quarta-feira, 20 de abril de 2011

A Corrente da Motivação

A primeira vez em que assisti uma palestra motivacional, eu não era apenas um simples espectador. Eu estava com minha moral erguida ao ápice ao lado do palestrante como colaborador e assistente. Hoje em dia uma simples idéia de eu estar frente ao público me assombra; não apenas pelo medo e ansiedade, mas por pensar que eu mudei: eu desenvolvi um medo por algo que eu fazia e nem tem muito tempo assim.

Gosto de dar conselhos e poder ajudar quem me pede ajuda. Mas, infelizmente eu sei que muitos dos conselhos que procuramos ouvir vêm dos momentos em que não estamos nos sentindo bem. E aí, quando se está mal, muitas vezes é quando sua reflexão fica inclinada a por em prática qualquer coisa que pareça fazer um mínimo de sentido.

O fato é que qualquer pessoa lhe dizendo: "Basta você mudar seu jeito", ou "Vai lá e faça" não funcionam. Essas dicas são sempre tão óbvias que se tornam tolas. Ninguém modifica seu jeito instantâneamente, embora possam modificar ao longo do tempo. Ou mesmo tomar uma atitude não é algo que é tão fácil para todo mundo. A única forma desses conselhos funcionarem seria através de uma variável chamada Motivação.

A motivação é a única coisa realmente capaz de mudar uma pessoa e fazer com que todos os conselhos outrora fúteis ganhem sentido. Para alguém motivado, dizer "vai lá e faça" é o empurrão que ela precisa para uma mudança radical de estado de espírito. Mas, sei que o que vou dizer parece óbvio, mas todo mundo que está em uma situação ruim e pede ajuda, certamente o faz porque essa mesma motivação está baixa.

Talvez isso seja o verdadeiro problema ante qualquer mudança. É como se existissse algum um tipo de corrente envolta de si, e para essas pessoas a força dessa corrente é sempre maior do que a força de vontade. E aí meu caro, não há motivação capaz de tirar esse alguém do fundo do poço nessas horas.

Colocando a lei do positivismo em prática, então ter pouca força de vontade é um preço que você paga pelos problemas que tem; e sua falta de determinação ou garra são teus inimigos primordiais contra a felicidade. Vencer esses inimigos deveriam ser a prioridade antes de qualquer mudança, e nunca o contrário. Se você, às vezes, sente que há uma corrente em torno de si, então porque raios tentar descobrir até onde ela estica (se é que estica) ao invéz de tentar destruí-la?

Esse post não é mais uma sessão de #mimimi, mas sim uma idéia avulsa de reflexão para que se entenda porque tudo é sempre mais dificil quando se está mal. O problema é a corrente invisível que lhe prende, e sua força de vontade faz toda diferença nesse momento. Se parece-lhe dificil escapar dessa corrente, então é sinal que sua força de vontade é fraca, e tudo o que pode ser feito é chorar mais essa desilusão até que o tempo cure vossas feridas.

Ah, o tempo... se você ainda não leu meu outro post falando desse sádico senhor da razão, clique aqui e o faça. Eu gosto tanto desse assunto que também falei de seus paradoxos nesses outro post aqui. O tempo é o responsável por suas mudanças, e se há uma forma de você conseguir adquirir força de vontade, essa forma seria atravéz do tempo, com pequenas mudanças que agora parecem insignificantes, mas que no futuro farão toda diferença. E o segredo para enfrentá-lo ou se aliar com ele? Motivação.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Dança de Salão. Ou não. [3]

Finalmente, posso estufar o peito e dizer: Sobrevivi.

Segue a parte final dessa saga incompleta sobre as aulas de dança que até hoje não entendo como prosseguiram. Você pode ler a parte 1 para saber como tudo começou clicando aqui, e depois já emende e veja a parte 2 para entender o que tem a ver esse post aqui.

Parte 3: Olhando Através do Espelho

Eu nunca havia feito isso, mas confesso que foi fabuloso. Não estou falando da dança em si, mas do fato de Olhar Através do Espelho. Essa metáfora se cria com uma frase sensacional de Jostein Gaarder (autor do livro "O Mundo de Sofia") que fez todo o sentido do mundo para mim em um único dia:

"Nós enxergamos tudo num espelho, obscuramente. Às vezes conseguimos espiar através do espelho e ter uma visão de como são as coisas do outro lado. Se conseguíssemos polir mais esse espelho, veríamos muito mais coisas. Porém não enxergaríamos mais a nós mesmos"

Eu tive essa epifania da vida outro dia, quando eu olhei no espelho e não me reconheci. Eu lembrei da minha personalidade fechada dentro de uma caixa, e constatei que alguém que dançava não fazia parte da personalidade naquela caixa. "Esse não sou eu", repeti para mim mesmo com toda a convicção de quem diz uma verdade óbvia.

O meu eu natural anda cabisbaixo por ser corcundo, não faz movimentos corporais por que aprecia o sedentarismo e ignora os erros que comete todo dia porque não tem muita motivação para repará-los. O meu eu natural foge de festas e ataca pedras contra a parede do concreto mais resistente, com a esperança de que elas ricocheteiem e lhe flagelem, ao invés de tentar destruir. O meu eu natural, como ficou bem claro, é um completo imbecil.

