quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Retrospectiva Googleana 2010


Eu já tinha preparado um post para fazer uma retrospectiva sobre o que aconteceu em 2010 nesse blog e relembrar os eventos interessantes da copa e das eleições. Sem relembrar muita coisa além disso, eu pensei em usar o google para me ajudar a refrescar a memória. Pronto, eu não sabia que a desilusão do dia estava feita a partir desse instante.

Fui tentar fazer um resumo das quantidades de resultados obtidos pelo google com alguns termos em comuns. Já que é possível separar esses resultados por um período de tempo específico, eu quis tentar pegar os principais temas como "Esporte" e "Educação" de 2010 e analisar o que mais tinha sido discutido ao longo do ano. Mas minha surpresa foi que todos seguem uma quantidade média de resultados muito parecidas. É como se todos os assuntos mantivessem uma proporção exata de tudo (ou que o número de resultados nem funcione direito =D).

Para resumir, as pesquisas retornaram uma média de 2,4 milhões de resultados, sem muita variação, independente do termo pesquisado. Veja, por ordem dos mais pesquisados e a comparação entre 2009 e 2010:


Resultados de... 2010 2009 Diferença
Política 2,44 2,42 +2 ███████
Cultura 2,44 2,43 +1 ██████
Segurança 2,41 2,36 +5 ██████████
Religião 2,40 1,71 +69 WTF!?
Paz 2,40 2,39 +1 ██████
Saúde 2,39 2,36 +3 ████████
Ciência 2,39 2,40 -1 ████
Nerd 2,38 2,19 +19 NerdPower!? \o/
Educação 2,38 2,35 +3 ████████
Informática 2,38 2,39 -1 ████
Guerra 2,37 2,39 -2 ███
Esporte 2,36 2,35 +1 ██████
Tecnologia 2,36 2,39 -3 ██
Música 2,35 2,36 -1 ████
Sexo 2,23 2,22 +1 ██████


Agora, você pode até pensar que 2 milhões de resultados na web seja um número razoável, mas isso porque você não viu o que aconteceu quando tentei ser mais específico. Guerra, Música e Cultura são temas completamente superficiais quando você tenta usar a internet para aquilo que ela realmente veio ao mundo: que tal 124 milhões se procurar por "download"? Ou 70 milhões por "rock"? Na verdade, não faz muito sentido 70 milhões de resultados para rock e 2,35 para música. Ou seja, talvez seja bem provável que os critérios do indexador do google também usem algum algorítmo que remova certas palavras-chave da busca, dando mais preferência aos usuários que são mais específicos.

Google Insights

Até pensei em fazer um comparativo sobre os termos mais comuns, mais então lembrei que fazer isso é desperdício de tempo. Desilusões a parte, lembrei que já existe o bom e velho Google Insights. Basta entrar em google.com/insights/search e digitar um termo para ver o aumento das pesquisas sobre tal palavra com o passar do tempo. Mas uma das coisas legais é não colocar nenhuma palavra e fazer uma busca, para que ele traga os termos mais buscados dentro do google.



E das pesquisas recentes...


Olhar para essa lista e ver que tem pessoas pesquisando por "orkut login", me fazem pensar quantas pessoas não devem estar tentando encontrar uma fórmula mágica para descobrir o login de outras pessoas para facilitar a tarefa de "vasculhar a vida alheia". Mas é claro que eu não sou pessimista, e por isso vou fingir que todos que buscam por "orkut login" querem apenas descobrir como fazer login no orkut, já que é algo muito difícil.

E para honrar o único motivo de existência desse blog, ver bbb10 e justin bieber nos dois primeiros colocados com um "aumento repentino" já me fez ficar desiludido demais para continuar o post.

Sabe uma coisa legal que pode ser feita? Uma pesquisa aleatória no google sobre alguma coisa que você dificilmente não pesquisaria, e uma outra conflitante. Por exemplo:

  • Funk 62,6 x Livros 20,8 = Cultura Fail
  • Esporte 13,6 x Drogas 18,4 = Saude Fail
    A lista de fails é grande, e se encontrar alguma outra e quiser compartilhar aqui, os comentários são sempre bem vindos! =D
  • quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

    Retrospectiva Pessoal 2010

    O primeiro blog que eu tive já tinha sido um no próprio blogger, quando eu tinha 16 anos e tudo na internet era novidade. Era completamente mágico e encantador você fazer uma parceria de comentários entre blogs, onde você deixava um comentário lá em troca de um comentário aqui e vice-versa. Essa época passou, e de lá para cá tudo mudou assustadoramente rápido demais. E sempre é assim, tudo muito mais rápido do que o senso de se dar conta da mudança.

    Por isso, dois anos depois desse blog surgir, cá estou eu para fazer uma retrospectiva de tudo o que passou por aqui nesse ano, já que antes disso não havia nada muito útil por aqui. Hoje em dia ainda não há, mas pelo menos existe uma intenção que não havia naquela época.

    Surgimento desse Blog


    Já faz um tempo razoável que tenho esse blog. Não, não é desde 1992, como duas pessoas alguns já me perguntaram. A idéia era apenas usar o recurso de atribuição de data do blog para eu conseguir organizar as idéias e histórias que já tive na vida separando-as por datas. Mas seguindo uma sútil traição da minha memória, vi que isso seria uma tarefa quase impossível. Resolvi fazer o que eu já fazia lá pelos meus 16 anos: postar acontecimentos que a vida me trazia, num simples propósito de fazer o que os blogs significam: um diário virtual. Mas com isso, agregaram-se alguns contos e animações que eu sempre gostei de fazer.

    Isso aqui era uma confusão total até mesmo para mim. Eu queria postar coisas sobre os sites que fazia, sobre tutoriais de programação e sistemas que ocasialmente criava. Iria ser ainda mais confuso do que já estava, e mais uma vez me vi dividindo as coisas. Foi só a pouco tempo atrás que começei a me esforçar mais para dedicar mais tempo ao blog, mesmo que isso significasse encontrar tempo onde já não tivesse mais.

    Começo nostálgico


    Em janeiro eu tive uma fiel sensação de que o ano seria um dos melhores, pois dois eventos muitos chatos fizeram com que o segundo semetre de 2009 fosse completamente detestável para mim, e eu tentava superá-los. O ano da graça de 2010 surgiu com a premissa de que tudo seria diferente, a ponto de uma reviravolta em minha vidinha pacata ter deixado meu senso temporal vascilando entre o passado, presente e futuro. Não foi por acaso que o primeiro post desse ano foi uma memória de infância, com uma das minhas reflexões mais antigas.

    Google Analytics


    E todo o grande fervor do ano novo seguiu até janeiro começar de verdade. Acabaram as férias e a rotina do trabalho me atingiu com um golpe no estômago. Onde estava as propostas de que tudo mudaria? Nada conspirava à esse favor. Eu não conspirava a meu favor. Independente disso, resolvi instalar o google analytics aqui no blog para saber se mais alguém além de mim lia esse blog. Satisfatoriamente, não. Minha idéia de escrever apenas com o propósito de guardar coisas inúteis aqui estava indo bem.

    Continuou bem, até eu perceber que ocasionalmente atraía alguma visita de alguem que procurava no google coisas referentes a desilusões. Para ser mais específico, perfis para orkut que tivesse como texto algo falando sobre desilusão. Graças ao google analytics eu descobri que tinha postado aqui meu próprio perfil do orkut, e por idiocites a parte, esquecido de apagar, e com isso, atraía gente que tinha acabo de sofrer alguma tristeza gigantesca (normalmente ligado ao amor) e então entrado aqui. Tudo o que fiz foi trocar o post com meu perfil por um mais direcionado a essas pessoas que chegavam aqui: Porque expressar uma desilusão? Ninguém me deu essa resposta, mas acredito que a pergunta devesse ser outra: Afinal, porque não expressar uma desilusão?

