sábado, 14 de abril de 2012

Viagens no Tempo sem Rpg

Está aí uma coisa legal para discutir, que é tão legal que não leva a lugar nenhum. Falar de viagens no tempo é uma forma de usar a imaginação para especular ideias incríveis que certamente tem poucas chances de ocorrer. Eu já falei das Viagens no Tempo com Rpg no ano passado, e agora volto para falar delas de modo mais conciso. O primeiro ponto, antes de mais nada, é que eu sei que existem outros tipos de viagens, e o link com todos os 22 tipos de paradoxos podem ser lidos aqui. Mas, mesmo assim, nunca me enjoo de falar sobre essa máxima da Ficção Científica, e como eu sempre posso voltar no tempo para vislumbrar sobre isso, então cá aqui mais uma oportunidade.

Viagem Dimensional

Esse é o tipo de viagem que citei no meu exemplo com o Rpg. A Viagem Dimensional ainda é uma das mais aceitas pela ciência, caso algum dia desses construam uma máquina do tempo. Nesse tipo de viagem, cada vez que volta para o passado ou vai para o futuro você cria uma linha do tempo diferente, de modo que isso tire todas as preocupações sobre porquê aconteceu isso lá e não acontece aqui. Em outras palavras, esse é o estilo mais fácil para se criar uma história de ficção coerente, já que não há como se preocupar com nada. Um filme que usa esse tipo de conceito aliado a teoria do caos é "Lola Rennt", (ou no Brasil "Corre, Lola"), em que as viagens no tempo tem aquele jeito de ser dimensional.


Viagem Paradoxal

Acho essa uma das mais legais, embora seja a mais difícil de ser resolvida. Aqui você volta para o passado e tem que lidar com todos os paradoxos envolvendo a mesma linha de tempo que levou você até lá. Se morre no passado, então como explicar o fato de que no futuro você tem que estar vivo para construir a máquina do tempo?

Sinceramente eu sempre tenho medo de qualquer história que envolva esse tipo de viagem, simplesmente porque as chances de se criar furos de roteiro aqui são gigantescas. Basta você esquecer um detalhe bobo, do tipo: "eu fui pro futuro levando uma caneta comigo, mas cinco minutos depois eu voltei para o passado e destruí essa caneta antes de eu levar ela pra lá". Pronto, você criou um erro e nunca mais sua história será a mesma. Nunca será possível responder todas as perguntas e qualquer um que tente te ajudar a pensar no assunto ficará com os miolos cheirando queimado.

O inesquecível "De Volta para o Futuro" tenta lidar com isso construindo um roteiro que responda essas perguntas e crie respostas que funcionem naquele mundo. Não deixa de ser uma viagem em que você lida com paradoxos, mas pelo menos eles tem uma resolução aceitável. Isso é, se você não muda nada de modo muito forte, então você está lidando com a mesma linha do tempo, e caso a mudança seja impactante demais, então a linha se quebra em uma outra dimensão.



Viagem Mental

Quando Lost se atreveu a mexer com viagens no tempo, eu fiquei com medo de ver uma das minhas séries prediletas entrar em ruína. Contar uma história que tenha viagens no tempo é tão arriscado que tem o poder de tornar tudo muito legal ou muito ruim. E Lost foi ainda mais além, misturando vários conceitos sobre o assunto num lugar só. E como ela tratava com todo respeito a comunidade científica e religiosa, então era óbvio que aquilo só terminaria bem se tivesse sido muito bem conectado.

E no meio de tantas ideias novas e bizarras, eles apresentaram uma particularmente interessante, que é a de projeção de consciência. A projeção de consciência, seria como se você pudesse recordar do passado, mas recordasse dele tão bem que pudesse criar interações e essas interações tivessem impacto depois que você voltasse para o presente. Isso é interessante porque pode ser explorado de muitas maneiras, desde sonhos, alucinações, doenças, etc. O excelente filme de 2011 Source Code (Contra o Tempo) é um desses filmes que explora a projeção de um modo fantástico.

Uma história que tenha como foco a viagem mental pode até ser encaixado dentro das viagens inúteis, já que você pode conseguir mudar as coisas e depois alegar que não conseguiu porque estava sonhando. O final tem grandes chances de ser muito frustrante, mas com certeza ficará bem explicado.


Viagem Inútil

Eu chamo de Viagem Inútil por falta melhor de nomear aquele tipo de viagem no tempo em que você não pode fazer nada lá porque o que foi feito já foi feito. Não importa quantas vezes se tente matar seu avô, ele sempre vai se safar para que você possa nascer no futuro e construir uma máquina do tempo que crie esse hábito em looping. Normalmente, esse tipo de viagem geralmente envolve algum fator maior do que tudo e inexplicável, como o destino. Quando se acredita no destino as coisas também ficam fáceis, já que você pode dizer que tudo aconteceu porque tinha que acontecer, e se tiver que ser, será. Ou seja, não há muita preocupação com a interação da máquina do tempo, e sim com o desfecho. Muitos filmes usam esse conceito, e a mensagem no fim é sempre a mesma: "foi tudo inútil".


Conclusão

Pois é, de novo. Na verdade é segunda vez que eu posto sobre isso, mas pode ser a primeira que você lê sobre isso aqui no blog, principalmente se leu tudo até aqui, mas não leu o post anterior. E quando se fala sobre o tempo, as viagens sobre o assunto são tão grandes que dificilmente algo será encerrado. Pois é, de novo. Na verdade você pode ler isso aqui infinitas vezes, e no fim das contas fez uma viagem no tempo: perdeu tempo. Pois é, de novo.

Depois de uma chuva de posts abordando mais o aspecto comportamental, eis que surge um tão desnecessário quanto os demais, mas serve para dar uma quebra nas desilusões envolvendo pessoas. Se bem que ainda acredito que inventarão uma máquina do tempo, e enquanto não inventam, tudo o que me resta é continuar desiludindo em mais posts como esse.

Extremamente Simples →  Post anterior sobre a mente descontínua.
Viagens no tempo com Rpg → A origem do do post atual
Ano Novo? → Você voltaria no tempo para ter um novo ano novo?
Desilusões do Tempo Porque o importante é desiludir com o tempo.

4 comentários:

  1. Achei que eu fosse a única a assistir "Corra, Lola, Corra" kkkk...

    Gostei do post, foi divertido ler, e também me fez pensar, e se eu já li esse post antes, e se antes de você escrever aqui nessa dimensão eu já o houvesse lido numa dimensão anterior a essa onde o tempo contínuo já foi desmembrado e decodificado?!

    Você nunca vai saber, mas gostei, só fiquei com preguiça de ler o anterior sobre o mesmo assunto, mas uma hora dessas eu leio xD

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  2. Yooo! Valeu pelo comentário ^^

    "Corra, Lola, Corra" é muito bom, tem o ritmo todo frenético, rápido... esse é o tipo de filme que assisto sem pausar xD

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  3. Tirando a parte de Lost, ficou legal.

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    1. É, trocadilhos a parte; me perdi. Mentira, na verdade agora que vc disse eu fui reler o post e vi que realmente o trecho sobre "Viagem Mental" não faz muito sentido, já que o último fala exatamente da mesma coisa: Viagens no tempo inúteis... rs

      Ah, e valeu pelo comentário =D

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