E como qualquer imbecil, eu sabia que as coisas que estava fazendo no momento não eram as coisas que eu faria se fosse eu. Conversa de louco, ein? Mas vamos resumir para o foco principal desse post, que é a relação entre as aulas de dança e minha motivação a continuá-las (Como se isso importasse à alguém).

Carga Dramática

Já faz alguns meses que estou nas aulas de dança e ainda continuo sem conhecer quase totalidade das danças básicas existentes. Nem o nome e como são os movimentos eu faço ideia. Em parte disso é porque as aulas que faço costumam focar uma temporada em cada tipo de dança específico, e até agora tudo o que consegui compreender superficialmente foi o Tango.

O Tango, por ser uma dança mais "triste", completamente densa e fria, não poderia ter ocorrido melhor experiência para mim. Dançar com o peso da raiva do mundo dava a chance que eu precisava para dizer: "Eu sou bom nisso". E cada vez que eu escutava outros alunos reclamando que achavam o tango muito difícil, mais certeza eu tinha de que aquilo era o tipo de dança certo pra mim.

Mas tudo acaba, e depois das férias de fim de ano, ninguém mais falava do Tango, como se o mesmo fosse um mero intruso que apareceu, tentou levar seu drama para os alunos, e sucumbiu ao fracasso porque ninguém mais o respeitava tanto quanto eu.

O pulo do gato, como eu senti, iria ser direto para um precipício, porque agora as aulas caminhavam para o samba de gafieira. Samba? Não, eu não poderia estar ouvindo aquilo. Um tipo de música que detesto iria saltar aos meus ouvidos e movimentos durante os próximos meses. Eu não estava certo de que iria aguentar aquilo. Era trágico; e tragédia por tragédia eu ainda preferia o tango e sua carga dramática.

Gafieira Perigosa

Tenho uma teoria real caótica de que muitas coisas só evoluíram graças à alguma desgraça. A internet que você usa e metade das tecnologias e "luxos" nasceram pela e para guerra. O carnaval que eu detesto, mas muita gente adora, poderia ser diferente se não fossem os escravos. E por falar em escravidão, será que as pirâmides do Egito ainda seriam consideradas maravilhas do mundo se não fosse por eles?

Muita coisa ruim precisa acontecer para que uma boa suplante seu lugar. Assim como a própria gafieira, que é a dança do sujeito malandro que está sempre pronto à matar àqueles que tentem se aproximar da sua parceira. Originalmente, ao que aprendi, o homem dançava a gafieira com uma das mãos puxando a mulher e comandando seus movimentos para que ela ficasse sob sua proteção. E estrategicamente à isso, a outra mão dele ficava em um dos bolsos, e lá mantinha um canivete pronto para o ataque surpresa.

Claro que isso já tem séculos, e hoje em dia é apenas uma dança tocada em bailes, cuja proposta é a diversão. Mas parte da essência da malandragem do homem e delicadeza da mulher continua visível ali.

Lapidação do Espelho

Eu sinto que, de alguma forma, quando você faz algo que não parece pertencer ao seu mundo, você está na verdade com as ferramentas necessárias para polir seu próprio espelho. Ele está diante de você pronto para te mostrar coisas novas que você jamais sequer acreditava existir.

Com a ferramenta em mãos, a lapidação só continua enquanto você vai diante desse espelho. E a medida que tenta enxergar através do mesmo, começará a deixar de ver sua própria imagem. A única pergunta que resta é: Será que haverá outro espelho atrás desse?

É isso o que eu estou tentando descobrir. Mas infelizmente, por enquanto tudo o que consegui foi só as ferramentas e ninguém para me ensinar a usá-las. Com azar eu ainda quebro o espelho, me diz o velho imbecil guardado em minha essência.

Às vezes eu olho para trás e lembro de coisas que eu conseguia fazer sem saber como eu fazia. Era como se fosse uma outra pessoa em meu lugar durante certo período de minha vida. Eu já cheguei a dar aulas como professor, e agora fico congelado até de ir na padaria comprar pão.

Talvez eu nunca tivesse realmente olhado através de espelho algum. Talvez fosse sempre um vidro do alto do prédio, onde a tentativa de lapidação apenas promove os riscos e arranhões para ver o que não se pode alcançar. Talvez... talvez eu nunca entenda o que raios foi aquilo e porque hoje é isso.

"Mesmo não sendo eu, eu gostei desse novo eu que eu mesmo criei para mim".

segunda-feira, 7 de março de 2011

A Explicação de Tudo [1]


Não, esse título não é pretensioso demais. A explicação para tudo, infelizmente (ou felizmente) é muito mais fácil de se conseguir do que você imagina. Isso porque A Explicação de Tudo está em você, está na forma de como você responde as dúvidas que surgem usando as evidências que tem.