    Doses e Contra-Doses


    E finalmente o blog ganhou, o que eu considero como um dos melhores posts relacionados a desilusão. Um post gigante divido em quatro partes, que até hoje é um dos mais fáceis a serem encontrados pelo google: digite "efeito placebo desilusão" no google e esse post está entre os primeiros resultados. Por isso, é comum pessoas que tomam remédios a base de placebo entrarem aqui achando que o post está relacionado ao mesmo. Talvez descubram que os efeitos de um remédio placebo sejam ineficazes. Na verdade não é, mas isso não vem ao caso.

    E com uma dose de munição para o blog, mais desilusões vieram logo depois. Dessa vez relacionadas ao seriado Lost, que teve um daqueles finais capazes de dividir o público inteiro entre os que amaram ou odiaram a série. Eu fiquei do lado dos que amaram, principalmente porque fui previlegiado de acompanhar a experiência de confrontar teorias e discutir lost em tempo real nos fóruns.

    O que mais me agradou em Lost foi o fato dele não ser um desses seriados movidos pelo dinheiro sem fim, como 24 horas ou Smallville. Dia 23 de maio (não por um acaso), a série se fechou, e a partir daquela noite, milhões de sites explodiram com comentários frenéticos para ir atrás da teoria final sobre lost.

    Até eu tentei entrar na onda, mas não tinha tempo para fazer uma discussão aprofundada sobre o assunto, e por isso, prometi que dividiria meu post gigante e superficial em três partes, sendo que estou guardando a última para caso alguma notícia nova e estarrecedora envolvendo lost surja na mídia novamente. Caso você não esteve presente no planeta Terra nos últimos anos e nunca ouviu falar de nada disso, então leia minha análise em duas partes aqui e aqui.

    Na metade do ano aconteceu a copa do mundo, e todo mundo teve o direito de enxingar Dunga e se achar o mais expert em futebol, mesmo que nunca tivesse acompanhado um jogo das classificatórias. Eu, com meu ódio natural pelo futebol, acabei indo na contramão do assunto e fazendo um post sobre economia. A única coisa que vale a pena desse post, caso você ainda não tenha visto, é a minha montagem envolvendo cavaleiros do zodiaco com figurinhas da copa do mundo. Clique aqui e dê uma olhadinha, ao menos para ver a imagem, já que o texto, como já disse, vai na contramão de tudo.

    Ritmo de Enfoque


    Passando a metade do ano, havia tantas coisas explodindo na minha cabeça que resolvi fazer uma coisa absultamente sem sentido. Pelo menos pra mim, essa foi a minha saída da rotina mais radical de 2010, depois de estar em um show de rock sem saber como raios fui acabar lá. Entrei numa escola de dança de salão, para descobrir o quanto eu sou péssimo nisso. Resisti aos dias mais vexaminosos desse ano, e por conseqüência sai escrevendo mais um post gigante que naturalmente ficou dividido em três partes e ainda podem vir mais. Veja a saga de robocop uma pessoa com movimentos limitados tentando fazer algo cujo corpo não foi projetado para isso. A parte um e dois estão por aí, e a três me deixa com vergonha até mesmo de clicar no botão "publicar post" do blogger.

    Vergonha-Alheia-Master à parte, o blog começou a tomar mais foco nos últimos meses. Eu começei a direcionar o assuntos que postava aqui ligando ciência + reflexão. E graças a isso que surgiram posts interessantes, como esses:

  • Partículas de Energia
  • Refletindo: O Segredo
  • Tutorial da Imortalidade
  • Malevolência do Amor
  • Benevolência do Amor
  • Desilusões do Tempo

    Finalmente, fora da desilusão


    Entre esses posts com a mente voltada para reflexões em geral e pitadas de ciência, finalmente eu me senti que estava curado de todas as desilusões acumuladas no ano. Tanto que me senti confiante para escrever as dicas para sair de uma desilusão. Ali, durante a sensação de que tudo estava correndo bem, descobri que tudo poderia ficar ainda melhor. E ficou com a chegada de Laika em casa, e o post de despedida de tudo o que me fazia mal para trás. O título "choro límbico" veio completamente a calhar. Finalmente estava reerguido das cinzas.

    Dizem que quando uma pessoa está em sã consciência e fora de qualquer desilusão, ela se importa com o mundo em que vive e deseja ficar informada sobre as notícias que envolvem tudo ao seu redor. Em outras palavras, todos nós desejamos saber daquilo que nos importa, e quanto mais a loucura atinge um ser, menos ele vai se importar com as coisas, e por isso, menos assuntos lhe terão importância.

    Já li alguns textos de psicologia explicando que para você saber se está perto ou longe de uma depressão, basta fazer uma comparação sobre quantos assuntos diferentes e atuais estão no seu dia-a-dia. Falar sobre o presente reforça sua sanidade, ao passo que falar do passado ou futuro o torna mais insano.

    Claro que esse post não me torna insano pelo fato de falar do passado, já que retrospectiva também é um assunto atual recorrente do ano novo! =D
    E por falar em atualidades, a prova de que eu estava mesmo curado das desilusões me fez falar de assuntos no tempo em que eles aconteciam, como por exemplo, durante a época das eleições expûs minha revolta postando o desabafo político e também resolvi criticar todo aquele même entorno dos candidatos biombos postando um texto sobre os cacarecos da vez.

    E finalmente, de modo ainda recente, estava pronto para falar da Wikileaks e daquela descoberta frustrante da Nasa em torno das bacterias de arsênio.

    Conclusão


    Aconteceu muita coisa em 2010. E aí, quando eu olho para final do post e me pego falando sobre estar fora de desilusões, recaío sobre terra. Afinal de contas, todo dia é um recorte de momentos, e a vida é apenas a parte desses momentos que valeu a pena ser armazenada. Sejam coisas boas ou ruins, geralmente são apenas os "maus momentos" que tendem a ficar presos nas lembranças. São graças a eles que existem os traumas, e são graças a eles que os humanos evoluíram. Uma criança que encosta a mão no fogo e se queima terá aquele "mau momento" sempre associando a dor do fogo e o medo de tocá-lo novamente. Se todos os "maus momentos" forem capazes de nos ensinar algo, então viver fora desilusão não é algo tão bom assim. Desiludir é uma forma de crescer. E com crescimentos à parte, meu último post "útil" de 2010 foi justamente o que falava sobre o mundo e sua taxa insconstante de natalidade. Se ainda não viu, veja agora!

    Esse não será a última postagem do ano, embora quando eu desejei o "feliz natal" dei a entender que seria.
    Em todo caso, essa pode ser a última chance de você deixar um comentário em 2010. Por isso, pense nisso e comente!
    E antes que eu me esqueça, espero que todos façam uma retrospectiva pessoal também, a ponto de fazer que esse ano que termina não simplesmente termine, e que parte dele some de modo consciente a vida. Feliz 2011!
  • sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

    Fim de ano 2010

    Eu já escutei pessoas dizendo que odeiam o Natal. Eu já tive motivos para odiá-lo também, mas hoje acho isso incoerência com sua significação mágica. O mundo (ou 80% dele) para durante uma época para poder trocar as filosofias de bar por filosofias de família. E por isso que é tão legal. Por isso que é místico. Por isso é natal.



    Natal é uma boa época para reflexões, principalmente porque há uma chance de se fazer promessas vazias para o ano seguinte e recaptular os erros e acertos de tudo para ver o que aprendeu e desaprendeu durante o ano inteiro.

    Também é a época em que você tem um pretexto para dizer "oi" para quem nunca diz, e essa pessoa não vai achar anormal e nem associar seu "oi" a um desejo conseguinte de pedir algo. Por isso eu adoro o natal! Enfeites natalinos dependurados nas ruas, crianças pesquisando no google sobre truques para enganar o papai noel e principalmente, a esperança de que tudo pode ser moldado da forma como precisa.

    E nesse rítmo de natal, esse post não trás nada muito útil e nem visa agregar nenhum tipo de informação nova sobre nada. E por isso, vou resumir minhas palavras apenas para desejar um Feliz Natal. E por falta de fotos complementares que possam ilustrar essa época natalina, vou postar apenas uma que significou muito para mim no natal do ano passado.

