dinheiro para comprar uma camiseta azul e se contentam em não comprar nada só porque gastaram tudo com outras futilidades no caminho. Mesmo que a camiseta azul fosse um exemplar raro que traria muita alegria, ainda assim a desistência foi feita porque outras alegrias menores pareceram entrar no caminho. Desistir é algo comum, e pode até ser considerado como sabedoria se você desiste de algo que não vai te levar a lugar algum, mas quando existe uma possibilidade real, então desistir é tolice. Mas mesmo assim, algumas pessoas desistem. Porquê?

E por isso considero aqui o terceiro tipo de pessoa, que é aquela que nunca vai ser feliz, e tão pouco não vê motivos para tentar ser feliz. E sua vida é uma tristeza tão profunda que certamente um dos caminhos aqui podem até incluir suicídios ou depressão. Mas mesmo assim, muitas vezes isso não chega ao extremo, porque uma pessoa que desistiu de ser feliz não necessariamente desistiu de viver.

Ela vive, mas numa vida tão mórbida, que para ela viver é isso e está ótimo. O conceito de felicidade dela é pequeno, pois esse tipo de pessoa tem como meta de vida apenas a sobrevivência. Ela apenas quer viver, e fazer sua história no mundo uma simples história mundo - seja por escolha ou por imposição social. E esse tipo de pessoa não é feliz, e nem tenta mais ser feliz. Apenas desistiu.

Conclusão

Eu mesmo já vivi estressado ou triste sem ao menos saber o motivo. Ou ainda pior do que isso, vivia infeliz sem saber que estava infeliz. Às vezes me pegava divagando sobre as doenças que o stress poderia causar, e quase não acreditava que aquilo seria possível de acontecer; afinal de contas, se você não se sente bem com algo que faz, então porque continua fazendo?

Uma pessoa feliz é aquela que conseguiu incorporar a felicidade para sua realidade, e não precisa assistir um filme para ter seu estado atual modificado. Isso porque ele não será; uma pessoa que é feliz também tem seus problemas e desilusões pessoais, mas aquilo para ela é uma fuga da realidade e não o contrário.

Fazer o que gosta, conseguir descobrir uma forma para encontrar a liberdade que procura, ou sei lá, sempre ir atrás daquilo que lhe é bom são tentativas de ser feliz. E não importa o que você está fazendo, tente considerar um pouco que a desistência é só uma opção, e não a história que está escrita para você.

"Para ajudar aos outros, primeiro ajude a si mesmo".


Esse texto, por ser parte de uma saga, tende a ser chato. Na verdade, mesmo que fosse apenas um texto avulso, também não seria diferente. Como vê, sou infeliz na tentativa de fazer posts legais, e essa é sua oportunidade de deixar um comentário e ajudar na minha meta de tentar ser feliz lendo algo por aqui.

Carnaval → algumas considerações sobre o Carnaval
O que é a felicidade? → a parte 1 desse texto
Acaso x Destino → Será que seu futuro já foi escrito?
Depressão → Apenas para relembrar que essa doença maldita existe
Se vivemos em sociedade, tal como um organismo, ser triste influi naqueles que estão próximos. E aqueles, caso se abatam, irão contagiar outros e o efeito em cadeia pode ser muito grande.

Confira todas as partes dessa saga O que é a felicidade?: [parte1] [parte2] [parte3]

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