Evidências Pessoais

Se alguém lhe pergunta, por exemplo, o porquê você detesta determinado alimento, a resposta é tão pessoal que qualquer coisa dita define o assunto. Mesmo que você nunca tenha parado para pensar a respeito, você consiguirá dar uma resposta convincente a si mesmo. Talvez diga algo como "ah, eu acho muito salgado", ou "putz, o cheiro é terrível", ou caso seja alguém fricknerd muito ecêntrico poderá responder: "pois é, eu não gosto desse alimento porque o teor de vitaminas que ele produz é inadequado à minha dieta, uma vez que já obtenho o mesmo tipo de vitamina com outros alimentos diferentes". Seja qual for a resposta, ela é correta por dois motivos: Você sente-se seguro de acreditar que não mentiu e, mesmo que tenha mentido sem saber, nunca haverá ninguém para desmentir uma resposta pessoal.

Ou seja, sua capacidade de responder não precisa buscar evidências complexas, como por exemplo: "Tenho um gene X no meu DNA que me torna predisposto a não gostar desse tipo de alimento". E vamos convir que esse conceito de DNA também é recente demais para estar em respostas mais antigas e naturalmente é complexo demais para ser compreendido por si mesmo, visto que não temos (ainda) uma visão muito detalhada do nosso próprio código genético. Na falta de evidências, qualquer resposta básica é suficiente, e ainda de quebra consegue explicar tudo de forma definitiva sem gerar novas perguntas (imagine você dando uma resposta que envolve conceitos de genética e se ver iniciando discussões infundadas sobre biologia? Não, obrigado. Simplesmente dizer que um alimento é ruim porque é amargo é muito mais fácil e correto).

Evidências Sociais

Se saírmos do contexto pessoal, a necessidade de evidências aumenta. Por exemplo, imagine que alguém lhe pergunta:

_"Porque você escolheu a cor do nosso tapete de azul?"

Tudo bem que pessoas sinceras egoístas podem até responder "eu escolhi azul porque eu gostei e dane-se seu gosto para o nosso tapete". Por mais verdadeiro que seja a resposta, geralmente o contexto social tem o poder de manipular verdade, ainda que ela continue verdadeira. A fim de evitar confusões você assume que "o azul é o que mais combinaria, você não acha?" ou "não tinha muitas opções de cores lá, e a azul foi que me pareceu melhor".


Conforme vamos aumentando a escala das pessoas que podem ter suas opniões sobre o assunto, a mesma verdade inicial vai se sofisticando e consequentemente transformando-se em outra coisa. A explicação do porquê comprou um tapete azul para a empresa onde trabalha não pode ser simplesmente "foi o que me pareceu melhor", porque você sabe que a sua resposta precisa convencer um número maior de pessoas, incluindo aquelas que detestam a cor azul. Então a primeira coisa a se fazer é aumentar suas evidências, sejam elas relevantes ou não. E partir daí, a verdade continua a mesma, mas desta vez ela requer argumentos que reforcem evidências.

As respostas começam a seguir padrões diferenciados, de acordo com a necessidade de se manter incontestável, ou numa forma de convencer aos outros de que sua escolha foi bem feita.

Até imagino alguém que tenha mais insegurança buscando argumentos em supostos superiores: "o azul segundo [nome de algum famoso] é a cor mais adequada para ambientes típicos como o nosso". E até memo aqueles que querem sentir-se donos da sabedoria: "O azul é o melhor, confie em mim e verá!". O.o'

Analogias a parte, onde eu quero chegar é no ponto de como a Explicação para Tudo é muito superficial, já que ela depende exclusivamente de uma fórmula simples:

| verdade = ponto de vista + evidências - pessoas te contradizendo


Evidências Universais

Finalmente chega um momento em que a resposta para uma pergunta sai dos eixos pessoais e sociais e passa a ser de teor universal. Por exemplo, se alguém lhe pergunta "Porque formam-se raios em uma tempestade?", como seria a resposta para isso?

Alguém que nunca pensou a respeito diria: "Não sei". Afinal de contas, é arriscado você responder alguma coisa que provavelmente muitas pessoas saibam e você não. Alguém no mundo já dedicou horas de estudo atrás dessa resposta e provavelmente ele estava certo. Então, tudo o que você pode fazer para responder essa pergunta é pesquisar e ouvir uma resposta que a partir de então assumirá como verdadeira e passará adiante.

Agora leve essa mesma pergunta para uma época medieval distante onde sua vida se resumisse a uma tribo indígena. Se você, naquele mundo pequeno e limitado é surpreendido por essa mesma pergunta, provavelmente sairia uma resposta. Isso porque você não teria medo de responder errado, já que ninguém da sua tribo sabe a resposta também.

Você diz: "Eu acho que os raios se formam porque tem alguém lá em cima querendo avisar que tem tempestade vindo". E finalmente ninguém contradiz, apenas aceita sua opinião e também diz a opinião dele. Com isso, forma se uma discussão saudável, onde a opinião de todos é respeitada porque todos admitem que ninguém tem uma explicação definitiva para aquilo.

E o mais importante, ao meu ver, é que isso também incentiva a criatividade e a afloração de novas idéias. Se pessoas não questionam nada, então essas pessoas não tem como evoluir, já que não irão buscar nada que seja diferente daquilo que já sabem e fazem. Certamente foram as perguntas que movimentaram o mundo, e se temos tanta tecnologia e conhecimento hoje, é porque existiu muita gente questionando o que poderiam fazer para melhorar isso ou aquilo - para mudar isso ou aquilo.