    Uma foto de baixa qualidade que nem dá para ver direito. Mas é da principal avenida de São Paulo, num dia em que eu estava tendo um sonho antigo de criança realizado. Para esse ano nada de fotos, nada de histórias e nem mais posts natalinos. Apenas um Feliz Natal à todos!

    Você já ouviu que natal é época de solidariedade, certo? Então pratique todo tipo de solidariedade que puder. Presenteie algum desconhecido, sorteie cartinhas de correio para crianças carentes e faça o natal de outra pessoa feliz. Ou talvez, perdoe alguém que lhe magou. Desfaça suas mágoas. Diga um "olá" pessoalmente para quem você geralmente não diz, ou se a distância e o tempo não permitem, telefone. Ou mande um e-mail, deixe um recado personalizado no orkut (nada de selecionar todo mundo e mandar uma mensagem genérica!). Enfim, recorde e reforce que vale a pena sermos humanos nesse mundo com tantos zumbis.

    Tem gente que se contenta com pouco. Eu por exemplo, me contento com um simples comentário de saber que alguém leu isso aqui. Feliz Natal!

    terça-feira, 14 de dezembro de 2010

    Crescimento Populacional

    Final de ano, e tudo parece se resumir a enfeites de natal e viagens constantes ao centro da cidade para comprar os presentes que técnicamente não deveriam ser comprados na última hora.

    Isso tudo para serve para você perceber quanta gente existe e como realmente parecemos com um formigueiro. Mas porquê raios existe tanta gente, e o principal: Se a cada ano o número de pessoas cada vez aumenta mais, quando será o limite dessa atividade natalina? (ficou fraco o trocadilho com natalidade, eu sei)

    Crescimento Exponencial

    Existe algum tipo de cálculo matemático que prevê que o mundo terá cerca de 9 bilhões de pessoas em 2050. Eu discordava disso prontamente, pois a curva de crescimento populacional de hoje é muito maior e certamente é muito mais rápida do que isso. Assim como todas as criaturas na natureza respeitam a equação de Fibonnacci na reprodução, isso não poderia deixar de ser diferente na evolução humana.

    Para resumir, considere que dois casais geram dois filhos que irão gerar mais dois filhos cada e assim sucessivamente. Chegará um momento em que as contas vão ficando cada vez mais feias. Pergunte para qualquer pessoa mais velha se o número de pessoas nas ruas aumentou e ela relembrará dos belos momentos em que andar nas estradas de terra era tão calmo e silencioso. Hoje em dia já não há apartamentos para tanta gente, e quem dera a quantidade de terrenos e espaço para construir novos edifícios seja infinito.

    Lá pela década de 90 existiam cerca de 2 bilhões de pessoas no mundo. No começo do milênio eram 3 bilhões e agora já estamos a quase 7. Aplicando a lei de Fibonnacci, em 2050 haverá cerca de 42 bilhões de pessoas. O número é tão assustador que eu não consigo imaginar recursos naturais para tanta gente assim. Mas, claro que eu acordei levente para a realidade, e foi aí que entendi como era mais um desiludido no assunto.

    A Lei do Crescimento

    Eu só me dei conta que os meus cálculos de crescimento exponencial estavam errados quando eu lembrei que um planeta com mais de 450 bilhões de anos já devia estar dominado por coelhos e ratos gigantes. E mesmo considerando que o número de predadores para cada espécie está em uma certo equilíbrio e que certos fenômemos naturais mudam essas equações com facilidade, mesmo assim eu não estava entendendo qual lógica a natalidade e mortalidade seguiam.

    De repente, achei um site que trouxe uma explicação bem simples para tudo isso.

    Pesquisando mais a respeito, entendi que primeiro as coisas vão devagar até que fique bem conhecido o ambiente e seja ditado um ritmo consistente do crescimento. Quando tudo parece estar perfeito, então a população começa a crescer de modo alucinado, visando usar o maior número de recursos possíveis para garantir o melhor padrão de vida. Pelo fato de que geralmente as raças (animais e humanos) não terem o hábito de pensar no futuro, chegará um momento em que os recursos naturais começarão a ficar cada vez mais escassos. Aqueles que tiverem mais recursos nesse tempo irão garantir que sua linhagem vá mais longe, e pouco a pouco os mais fracos são eliminados.

    Graças a isso vai acontecendo a evolução, onde geralmente quem melhor se adapta as condições impostas pelo mundo (e pela própria raça) é quem melhor garante a sobrevivência. Existe uma discussão a respeito disso, dizendo que esse é um dos motivos para o mundo não ser dominado por bacterias e certos insetos, cujos nascimentos (no caso das bacterias) podem chegar a milhões por vez. Imagine um milhão gerando gerando mais um milhão que cada um vai gerar mais um milhão a cada cria? Em cinco anos e você descobriria que as nuvens nos céus são vivas e que a chuva não é nada além de... bom, deixa pra lá.

    Enfim, o crescimento exponêncial não acontece porque a vida é mais cruel do que se imagina. Mas vamos convir que até o século passado estamos sobre um fator chamado "eminência de guerra", que colocava as taxas populações sem aumento certo. Nada impede que novas guerras não surjam repentinamente, ou que novos fenômenos avassaladores não cubram o planeta com cada vez mais frequência nos anos seguintes (que venha 2012!).

    Conspirações Básicas

    Se falar sobre coisas abrangentes e não falar de conspirações é quase como sinônimo de ser superficial, mesmo que alguns acreditem que ser superfical é justamente falar de conspirações. Indagações a parte, o fato é que sempre há alguém pensando em nós (oh, que bonito!). Infelizmente não de um modo tão romântico assim, mas sempre que políticos, empresas ou poderosos de influência olham para estatísticas, eles olham para você ali. "Se cada brasileiro me pagar 1 real, terei 200 milhões de reais e poderei investir em tal coisa".

    Não é difícil imaginar que em uma crise de fome mundial, por exemplo, alguém estará tentando garantir rumos melhores para seu próprio lado e colocando você na posição que melhor convir a eles. Graças a isso conspirações existem, e graças a isso o crescimento populacional também está dentro de alguma dessas conspirações. Vou deixar para falar mais sobre isso em algum outro post, mas uma legal seria sobre a Skynet Haarp (High Frequency Active Auroral Research Program) que em resumo surgiu de um cientista que disse para algum homem poderoso: "E se eu lhe dissesse que pode haver um método de controlar o mundo?" No caso da Haarp é o clima mundial, e como toda conspiração bem consistente, existem aqueles defendendo que os caras são tão fantásticos que conseguem manipular sua mente sem você se dar conta. E tudo isso com vários critérios científicos envolvendo magnetismo e ondas de alta frequência que deixam qualquer leigo (como eu) ainda mais iludido.

    Conclusão

    Nós não somos coelhos. Ou seja, a equação mágica de Valenzetti Fibonnacci não pode ser facilmente aplicada a raça humana porque somos imprevisíveis. Ninguém sabe quando haverá algum vírus que tornará todos zumbis, ou quando um megatsunami vai acontecer.

    Devido a essas incognitas, tudo o que resta é esquecer estatísticas de como e quanto a população será daqui a 10 ou 100 anos e fazer como todos os outros animais de nosso planeta: viva apenas pelo presente, ou no máximo, para o futuro tangível de experimentação.


    Caso queira ler um post interessante à respeito do crescimento populacional, veja a teoria da Curva em J, que também explana bem esse assunto sobre a lei do crescimento nas espécies além de fechar com um questionamento interessante:

    "Por que o limite de capacidade não se aplica à humanidade? Alguém pode dar uma explicação para isso, ao invés de uma crença dogmática no avanço tecnológico? É como crer que só porque o barco não afundou ainda, podemos continuar enchendo-o de buracos..."

    Se você achou esse post coerente ou incoerente demais, expresse-se deixando seu comentário. Ou então, procure alguma coisa com mais evidências, como por exemplo:

    sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

    Viva uma vida de Arsênio


    Opa! Uma nova onda passageira por aí. Modinha falar de bactéria e fazer piadinha com alienígenas. O que eu ainda não entendi até agora, é se de fato existe tanta importância nisso como a repercusão mostra.