E a busca pela verdade absoluta continua, até que surge um pagé, alguém que todos confiam e admiram que diz finalmente conhecer a verdade. Por respeito e por falta de argumentos melhores, todos aceitam as palavras do pagé como verdade, mesmo que não concordem com elas. E aí, as pessoas passam a viver acreditando nisso. Chegará um dia em que morrerão e levarão essas verdades para a eternidade, mesmo que a desmitam milhares de anos depois.

Conclusão

E voltando àquela base inicial sobre as evidências pessoais, eu admito que às vezes temos dúvidas sobre nossas próprias verdades, e por isso criamos questionamentos complexos para dúvidas que ninguém pode dar, já que por ser uma questão pessoal, é a própria evidência que dará essa resposta. E só para lembrar, isso entra no mesmo mérito do porque você gosta de uma fruta ou não; não precisa haver resposta, e nem é necessário pensar nisso algum dia se quer da sua vida, pois assim a verdade permanece mais verdadeira, intacta, completamente perfeita em sua sabedoria condicional.

Acontecem tantas transformações em nossa vida, que se você parar para pensar, quase sempre as coisas se transformam devido à essas evidências. Acreditamos que queremos alguma coisa, e então nossa mente se foca naquela coisa, e aí encontramos essas coisas, seja do modo como imaginávamos ou na desilusão de sua realidade. Pensar é o castigo de quem pensa, pois ninguém sabe até onde se pode pensar.

Um belo exemplo prático que carrego disso é de nossa educação acadêmica em um modo geral; já parou para pensar que sempre repassamos as respostas das coisas que ouvimos sem questionar a fonte da qual ouvimos? Um professor diz que 2+2 é quatro, e tudo termina ali, porque confiamos nele, que certamente confiou em seus mestres anteriores, e assim seguiu-se desde algum início distante. Mas ainda assim, a capacidade de questionamento sobre tudo é muito superficial se levar em conta esse ponto: Ninguém mais procura nas dúvidas as respostas, apenas procuram as certezas que nunca existiram e nem existirão. Tudo é só um ponto de vista seu ou meu, onde podemos concordar e discordar, mas ninguém está errado. Se muitos concordarem, a tendência é que você acredite estar errado, e aí surge essa conotação errada de tudo. Desculpe pelo trocadilho, foi outro erro de percepção.


Não importa se você vai manter o respeito pela opinião de seus conhecidos e não mudá-la. Alguém fará isso por você, pois agora nossa tribo cresceu demais e os pagés se multiplicaram. A verdade continua a mesma, ou do contrário, ninguém conseguiria manter tantas dicussões recorrentes ao mesmo assunto. Enquanto houverem questionamentos, tudo indica que a verdade pode mudar e evoluir junto de seus conceitos.


Esse é um texto reflexivo que não tem pretensão de mudar opiniões, já que quem faz isso é, principalmente mídia + massa populacional. O propósito desse texto é instigar o questionamento sobre o que seria a verdade que dizem, pois se ela não puder ser questionada só há duas desilusões conclusões: Ou a evolução parou ou você não consegue mais encontrar perguntas para respondê-la. Não importa qual seja o caso, talvez isso signifique que abrir a mente seja mesmo necessário.


Só para constar: O post nem chega a ser uma crítica sobre alguma coisa, mesmo que suas interpretações assim o façam pensar. Então, caso você tenha uma explicação para tudo, aproveite e poste-a nos comentários. Ou caso não tenha, leia esse conto e realmente veja mais uma interpretação sobre quem tem a resposta para tudo.

terça-feira, 1 de março de 2011

Mundo Virulento

Os vírus estão em qualquer lugar, ou, em todo lugar. Eles podem agir de diversas formas e serem considerados a mesma coisa em muitos meios diferentes. Podemos enfim, chegar a conclusão que nós estamos compartilhando o mundo com esse inimigo invisível. Um inimigo que é capaz, mesmo com seu tamanho insignificante, destruir pessoas e até nações inteiras.

A Conspiração

Eu ainda me lembro do hoax que círculou há uns dois anos atrás, depois que o Governo lançou uma campanha de vacinação em massa contra rubéola, e claro, não de modo indiferente aconteceu o mesmo com a última gripe da febre amarela ano passado.

A idéia de aplicar uma vacina com um propósito vil por trás realmente não tem muitas condições de acontecer, principalmente porque qualquer segredo só é segredo enquanto não for contado para ninguém. E segundo porque, conspirações a parte, vivemos em uma sociedade cuja democracia e conhecimento da verdade são direito de todos. (lalala ./ironia off)

Definitivamente, esse não é um post sobre conspirações, então deixa isso pra lá. A idéia aqui é apenas pensar na alegria que se dá de conviver num mundo virulento.


Ataque de Zumbis

Vírus é uma definição simples para: alguma coisa que visa destruir/trollar tudo, e ainda por cima, não tem como ser evitada e vai, de qualquer maneira, atingir você um dia. Seja no mundo real ou no mundo dos computadores, a palavra vírus sempre é sinônimo para causar medo. E esse medo acabou se tornando tão generalizado que se tornou uma epidemia.