    Afinal de contas, como um tipo de coisa pode causar tantas surpresas se, de um modo geral, já era esperado que sabemos muito menos de 1% sobre a vida?


    Tensão Pré Inicial

    Quando começou todo o alvoroço (ou nem tão alvoroço) em torno da nova descoberta da NASA, eu realmente quis acreditar que tal descoberta fosse capaz de mudar minha vida. E então, as preparações antes da conferência que causaria o nascimento de uma nova ideologia mundial trouxe cada vez mais ansiedade. "Isso vai mexer com toda a comunidade científica", diziam eles. "É uma nova espécie de vida", alegavam outros. "Oh, é um alien em Marte!", pensava eu.

    Como toda expectativa não atendida gera decepções, a nova descoberta da NASA não mudou nada para mim. Com certeza mudou para todos os que entendem um pouco mais de biologia ou estudam nessa área, mas para mim, como um mero mortal ignorante espectador, tudo foi muito indiferente.

    O nome desse novo "alien" não é mais criativo do que Et Bilu ou Reptiliano. Simplesmente chama-se GFAJ-1, que tecnicamente falando é uma espécie de derivação genética de outra bacteria mais comum. Nesse caso, o pai da alienígena se chama Halomonadaceae Gamoproteobacteria. Eu queria fazer alguma piadinha com esse nome, talvez dizendo que finalmente o jogo Halo ganhou fundamentação, mas deixa pra lá.

    De qualquer modo, o que raios tudo isso significa?



    A Origem da Vida

    Em um planeta distante lago da California (Mono Lake) existia há muito tempo uma espécie de vida da qual ninguém suspeitava. Talvez existisse há milhares de anos. Talvez antes dos dinossauros. Talvez antes da primeira espécie de vida no planeta.

    O interessante dessa descoberta, em outras palavras, é o fato de existir alguma espécie de organismo vivo que consiga energia em coisas tão improváveis quanto o arsênio.

    Como eu andei lendo por aí, o arsênio chega a ser considerado um semi-metal, e de certa forma, ele é algo tóxico para muitas criaturas do planeta.

    E a coisa mais interessante nisso tudo, é o fato de gerar mais incertezas sobre todas as nossas crenças mundanas. Muitos olhavam para todos os planetas de nosso sistema solar como bolas de sorvete coisas inóspitas e incapazes de ascender para algum tipo de evolução inteligente.

    E então, eis que em um lugar nem tão longe assim, eles encontram vida se desenvolvendo em um lugar improvável. Quer mais improbabilidade que essa? É só olhar para o espaço e reconhecer nosso tamanho minúsculo comparado ao universo.

    Nada sobre nada é certo. Nem os tipos de bacterias que estão no próprio corpo, nem nas que estão em todos os livros de ficção científica. Quando chegar um dia em que a raça humana não tiver mais nada para descobrir, isso não significará que ela descobriu tudo; apenas que se contentou com as respostas que obteve.

    Sobrevivência Microscópica

    Milhões de bactérias estão por aí, cada uma com suas composições e estudos equivalentes. Muitas são "desconhecidas" e outras são descobertas conforme a percepção tecnologia avança.

    E em um belo dia desses surge essa nova GFAJ-1, que se "alimenta" de algo diferente do usual, e graças a isso incorporou esse elemento inusitado até mesmo na própria estrutura genética. O DNA da criatura é de outro planeta, quase que literalmente falando, se não fosse pelo detalhe de estar nesse planeta.

    Há pouco tempo atrás, eu joguei Osmos, que possui um conceito muito original: interpretar o papel de uma molécula no mundo molecular. Vários daqueles conceitos realistas visulmbrados no jogo trazem uma única constatação de tudo: A luta pela sobrevivência.

    Não importa o teor da inteligência em qualquer partícula desse mundo, mas em grande maioria (para não dizer em todas) a busca pela sobrevivência é sempre recorrente. Sobreviver ao estilo cada um por si, ou sobreviver improvisando, reproduzindo, fungindo, se escondendo... enfim, acredito que mesmo a mais improvável das criaturas tem uma espécie de apreço pela vida, seja lá o que isso significar pra elas.

    O que não faz o menor sentido são criaturas que fogem desse conceito natural. Pessoas que desprezam a própria vida talvez tenham uma linha de inteligência menor do que a de uma bactéria sem noção.

    Conclusão

    Talvez Tolkien tenha razão: O mundo pode ser de fato uma bela composição musical, e nós, por sermos apenas ouvintes distantes, apenas passamos a vida tentando encontrar a melhor dança nesse ritmo musical que sempre muda. E alguns mais ousados até tentam descobrir de onde a música vem.

    Se algum dia, em milhões de séculos de evolução nós conhecermos um dos instrumentos, viveremos satisfeitos até entender que uma orquestra é feita por vários instrumentos diferentes, e novamente novas respostas surgirão, sempre levando a uma pergunta nova que jamais terá solução.


    Se você não é composto de arsênico mas quer descobrir uma forma de mudar seu código genético e conquistar a imortalidade, dê uma lida em meu tutorial para a imortalidade ou conteste a suposta teoria de que o nosso DNA tem vida.

    Mas é claro, antes de cair em uma nova desilusão, deixe um comentário expondo a parte de seu código genético que reflete a opnião abaixo!

    segunda-feira, 29 de novembro de 2010

    Conspirando com a Wikileaks

    Opinão sobre o dia do Fim

    Imagine que tudo está bem, e você faz diversos planos para seu futuro próspero e eminente. Aproveita que o ano está terminando para fazer as promessas mentirosas de tudo o que fará no ano novo. Vai para o centro da cidade enfrentar filas e o calor absurdo do primaverão para comprar presentes a todos os entes queridos. Tudo muito belo e próspero, e de repente, sem o menor aviso prévio, tudo se transforma em caos. Pode ser um caos previsível, como esse do Rio de Janeiro (oras, todos sabiam que algum dia a "bomba" explodiria assim, ou não?). Mas, pode também ser um caos imprevisível, aquele que é recoberto de segredos de estado e que alimentam os melhores textos sobre conspiração.

    WikiLeaks

    Por exemplo, você já ouviu falar da WikiLeaks? Eu, com toda minha ignorância, ouvi pela primeira vez esse nome hoje e, para duplicar minha ignorância, associei o nome a alguma nova wikipedia ou desciclopedia ambulante. Segundo o texto na matéria do estadão:


    "O WikiLeaks é um site que se dedica a revelar documentos militares secretos dos EUA e de outros países. Neste ano, o site divulgou cerca de 400 mil documentos secretos sobre a guerra do Iraque. Antes disso, o WikiLeaks já havia divulgado 90 mil relatórios confidenciais sobre abusos cometidos no Afeganistão."


    Mas de repente vi várias matérias sobre ela em outros lugares, com manchetes no mínimo perturbadoras inusitadas. Por exemplo, ela releva que o Brasil esconde grupos terroristas a la Hezbollah e que foi a Arábia Saudita quem pediu ataque dos EUA contra o Irã.

    Como é fácil notar, a WikiLeak é a verdadeira fonte de alimento para os conspiradores de plantão. Mas o ponto onde eu quero chegar é que, de um modo ou outro, as declarações feitas por ela ganham um destaque muito grande e são tidos como verdades com pouco (ou nenhum) questionamento a respeito.

    Fonte de Informações

    Com base nisso, é fácil imaginar como uma informação poderia ser capaz de gerar o caos total. Tudo começaria com uma notícia, e seja ela falsa ou verdadeira, desencadearia a reação em cadeia que levaria o assunto a diante. Muitas pessoas que não tem um hábito natural do questionamento, apenas passariam a informação adiante. É como aquela "notícia" que foi espalhada por Marcelo del Debbio dizendo: "Cientistas vêem imagem de Jesus no LHC".

    Também tem muita gente que simplesmente deixa todas suas opniões serem formadas com alguma coisa que viram aqui ou acolá. Antigamente, a verdade absoluta estava na televisão, de modo que não era raro escutar dialogos bizarros como esse:

    _Cara, você sabia que é possível uma pessoa ficar sem respirar se ela colocar sal dentro do nariz?
    _Você está zuando! Até parece...
    _É verdade, passou na Tv.
    _Ahh! Puxa, que interessante eu não sabia mesmo.

    Ou seja, qualquer coisa que tivesse passado na tv era mérito de reconhecimento supremo da verdade. Pior do que isso, sem dúvidas, é ver pessoas que apoiam algum "fato" com o seguinte argumento "Ah, eu vi isso na internet!", como se a internet fosse algum mérito para formar a opnião de alguém.

    Conclusão

    Então, nessa nova era da tecnologia, o acesso a informação é a única coisa que certamente ultrapassou a velocidade da luz, visto que são textos aos milhares sendo postados na internet em questões de milisegundos. Diante de tudo isso, até mesmo suas crenças pessoais tem risco de serem mudadas e, pouco a pouco é possível mudar até mesmo a essência de uma pessoa. Alguém sem opnião, ou incapaz de fundamentar sua opnião está fadada a sofrer de manipulações o tempo todo, uma vez que seu mundo é visto através dos olhos dos outros.

    Acredito que o dia do fim do mundo começará como qualquer outro. Você acorda, faz seus afazeres normais e depois se dá conta que tudo está diferente. Ou, com o significativo atraso da informação, você só percebe que acabou horas depois de ter realmente acabado. Afinal de contas, sempre é necessário haver a normalidade para que algo se torne anormal.


    Se você achou esse texto incoerente demais, dê uma olhada na sessão de animações, em que lá estão algumas coisas toscas em flash, que, de tão toscas, tendem a expirar o ar da graça =) Ou, aproveite a situação, e deixe uma piada nos comentários ou simplesmente alguma opnião sobre o assunto.

    segunda-feira, 22 de novembro de 2010

    Choro Límbico


    Bem no comecinho do próximo mês faz um ano que meu cachorro meio-poodle e meio-vira-lata morreu.

    "Se bem que, na verdade, nenhum animal de estimação simplesmente morre. Ele sempre nos ensina algo novo e forma parte de nossa história. Mas um dia ele vai embora, e logo quando arrumamos a compahia de outro animal, aquela nova vida não vem para substituir a outra que se foi; ela vem para continuar nos ensinando coisas novas e para nos ajudar a continuar construindo uma nova história". (Parafraseado de uma dona de abrigo de animais que não lembro mais onde e quando escutei)

    Esse texto faz parte da série de posts relatando minha relação com os canis lupus familiaris e o quanto podemos aprender com eles. Ou, em outras palavras, vou tentar esclarecer se os animais realmente tem algo para nos ensinar ou não (Psicologia canina, hã?). Mas prometo não abandonar a base científica dos posts, e como toda história real em andamento, seu final ainda é completamente imprevisível para mim.

    Ah, e por que raios o primeiro tópico foi sobre choro? A resposta, não poderia ser mais óbvia: Toda nova-vida [nesse caso canina] sempre chega ao mundo chorando.


    Bebês não choram


    Ringo era vira-lata dócil e facilmente conseguia conviver bem com todos. Nem sei ao certo quantos anos ele tinha quando eu nasci, mas o fato é que ele estava lá. Eu ainda num berço no meio da sala, e minha mãe com pouco tempo que havia voltado do hospital. Assim como naquele clássico filme da Disney "A Dama e o Vagabundo", Ringo foi entrando no cômodo cautelosamente, sem conseguir esconder a curiosidade. E passo a passo ele ia espreitando a cabeça na direção do berço, de modo a conseguir contemplar quem era o novo integrante da família. E o que eu fazia diante disso? Das duas uma: Como todo recém nascido, ou dormia para se comunicar comigo ou chorava para me comunicar com os outros.

    Nenhum bebê é capaz de controlar quando chorar e quando ficar quieto porque isso faz parte do instinto de sobrevivência. Diante de uma grande necessidade, a criaturinha indefesa chora pelo clamor de alguém que descubra e supra suas necessidades. A mentalidade de um bebê não é tão diferente da maioria dos outros animais de nosso planeta, e até então, a lei da natureza permanece inalterada.

    Filhotes de cães choram de forma mais contida e elegante do que os humanos, que tendem a berrar até terem certeza que conseguiu deixar todos ao redor surdos. Imagino que essa tentativa de chamar a atenção, para ambos os casos explica muita coisa:
    Filhotes de cães não sabem latir, e bebês não sabem falar. Filhotes de cães evoluem seu choro até que o mesmo consiga se tornar mais controlado e dali formar o primeiro latido. Bebês, por outro lado, não evoluem o choro para nenhum outro lugar. Simplesmente descobrem naturalmente que aqueles berros não são elegantes e mudam totalmente o tom do berro para conseguir transformar aquilo em voz. Ou seja, vamos considerar do ponto base: a voz de ambos vem do choro, mas apenas o animal (nesse caso específico o cão) consegue fazer dele um aprendizado. Ponto pra eles.

    E só para lembrar: Tudo começa sempre com um choro seco, sem lágrimas. Isso porque o recém-nascido ainda não tem desenvolvido suas glândulas lacrimais, e tudo o que resta como única proteção dos olhos é manter os olhos fechados. Junte a isso o sono inacreditável que acompanha os bebês e é fácil notar como a natureza não deixa ponto sem nó.

    Obviamente, o pacote de recursos básicos que vem através do instinto da sobrevivência inclui berrar o mais que puder para, inconscientemente, crer que isso pode atrair a atenção de um herói responsável por lhe salvar de qualquer que seja a situação.

    Viagem ao Limbo

    Uma das melhores descrições que vi sobre "o limbo" estavam no filme "Inception", onde mais uma vez temos Leonardo de Caprio interpretando seu verdadeiro papel papeis malucos. Enfim, o contexto do Limbo era aplicado ao inferno dentro de sua mente, que seria uma espécie de lugar sem volta dentro das profundezas do subconsciente. E essa definição é realmente assustadora. É como entrar em um pesadelo e jamais acordar dele.

    O mais interessante é a ligação que tudo isso tem com o choro. Uma vez sabendo que o limbo está sempre associado com alguma coisa ruim, e geralmente abstrata, fica mais fácil entender porque colocaram o nome de "sistema límbico" para a parte do nosso cérebro que atua sobre os sentimentos. Claro que os sentimentos também envolvem coisas boas, mas na grande maioria dos caos não temos muito controle sobre eles, e de uma forma geral, a grande parte restante do cérebro também não.

    E ali na nossa caixinha de sentimentos, as que são capazes de criar as seqüelas mais profundas no comportamento e na personalidade vem justamente daqueles sentimentos ruins, que em certo ponto causam um trauma e se tornam inesquecíveis para o resto de sua vida.

    O sistema limbico não só é o culpado por gerar teus sentimentos mais abomináveis ou puros, como também desencadear o choro. Dentro dessa caixinha da perdição é que sai a ordem para que as lágrimas sejam derramadas sem piedade.

    O Fim de uma História

    Ringo foi meu primeiro contato com uma raça diferente da humana, e ele me viu crescer. Não muito, já que morreu quando eu tinha entrado na primeira série escolar. Já era uma época em que ele começava a demonstrar os sinais da velhice e acentuar alguns comportamentos bizarros.

    Até hoje eu ainda não encontrei uma explicação plausível para o comportamento do dia de sua morte. Dava para sentir claramente uma tristeza profunda nele, uma necessidade de ficar junto de cada membro da família como que se despedindo. E ele estava saudável até onde eu sei, o que tornou os eventos daquele dia ainda mais bizarros.