Filmes, livros e jogos de ficção adoram explorar esse tema. E de fato, é um tema muito amplo, já que a própria definição é ampla. A série de survival horror Resident Evil é uma das minhas favoritas por esse motivo; vírus que transformam pessoas em zumbis devido a uma falha humana no controle de experiências perigosas é muito mais fácil de se acontecer do que se imagina. Dúvida?

Você pode dar uma pesquisadinha aí sobre um protozoário de nome estranho, conhecido como "toxoplasma gondii", que é capaz de alterar o comportamento de um indivíduo para fazê-lo, em outras palavras, agir como zumbi. O único fato comprovado é que por enquanto ele não é capaz de atingir os humanos. Mas isso não é nenhum tipo de alívio, já que como sabemos, muitos vírus se modificam e evoluem até que em dado momento podem se tornar um problema. Esta aí a extinta gripe suína que só era um problema para porcos até causar um surto de pânico em muita gente.



Apocalipse Evolutivo

Mas ainda bem que tudo parece distante, saudável e impossível. Afinal de contas, já se passaram mais de três mil anos desde que o homem incivilizado está por aí, sobrevivendo às pestes e tudo mais como verdadeiros donos do mundo. E também não há chances de existir um Will Smith andando por aí com seu cachorro inseparável e atirando em zumbis para ser reconhecido como uma Lenda.

Mas e essa histórinha mal contada sobre o aquecimento global? Muitos cientistas por aí não dão mais do que cinquenta anos de vida para a Terra, como se a Terra estivesse realmente preocupada com isso. Ela já está aí a mais de bilhões de anos experimentando a lava e o gelo, e certamente não será um punhando de pessoas que conseguirão acabar com ela. No máximo acabarão com si próprios e as vidas que nela se abrigam; ou, em uma hipótese mais provável, criarão condições climáticas para que outros animais se adaptem a nova temperatura e criem uma nova geração de vida tão "pacífica" quanto os dinossauros.

Em todo caso, eu ainda prefiro aceitar a idéia de que somos como qualquer outro vírus, só que em escala maior. Consequentemente, milhões de vezes mais perigosos que qualquer vírus deste mundo. A primeira reflexão sobre isso me veio quando assisti Matrix, e a memorável discussão do Agente Smith com Morpheus lhe justificando isso:

"Eu gostaria de compartilhar uma revelação que tive durante meu tempo aqui. Essa revelação veio a mim quando tentei classificar sua espécie (humano) e me dei conta de que não são mamíferos. Todos os mamíferos do planeta instintivamente desenvolvem um equilíbrio natural com o ambiente circundante, mas os humanos não.

Vocês se movem para uma área e se multiplicam e se multiplicam até que todos os recursos naturais sejam consumidos e a única maneira de sobreviverem é indo para uma outra área.

Há somente um outro organismo neste planeta que segue o mesmo padrão. Você sabe o que é? Um vírus. Os seres humanos são uma doença, um câncer deste planeta. (...)"

Isso resume tudo, ou pelo menos, resume muita coisa.

A Epidemia de Vírus



Já que eu ameacei falar sobre o aquecimento global então aqui já vai mais um belo lembrete de como as coisas podem piorar. Essa teoria eu escutei através de um amigo e, sem questionar muito suas fontes (discovery channel), eu tomei essa dedução como algo bem mais possível de acontecer do que se espera. Vamos lá:

O planeta esquenta, e com alguns graus a mais as geleiras lá do papai noel polo norte vão derretendo. Que isso é a nova versão apocalíptica do mundo moderno ninguém discute, mas, e quanto as histórias que essas geleiras tem à nos contar?

Calma, não é conversa de maluco. Como muitos experts em biologia podem explicar, a temperatura ideal para uma bacteria sobreviver e suas condições de vida são as mais diversas possíveis. Isso faria que conforme o gelo vai derretendo, várias dessas bactérias pré-históricas que até então estavam congeladas e permaneciam ali de modo inofensivo ganhem vida. Depois disso, o vento e o mar se encarregaria de fazer o resto, levando novos vírus para as primeiras criaturas despreparadas que encontrassem.

Ainda bem que a ciência já se me convenceu (¬¬) de que os dinossauros morreram com fogo e não devido a primeira era glacial do planeta. Pois do contrário, as preocupações de que esses virossauros voltassem a ativa saíriam das áreas de ficção e partiriam para o terror. Felizmente parte do que os cientistas dizem sobre isso não é totalmente considerada já que, segundo alguns, são quase 10% de gelo da Antárdida perdido a cada ano desde o começo da década de 80. Ou seja, pelas contas deles já era para gelo ser uma palavra nostálgica e vista apenas nos filmes antigos.

Para resumir tudo, recomendo um vídeo sobre o aquecimento global, que é um pouco antigo mas nem tão divulgado. É aquele do Al-Gore chamado "Uma verdade Incoveniente". Eu procurei se havia algum link para colocar aqui, mas a princípio não achei. De qualquer modo, não leve tudo tão a sério, porque depois disso já rolou muita conspiração e contradição - inclusive de gente dizendo que o mundo está esfriando ou até mesmo diminuindo.