    Ringo morreu com 11 anos, de certo modo por minha culpa, já que eu até hoje juro que tive um sonho premonitório que me faria ter evitado aquele acidente. E ainda que esse sonho premonitório seja apenas uma falsa memória, o fato é que eu fui abrir o portão de casa, e a única coisa que deu tempo de ver foi ele saindo correndo para a rua desesperado (coisa que ele jamais fazia), e essa foi sua última corrida. Ringo foi de encontro a um carro e caiu no chão após a pancada parcial que levou na cabeça. Ainda tive tempo de vê-lo extendido no chão com cabeça tremendo e os olhos me dizendo adeus. Morreu ali, de olhos abertos fechando todo o ciclo de sua longa história.

    Depois de Ringo, quase um ano depois e o ciclo de um novo animal de estimação se iniciava, onde novamente haveria mais uma torrente de histórias a serem criadas. Uma foto dele é essa aí o lado.

    O simpático sujeito se chamava Billy (sim, nomes de cães sempre esbajam criatividade), e ano passado, aos quinze anos ele também teve seu final. E agora, três meses atrás, meu novo cãozinho nasceu, embora eu só fosse saber disso bem mais recentemente. Na verdade é fêmea, e novamente a criatividade absurda dos nomes coloca Laika na criação de uma nova história, cujo novo ciclo e novo final ainda não foram escritos. Pelo menos não ainda nesse blog.


    Diante de acontecimentos tristes, as lágrimas são uma manifestação fisiológica de um lado abstrato da mente. Talvez por questões evolutivas seja necessário as memórias terem mais impacto diante de acontecimentos negativos do que de positivos.

    Se você achou esse post muito deprimente, recupere o tempo perdido (ou perca ainda mais) vendo algumas dicas para sair de uma desilusão. Ou simplesmente aproveite o espírito límbico das coisas e encontre motivos para odiar o amor lendo sobre sua malevolência. Mas caso essa idéia de odiar o amor parecer assutadora demais, então tape parte dos olhos e veja sua benevolência.. Se tudo isso ainda continua ruim, expresse-se deixando um comentario abaixo.

    sexta-feira, 19 de novembro de 2010

    Desilusões do Tempo

    Faz tempo que eu não posto aqui.

    E nada melhor do que voltar com um post falando justamente sobre o tempo. Preciso entender de uma vez por todas porque é que o tempo parece ter perdido o controle para tanta gente. Eu principalmente sou um daqueles que vivo no passado, pois sempre que planejo fazer qualquer coisa, já passou. Quando penso em fazer qualquer coisa, já acabou.

    Talvez exista uma forma de não ser escravo dele, ou talvez só exista uma forma de encontrar a liberdade caso ele não tenha te escravizado ainda. Esse é um mundo que parte das pessoas encontrou no ócio uma forma de fugir das garras sádicas do tempo, ao passo que outra parte vê o mundo em ócio, sem tempo para nada além de uma vida sem liberdade.

    Junte as forças, alie-se a resistência ou... simplesmente Carpem Diem.


    Tem uma frase que praticamente se incluiu no conjunto dos diálogos padrão de quando não se tem assunto. Tudo começa com uma pessoa que dirá:

    "Nossa, como o tempo está passando rápido, né?"

    E você não tem nenhuma outra alternativa se não dar a resposta padrão: "É verdade, daqui a pouco já é fim do ano outra vez".

    Os planos, as idéias e porque não a própria vida muitas vezes são prejudicados com o tempo. Mas, dizem as más línguas que alguns aliens sábios descobriram uma forma de nos condensar nessa loucura atemporal. Será?


    "É nóiz na Fita" quase que literalmente

    O que ainda não me é claro, é o porque ele tem que passar tão rápido. Isso me revolta, isso me faz acreditar que poderíamos ter melhor aproveitado tal parte dele aqui ou acolá. Isso me deixa aflito para que algum cientísta maluco invente uma máquina do tempo o quanto antes para que as coisas possam ir mais devagar.

    Como a perpeção do tempo é diferente para cada um, naturalmente esse não é um problema universal. Talvez nem seja um problema. Mas para alguns, assim como eu, é.

    É como se tudo estivesse dentro de um filme gigante com você atuando em algum papel que melhor lhe convém. E aí se torna chato só poder assistir tudo uma única vez. Ou pior do que isso, é pensar que algum desocupado entediado apertou o botão de Forward para avançar tudo rapidamente e não tem a menor intenção de apertar o play novamente.

    Isso me faz querer apertar um botão de pause de vez em quando. E então eu me dou conta que o tempo não é como um filme, e sim como uma queda de um elevador. Nossa vida é uma queda livre do último andar, onde passamos por tantas janelas mas só conseguimos enxergar a paisagem mais distante. E aí, pelo fato de não sermos agraciados com a habilidade de queda suave vôo, tudo o que resta é reclamar de tudo o que não temos como aproveitar.

    Urgente

    É impossível falar do tempo sem falar de prazos. Nossas vidas se moldam dentro de prazos, seja no pagamento de contas, entrega de trabalhos ou comparecimento a algum evento governamental. Racionalmente, os prazos passaram a ser associados sempre com alguma coisa negativa. E mesmo que você tenha "um prazo" de quinze dias de férias, você chama esse período de "um tempo" de descanso.
    Por definição o tempo se tornou algo bom, e como tudo o que é bom, ele foi ficando cada vez mais escasso. Sua escassez alimentou o stress e o stress alimenta a maioria dos problemas no mundo urbano civilizado.

    Toda essa dissolução do tempo em um período curto me incomoda muito por dois motivos: O primeiro é que tudo hoje em dia parece envolver a urgência, já que o tempo é tão rápido que se nada for urgente, então nada pode ser feito no prazo. E aí, o temor pelo prazo normalmente vem fazendo com que esse mesmo urgente perca completamente seu valor, de modo que todas as coisas que precisem ser feitas antes de um prazo sejam chamadas de "urgentíssimo".

    E cada dia que passa, não me é difícil escutar alguém dizendo que quer alguma coisa de modo "urgentíssimo". Eu escuto isso tantas vezes que meu cérebro nem processa mais qualquer derivação para essa palavra. Eu não sei o que é mais urgente numa sociedade que vive de urgências.

    Sem noção

    P: O que está passando rápido demais é o tempo ou sua noção do tempo?

    Claro que você responderá que é apenas a noção do tempo, já que achamos que as coisas passaram rápido demais pelo simples fato de muitas vezes não nos damos conta de que agora já é tal dia ou tal hora. Não é comum você acordar de manhã, se distrair com alguma coisa e depois falar: "Nossa, já é hora do almoço e eu nem percebi". O que faz com essas quatro ou cinco horas que aparentemente "desapareçam" de seu tempo todos os dias?

    Pois é, sua noção do tempo é cada vez mais prejudicada com a tonela de informação que lhe bombardeia o tempo todo, principalmente na internet. Seja algum jogo legal que lhe tomou horas, um seriado viciante que lhe tomou dias, uma problema pessoal que lhe tomou semanas ou simplesmente a rotina do trabalho que lhe toma anos. Você vive tomando. Você vive entregando seu tempo a tantas coisas que o pouco tempo que lhe resta para dedicar a si mesmo é aquele mesmo que usa para refletir: "Puxa, o tempo passou rápido demais".

    Se o tempo passou rápido demais, considere-se feliz por ser um viajante do tempo, onde muita gente daria de tudo para conseguir a mesma façanha que a sua. Aposto como muitas crianças em estágio de metamorfose da carne para o osso seriam recompensadas de tanto sofrimento se pudessem viajar no tempo como você.

    Mas é invalido generalizar, pois a noção do tempo é algo muito pessoal. Sentar na beira de uma praia e observar o mar dia após dia também mudaria a percepção do tempo, de modo a torná-lo mais lento e possívelmente mais inútil.
    Numa situação parecida, sentar-se a beira da praia e ler um livro dividiria seu tempo em duas partes, de modo que ele passaria mais rapidamente, mas ainda seria chato porque talvez não tenha como ter tirado tanto proveito dele. Agora, para essa mesma situação, vamos agregar mais coisas:

    Todos os dias, na mesma praia você se mantém sentado observando o mar, lendo um livro, fazendo castelos na areia enquanto procura por pedrinhas preciosas. O tempo ocioso diminui, ao passo que sua noção sobre o mesmo diminui.

    Finalmente, no mundo moderno temos tantas coisas feitas para evitar o ócio que acaba tornando nossa percepção temporal prejudicada. Fazemos tantas coisas e deixamos de fazer tantas coisas que isso acaba deixar apenas uma conclusão óbvia a ser considerada: "Se eu não posso fazer tantas coisas, é sinal que meu tempo é curto. Se ele é curto, ele passa mais rápido".

    Para finalizar, uma última pergunta: O que é o que é: Quanto mais lento ele fica, menos proveito dele se tira. E quando mais rápido caminha, menos dele se pode aproveitar?

    "Fiz um acordo de coexistência pacífica com o tempo: nem ele me persegue, nem eu fujo dele. Um dia a gente se encontra." (Mário Lago)

    Essa bélissima frase é linda de ouvir, mas não é tão fácil de aplicá-la na prática. Alguem poderia me dizer qual é o segredo para seguir um acordo com quem você não alcança?

    Se você leu esse post e é um viajante do tempo, volte dois minutos para o passado e deixe um comentário. E se não for um viajante do tempo e estiver no presente, essa é sua chance de deixar uma mensagem que ficará gravada por muito tempo e, provavelmente lida por alguém no futuro, fazendo de você, nesse momento, um viajante do tempo. =)

    quarta-feira, 29 de setembro de 2010

    Cacareco Político

    Depois do meu Desabafo Político no outro post, segue mais um desabafo texto sobre política. Dessa vez com mais fatos e menos suposições.

    Votar nulo é desperdício de voto?

    Outro dia, conversando com meu pai sobre política, eu estava tentando tirar uma conclusão sobre o poder dos votos nulos. Pois eu me lembro da corrente em e-mails pregando que o voto nulo era a melhor opção para substituir os políticos, e ao mesmo tempo, vários sites sérios dizendo que o voto nulo não mudaria em nada, a não ser que desperdiçaria um importante direito seu.

    Como toda desilusão que se preze, ela começa com uma dúvida. Pois ao olhar para o quadro dos candiatos disponíveis para votar, eu me sentia sem opções, obrigado a escolher alguma coisa pelos quesitos mais deploráveis: quem é menos corrupto? quem tem menor chance de estragar tudo?

    Então, foi através de uma conversa sobre política que meu pai me contou sobre o caso de Cacareco, dizendo que certa vez aconteceu das pessoas elegerem um candidato, no mínimo inusitado.

    Fiquei curioso sobre esse assunto, e saí pesquisando mais a respeito do mesmo. E veja só o que mais descobri sobre essa prova final sobre o poder (ou não) do voto.


    Vote no Cacareco

    Já faz uns cinqueta anos, e pelos detalhes memoráveis que obtive de meus pais, pareceu que foi algo bem recente. O fato é que surgiu um candidato na eleição chamado Cacareco, e as pessoas emendavam bordões nas ruas de "Vote no Cacareco" o tempo todo. Ricos, pobres, os mais novos e os mais velhos... todos depositaram a confiança nesse candidato. Isso seria apenas mais uma prova de minha teoria sobre manobra de massa se não fosse um detalhe: Cacareco não existia.

    Motivados por uma corrente inexplicável, as pessoas saíram votando em um tal de Cacareco, que nada mais era do que um Rinoceronte em um zoológico do estado. O animal ganhou a eleição, e embora muitos soubessem que se tratava de uma forma de "anular" o voto e protestar, aposto como teve muita gente indo na onda da maioria e votando por votar.

    Você pode ler mais sobre o assunto nessa matéria que saiu no jornal "O Cruzeiro" em 1959 clicando aqui.

    Agora, já interado ao assunto, dê uma lida nessa matéria da Veja e, desconsiderando a parte mais "sensacionalista" da matéria, atente a única verdade atual: Não despedície seu voto.


    Desperdiçando um Voto

    Ok, cada partido tem uma ideia de como vai governar o país, e cabe as pessoas votarem em um deles ponderando a cartilha das propostas e fazendo uma avalição sábia e correta sobre tudo. Tirando essa parte utópica, você também tem a opção de votar em branco ou anular seu voto.

    Votar em branco é novamente fazer parte da boiada e ir nas costas da maioria, já que será um voto indiferente e que, certamente só beneficiará quem já está ganhando. Por isso o dito é completamente válido: "Se você votar em branco vai dar o voto ao candidato que está ganhando". Pensando dessa forma, se o governo for bom você poderá dizer que foi graças a seu voto, e se for ruim você poderá reclamar também, porque afinal, jogou seu voto ali na confiança da maioria.

    As pessoas que entendem bem sobre política não falam muito sobre essa possibilidade de voto porque ela é, em termos práticos, um desperdício de direito. E sobre o voto nulo então... não há cacareco algum que dê jeito...

    Votar no perdedor ou no ganhador?

    Às vezes você tem a idéia de votar num candidato que visivelmente vai perder. Você obviamente quer que seu candidato vença, e naturalmente vai sentir um motivo para criticar o governo atual com uma justificativa tola: "Se não tivessem eleito fulano, tudo estaria diferente".

    Mas é lógico que estaria diferente; se fosse pra ficar igual não haveria motivo algum para se criar uma votação. E mesmo assim é ineficaz comparar com coisas que não podem ser comprovadas; o candidato pelo qual você votou poderia estar sendo tão pior quanto o atual.

    Debates políticos são uma porcaria por causa disso; embora muitos assistam querendo ver o momento em que eles vão se degladiar até a morte, todo o teatro de críticas ao passado e ao suposto futuro continua vívido. E nessa encenação trágica, nenhuma informação muito útil que apresente suas qualidades e defeitos é mostrada. Tudo é apenas um jogo de máscara sobre máscara.

    Voto secreto ou Voto tabu?

    Graças a essa ganância doentia pelo poder o voto precisa ser secreto. Se o voto não fosse secreto haveria intimidação e medo rondando você o tempo inteiro para que votasse nesse ou naquele candidato. O correto, caso não existisse essa violência mórbida, seria que as pessoas entendessem que o direito de voto é um direito de expôr sua opnião perante uma ideologia de governo.

    Como estamos falando de democracia, esse direito vale para todos e, por isso seu canditado pode perder ou ganhar. Mas se ele perde, é estupidez vestir bandeiras de oposição só para criticar tudo o que o eleito fará. Afinal de contas, ele agora é o escolhido (pokemón?) para representá-lo e protegê-lo.

    Claro que existem limites. Não é porque a maioria elegeu um cacareco (da-lhe macaco Tião), que sua posse ao cargo precisa ser assistida de cabeça baixa com o ar de perdedor. A primeira etapa é a tolerância, e naturalmente, se for o caso, a maioria automaticamente se mobiliza para a agressão. Até porque, infelizmente a sociedade é assim, movida a vácuo.

    Mas não adianta inventar xingamentos baratos e nem transformar tudo em piada e levá-la (ou ouví-la) num stand-up. Uma parte coerente precisa se manter firme, a ponto de entender onde está um limite seu e de outrém.

    Para finalizar:

    Uma vez, ainda bem na época do governo Lula, eu escutei de um professor o seguinte:

    _Eu não votei não Lula mas ele ganhou. Não é por isso que deixei de ser brasileiro, e por isso vou apoiá-lo a partir de agora. Afinal de contas, ele é o meu (O.õ') presidente. E justamente por eu não ter votado, então agora é que tenho um motivo maior para olhá-lo com mais cuidado e ficar atento a tudo o que fará pelo país.

    Nada mais a declarar. Escolha seus pokémons candidatos mas não se feche demais à eles. Eles podem des-evoluir.

    terça-feira, 28 de setembro de 2010

    Desabafo Político

    Eu relutei em fazer um post sobre política, porque é assunto que particularmente me revolta. E qualquer coisa que sai com revolta tende a perder um pouco de seu lado justo e racional para abrir espaço à uma expulsão de sentimentos avulsos.



    Florentina, Floretina, vote em mim.