E qual é a sua opnião sobre o que acontece no mundo? Unimente? Lei da atração? Protocolo Blue-Hand? Enfim, deixe sua opnião registrada nos comentários, ou perca algum tempo lendo meu último post sobre o paradigma das guerras.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O Paradigma das Guerras - parte 3


Como disse nos posts anteriores, acredito que uma guerra se inicia por três fatores e se mantém devido a três motores. Caso ainda não tenha lido, veja aqui os Fatores da Guerra e depois veja se concorda com os Motores da Guerra. Esse conjunto de regras predeterminadas é o que seria o Paradigma em si.

A árvore somos nozes.


Sempre no começo é uma planta desconhecida. Parece bonitinha, e seu primeiro sopro de vida é uma minúscula ponta verde saltando da terra. Mas ninguém se lembra que essa mesma planta apenas está tentando, de todas as formas, ficar longe da terra que a aprisiona. Ela pode até parecer pequena e inofensiva, mas então, um dia ela pode se tornar grande e imponente, causando a admiração e respeito de muitos.

Talvez, dado o curso das coisas, em algum momento essa planta - agora árvore - pode vir a atrapalhar o caminho. Ela é imóvel e não vai sair de lá por conta própria, ao menos que seja cortada. Na época ela não era um mal, então os ditados de "corte o mal pela raiz" não vigorariam. Mas hoje vigoram, ineficazmente, porque o processo é irreversível.

Se essa árvore-do-mal existisse na vida real, muito provável ela seria tão poderosa ao ponto de conseguir um cargo importante. Talvez a presidência de um país. Faria sombra nos momentos de calor à quem estivesse debaixo de suas copas, embora fosse um risco contante de queda dos imensos galhos durante as tempestades.

E no começo era apenas uma plantinha desejando alcançar o céu enquanto suas raízes ramificavam e garantiam que nada lhe destruiría no futuro. Como dizia o filósofo moderno: "Para alcançar o céu, as raízes devem estar presas no inferno".

Agora que ela está grande e implacável, sua queda parece difícil. Cada vez mais e mais pessoas unem suas forças para derrubar aquela aberração que atrapalha o caminho. No entanto, a força delas é pequena porque a sustentação da árvore não está somente naquela imagem imponente que elas vêm; a sustentação ainda se mantém ramificada por debaixo do mesmo solo que pisam.

Jihad


E agora, imagine algum evento aleatório. Por exemplo, esse último caso da crise do Egito, que tinha uma árvore difícil de ser cortada. Como se o sangue já derramado fosse insuficiente (400 mortos?), surgiu a Al-Qaeda com suas declarações de que agora era o melhor momento para uma Guerra Santa. É mais ou menos assim: "Já que o copo caiu no chão e trincou, então agora temos que triturar".

Não seria a primeira guerra do Egito, mas naquela época, devido a mentalidade global até que isso era mais "aceitável". Mas hoje em dia, você olha para aquelas pirâmides, e encontra muitos historiadores ainda engatinhando perplexos diante de tal engenhosidade escondida naquelas construções. Se fossemos considerar a história da raça humana, tudo aconteceu a pouco mais de um minuto atrás.

Agora olhe para esse mesmo Egito de novo. Olhe para um homem que estava no poder e que não se importava com que milhares de pessoas pensavam sobre si. Não pode ser o mesmo Egito dos faraós e cleópatras que estamos falando. Se bem que, Egito sempre teve uma quedinha pela violência (mesmo depois da invasão conquista de Alexandre Magno) e tudo o que mudou e continua mudando de lá pra cá é somente a unimente.A forma de pensar seguindo um modelo global de pensamento.

E, nem tão longe dali, encontramos outra unimente tentando mudar (mais uma vez) esses paradoxos. Al-Quaeda mais uma vez levantando a bandeira de que sem guerra as coisas não podem ser resolvidas. Se a polêmica me permite, até onde será que a guerra triunfa sobre a paz? Nunca, você pode dizer, prontamente. De fato, a guerra não triunfa sobre a paz porque ela é uma antítese da vida, e clamadores da sobrevivência que somos, a paz sempre deve triunfar sobre todo o mal.

Mas, será que apenas com a paz, tudo pode ser resolvido?

Pátria Amada, Salve-Salve


Temos muita sorte de estar no Brasil. Terra da malandragem abençoada e da supremacia em esquiva. Esquivamos de tudo naturalmente, e aqui temos um milhão de problemas diferentes dos outros, mas sem dúvidas, poderia ser pior. Quem se importa que o salário mínimo é piada se o desemprego o faz desejado? Quem se importa com a corrupção se podemos rir dela em stand-ups? Quem se importa com o que é certo, se nossos parâmetros de certo-e-errado nem estão bem escritos na constituição e legislação?

Com tantos quem se importa, vou apenas finalizar com um vídeo, caso você ainda tenha alguma dúvida sobre o que pensar do Brasil. O documentário é curtinho e fala sobre a visão dos americanos sobre nós. Vale a pena assistir, e caso tenha alguma coisa a comentar, seja aqui ou lá, por favor, não passe vontade =P.







Não sei se você se lembra ainda, mas logo na parte 1 desse post eu havia começado com um vídeo muito estranho e sem sentido com uma espécie de guerra entre formigas e cupins. Geralmente essas batalhas no mundo animal não servem para reflexões muito profundas, mas preciso finalizar o post com um link tão relevante quanto.

Ao falar de Paradigmas envolvendo as Guerras, eu acabei mencionando que a estratégia de vitória e o investimento em tecnologia e posição de inteligência são muito importantes. Mas o que você poderia dizer daqueles casos que uma pessoa sozinha é capaz de parar uma guerra? Não estou falando de Tiananmen e nem de heróis da ficção, e sim de uma vespa ninja ousada que não está nem aí para o número de inimigos que estão contra ela.

Tinha um cara chamado Donald Rumsfeld que tinha certeza que todas as estratégias de guerras atuais estavam erradas. Então ele pensou: "Não importa a quantidade de gente em um exército inimigo, desde que seu ataque seja mais rápido do que o tempo de defesa deles". Tudo isso apenas complementa certo dito popular: "a melhor defesa é um ataque inesperado". Pois é, e talvez, parafraseando o que já está parafraseado: "a melhor destreza gera um comentário inesperado".

sábado, 12 de fevereiro de 2011

O Paradigma das Guerras - parte 2


No post anterior, eu havia iniciado minha seqüência de posts fazendo um resumo sobre essas mecânicas que englobam as Guerras. Se você ainda não viu, leia sobre os Motores da Guerra e faça um comentário sobre o vídeo sem sentido postado logo na abertura do post.

Sendo simples e direto, vou apenas enumerar os três pontos que eu considero como os fatores capazes de desencadear qualquer guerra do mundo. Diferente dos Motores, isso não tem nada a ver com a política, religião ou fanatismo que envolvem as motivações para continuar as batalhas. Pois, essa trindade perigosa pode ser completamente boa e segura se não houvessem alguns acontecimentos-chave capazes de desencadear todo o resto.

A Desencadeação


Não importa quem esteja em uma guerra, mas acredito que ela sempre inicia quando três fatores acontecem:
  • 1) Inimizade
    Um grupo muito grande de pessoas (ou animais, bactérias, insetos ou aliens) tem posições muito contrárias às ideologias de outrém. Aquilo que você acredita é muito diferente do que o outro acredita, e por isso o outro está errado. Como ninguém aceita ter sua opnião mudada, então quanto mais contrária forem as ideologias, mais esse fator se agrava. Quando um ponto se declara inimigo do outro, então esse fator está completado.
  • 2) Território
    "Cada macaco no seu galho". Graças a isso as coisas conseguem ter mais equilíbrio. Se seus inimigos não vem até você e você não vai até eles, então a guerra não acontece. Hoje em dia é dificil acontecer uma guerra porque ninguém planeja (ou pelo menos não publicamente) expandir seus territórios. Em regras gerais, por enquanto esse é um fator de segurança para todo mundo.

  • 3) Pós-Guerra
    Por mais estúpida e sem sentido que uma guerra pareça, nenhum povo, país ou legião vai iniciar uma guerra sem ter idéia do que mudará com sua vitória. Vencer por vencer não é nada inteligente quando muita coisa entra em jogo. Na época medival as guerras geralmente aconteciam visando expansão de seu território e garantia de imposição às terras desconhecidas. Na guerra-fria visaram a liderança da economia mundial, em 2001 o petróleo, e assim por diante. Se as vantagens da Pós-Guerra não forem significantes, então a guerra não acontece. Hoje em dia esse é o principal fator que inibe as guerras, já que a vantagem de se vencer uma guerra não se compara ao medo do perdedor, que por não saber perder, pode começar a usar armas nucleares de modo insano e dizer adeus ao mundo.

Como dizem por aí, uma Guerra pode movimentar muito dinheiro na economia de um país, já que o material bélico é caro e a tecnologia empregada nele precisa ser a melhor de todas para se garantir vitorioso. Os soldados que estão ali para serem mortos não precisam necessariamente concordar com a estratégia que seus líderes estão usando para vencer a guerra, pois tudo que eles estão fazendo é lutar pela sobrevivência.

Para finalizar, apenas uma frase de Mestre Yoda que pode ser aplicada para qualquer um que, por algum motivo, vê no inimigos, no território e na pós-guerra um motivo real para lutar:

_"Grande guerreiro, é? Guerra não faz grande ninguém."


Esse post foi um esboço, motivado por uma notícia que surgiu antes dessa crise do Egito ter terminado. Lá a Al-Quaeda já incentivava uma guerra, querendo ver o circo pegar cada vez mais fogo. Eu tentei pensar como existe gente que vê guerra em tudo, e como tem gente que vê na guerra a solução para tudo. Mas, desilusões a parte, logo eu lanço o último post falando dessa crise que acabou. Por enquanto, aproveite para ver a parte um do paradigma clicando aqui.

Paradigma é uma palavra interessante para definir as regras que envolvem alguma coisa. Então, eu diria que os comentários são os paradigmas dos posts, enquanto a falta deles um paradoxo. Então, se não achar que esse post mecere um comentário aqui, que tal voltar no tempo (quebrando paradoxos) e postar no outro post?

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O Paradigma das Guerras - parte 1

Nesse exato momento uma guerra de proporções gigantescas acontece. E talvez muito mais perto do que se imagina. Não, não vou falar dos milhões de anti-corpos lutando contra possíveis bactérias presentes no ar que respira e nem de algum caixista zerando Call of Duty pela milésima vez. Vou tentar ser mais direto e deixar um vídeo que já vale por muitas palavras.

Pensando bem, esse post não tem nada a ver com o vídeo. Ou na verdade tem. Aliás, quem se importa?






Nem tenho muito o que falar desse vídeo, exceto que definitivamente não dá para comparar um monte de formiga atrás de alimento com um monte de pessoa atrás de sobrevivência. Mas, espere... Se o mundo passasse por uma crise de fome tão assustadora quanto a ONU disse que haveria, será que a lei do mais forte estaria em ação? Milhões de pessoas assaltariam os mercados e milhões de mercadores defenderiam seus alimentos? Provavelmente não. Afinal de contas, não tem como existir conflito se a proporção entre os dois lados conflitantes for desproporcinal.

Enquanto isso, no Brasil...


Fico imaginando, por exemplo, essas recentes (ou nem tão recentes) guerras ao tráfico, onde num belo dia qualquer a polícia invade os morros do Rio de Janeiro e confronta suas forças contra um inimigo que já estava lá há anos. Enquanto eles fazem o crime de modo mais "light", então podem ficar lá com suas devidas proteções estratégicas. Mas aí, se de repente eles resolvem avançar um level e tentar aumentar suas estrelinhas de procurado (sim, muito GTA na cabeça), aí o caos atinge os noticiários, que explodem em manchetes do tipo: "Brasil em Guerra" para tentar lucrar um pouco mais daquele cidadão mais distraído.

Será que, se as forças de inteligência e armamento quisessem erradicar o problema, elas não conseguiriam? Alguns morros traficando drogas não são de longe um problema para a estrutura do país, pois a polícia local em seu trabalho de prender o que a justiça vai soltar logo em seguida está incluso na brincadeira de Tom e Jerry. Se a criminalidade extinguisse usando o poder máximo que o governo tem, então aconteceria mudanças muito drásticas (e imprevisíveis) em tudo o que já está absolutamente certo. Aquela coisa de que em time que se está mexendo não muda, sabe? Pouco a pouco as coisas vão se tornando um caos, mas tudo está indo, e se na teoria for uma parcela pequena que está perdendo, então na prática o time ainda está ganhando.

Motores da Guerra


Política. Religião. Fanatismo. Trollagem. Essas são as quatro três coisas capazes de gerar as brigas mais violentas nos dias de hoje, e a motivação delas, por mais banal que pareça poderia mover verdadeiras guerras sem fim.

Política é essa coisa ao vivo que acontece no Egito e quase sempre tem algo a ver com ditadura ou sede de poder. Alguns conspiradores de plantão acreditam que há um responsável pelo mundo que diz quem pode ficar ou sair (e por quanto tempo ficar ou sair) independente do que a população pense a respeito. Seria uma espécie de ditadura global que alguns chamam simplesmente de "sistema", e jogam a culpa nele por todas as coisas ruins que acontecem e não podem explicar.

Religião é outra coisa perigosa, já que mexe com conceitos fortes carregados não só por você, mas toda sua descendência, cultura e até, no além da morte. Por se tratar de coisas que lidam com a eternidade, as Guerras que envolvem religião dificilmente podem ser extintas. Se você tentar analisar isso com calma, verá que as guerras iniciadas pela religião nem são assim tão diferentes daquelas iniciadas pela política, exceto que em uma a culpa é um homem, e na outra, um Deus.

Fanatismo é o primo da Política e da Religião, e também tem o poder de iniciar guerras. Aqui no Brasil o único fanatismo que costumo ver é apenas o do Futebol. Desse modo, o fanatismo em torno do futebol é capaz de se tornar tão grande que a mentalidade em torno daquilo se atrofia junto aos instintos primitivos de selvageria. Na versão mais branda, apenas vemos essas brigas em estádios que na visão de quem está de fora não faz sentido algum.

Eu não odeio o futebol, já que ele é apenas um esporte. O que eu odeio é o fanatismo em torno dele, além de ser um assunto padrão chato que sempre envolve falar bem ou mal de algum jogador que mal se importa com o que você está pensando. É tanto dinheiro que enobrece aquilo que para mim já perdeu a sua nobreza desde que os antigos deram a primeira trollada nesse esporte.


A história do nosso mundo são as histórias das guerras que aconteceram. Qualquer livro de história sobre um país ressalta bem isso. A proporção de páginas relatando as guerras é infinitamente maior do que relatando outros eventos. Não é atoa que essa trindade (Política, Religião e Futebol Fanatismo) sempre estiveram presentes desde o ínicio de tudo. Reis em busca do poder tentavam conquistar outros reinos. Povos faziam cruzadas sanguinárias para impor a religião de seu Deus ao mundo. E o futebol, nada mais era do que um simples ritual de chutar as cabeças decapitadas dos inimigos mortos para longe. Com tanta violência que o mundo já exalou e respirou, não é de espantar que o mesmo ar dos dias de hoje ainda esteja carregado de veneno.

Essa é a parte 1 de uma série com três partes sobre o Paradigma das Guerras, que por mais terríveis que sejam, a ficção dos livros e do cinema sempre insistem em nos mostrar o contrário.