    Sempre em época de eleições, o freak show ao vivo direto dos carros de sons tenta tratar a todos como imbecis, como se alguma musiquinha estúpida fosse capaz de nos influenciar a votar. Se bem que deve funcionar, porque a repetição de uma idéia pode plantar uma nova idéia, mesmo que errônea.

    A falta de opção (ou demasiada opção inútil) acaba fazendo com que as pessoas votem no mais corrupto ou no mais engraçado. Aliás, textos engraçados vendem mais, e isso é um fato. Num mundo envolto por altas cargas de stress, um pouco de humor parece servir como válvula de escape da realidade. Ou em outras palavras, é uma forma de se criar uma proteção contra a parte mais feia das coisas.

    Rir é o melhor remédio, mas desde que não se ria de tudo, por aí já é insanidade.

    Tampe os olhos

    Bateram aqui na porta de onde trabalho (e na porta de casa) perguntando se podiam instalar um banner gigante de apoio a um candidato a deputado estadual. Quando perguntei as propostas daquele candidato, ele só foi capaz de responder:

    _Ele vai melhorar as coisas aí. Saúde pro povo, Emprego. E então, pode por?

    Aquele cidadão visivelmente nem sabia quem era o candidato pelo qual trabalhava. Apenas estava ali ganhando seu dinheiro para disseminar uma idéia que desconhecia.

    As ruas se transformaram em verdadeiras feiras urbanas, e andar no centro da cidade é um ataque de informação inútil. Bandeiras, músicas e rostos desconhecidos estampados para todo o lugar. A idéia é simples, e em teoria realmente funciona: "Quando maior a repetição do nome, mais você tende a achar que o candidato é bom. Muitos indecisos acabam votando assim, levados por aquilo que mais viu, e não pelo que mais avaliou.

    Pessoas votando às cegas estão por aí. Mas não estão nem aí.

    Pode chutar um número?

    Esses dias, lendo sobre nossa forma de tomar decisões, descobri que somos incapazes de lidar com uma escolha inteligente quando se está cercado de opções. Dizem que o cérebro acaba optando pelo que parece ser mais "bonitinho" ou aquilo que causa uma melhor primeira impressão. Isso funciona com qualquer coisa, desde escolher um par de sapatos a um presidente.

    No cenário político, nossas opções são os candidatos e, quanto maior o número de opções disponíveis, mais fácil é escolher algo errado. Na maioria das vezes, acontece aquele "efeito de boiada", que faz com que quem tenha mais votos agregue mais votos dos indecisos. Na minha opnião, os indecisos nesse cenário político acabam sendo os piores eleitores porque eles vão seguir a maioria, mesmo se a maioria estiver errada.

    Massa de Manobra

    Não, isso não é mais uma daquelas teorias de conspiração falando que querem manipular o mundo ao custo de seitas esquisitas. Massa de manobra é esse efeito que acontece no dia a dia, quando alguém segue uma escolha só porque muita gente segue ela também.

    Naturalmente os primeiros seguidores da idéia são aqueles que realmente fizeram uma decisão com sua base sólida e bem formada. E aí tudo começa quando os primeiros seguidores indicam seus amigos e parentes, e os mesmos, devido àquela concepção de "vamos dar uma força", acabam apoiando coisas que não conhecem muito bem.

    Junta-se uma pequena multidão e a turma de curiosos aparece. Curioso é um imã magnético para mais curioso e, quando se dá conta, formou-se uma mentalidade única, onde se o primeiro pensar algo e seus descentes próximos aceitarem, então todo o resto pensará igual, já que eles são influenciados com a mesma facilidade que foram quando levaram aquela causa.

    Se você vota sem saber as propostas de seu candidato, e o mais importante, sem concordar com toda ideologia, então você está nessa massa de manobra. Naturalmente pode pensar ter uma decisão que é sua, mas infelizmente é apenas uma escolha que seu cérebro tomou para você porque ele não é bom em questões de múltipla-escolha. Nesse caso, chute os números no dia da eleição; não fará a menor diferença.

    Finalizando

    Ainda queria continuar minha revolta falando da educação furada que se tem na escola, mas isso seria tema para um outro assunto bem conspiratório sobre "O Sistema". O sistema que está em nossas vidas e roda num Windows 98 é culpado por grande parte das maiores desilusões humanas.

    Enfim, esse não será o último post sobre política, pois infelizmente ela é um mal necessário. Ou um bem que nas mãos erradas se torna um mal. Não sei ainda ao certo o que é a política, embora seja algo que muito me deixa desiludido.

    Se você corcorda de algo ou discorda de tudo, deixe um comentário.

    quinta-feira, 23 de setembro de 2010

    A Benevolência do Amor

    Se você já leu meu primeiro post sobre a Malevolência do Amor, então viu como é fácil encontrar motivos para depreciá-lo. E agora, falar aqui sobre sua parte boa também é incrivelmente fácil, pois o amor é realmente uma coisa contraditória. Ele depende, acima de tudo, do ponto de vista.

    Pois então, como pode, algo tão simples gerar uma complexidade imensa de opniões? É como o bem e o mal, ou o dia e a noite; conflitantes entre análises, mas inseparáveis em discussões. É sem dúvida, um dos principais motivos das desilusões das pessoas. E tudo isso sem ao menos poder de fato compreendê-lo.

    A única pergunta que se mantém é simples e direta é: o que raios é o amor?

    Definindo o Abstrato

    Nem o dicionário sabe. Se procurar no dicionário ele já lhe dá uma lista com diversos sinônimos que formam uma mistureba de sentimentos. Fiz uma busca por definição no google e aprendi que pode signicar: "Kizola (Nkenda = Kikongo)" WTF? O.o' Ou seja, não tem jeito, amor é o famoso "você que sabe não" do Azaghal.

    Então, estando diante dessa palavra abstrata e sem significado mensurável, eu sempre acabo me lembrando daquela música da Rita Lee tentando dizer as diferenças entre o Amor e o Sexo, como se ambos tivessem alguma ligação. Não, eles não tem. Sexo é um método de procriação e amor é um sentimento indefinido.

    Com toda a quase nula pretensão de definir o indefinível (trocadilho poético irrelevante), acredito que existem dois tipos de amor: falso e verdadeiro Egoísta e Platônico.

    Eu já falei bastante do amor egoísta no outro post, que é aquele que faz você se tornar um idiota em função de alguma coisa ou alguma pessoa e esquece que na verdade o idiota é você. Em resumo é isso. Então, dessa vez vou deixar todas as atrocidades do amor de lado e falar seu lado belo, puritano, meigo e... inexistente, invisível e imaginário legal.


    O Amor Platônico

    Esse, em teoria, seria o mocinho de toda a história, e quem sempre deveria levar a fama por trás da maioria das melosas histórias existentes.

    Esse tal de amor platônico, tem esse nome devido à uma definição de Platão sobre o amor. Ou em outras palavras, ele chegou lá em sua academia de sábios e falou o que ele achava que era e pronto, passou a significar isso. Em resumo, amor platônico seria aquele sentimento de afeto tão verdadeiro e puro que os filmes mais comportados ressaltam o tempo todo, mas que na prática é algo mais raro, como "amor de mãe". (se bem que não são todas as mães que tem esse suposto amor maternal, mas enfim...)

    Seria esse o ápice daquele herói que entrega sua vida em nome da pessoa amada, ou do covarde que se enche de coragem ao lado de quem ama. Mais ainda, poderia ser, porque não, aquela espécie de leitura por telepatia que o faz acertar de modo instintivo o que a outra pessoa está pensando.

    Esse tipo de amor, diferente daquele mais egoísta, não é temporário e nem se acaba com o tempo. O papinho de que os casamentos precisam se reinventar para não se acabarem é como querer obrigar o amor a continuar, e só isso já faz com que ele não seja mais verdadeiro.

    Aparência

    Isso me fez lembrar, embora num contexto diferente, de um filme que assisti recentemente chamado Vanilla Sky. Filme até razoavelmente conhecido, com Tom Cruise interpretando um drama que fala, sobre tudo, do amor e da loucura. Mas o ponto que quero resaltar, é que em certo ponto ele tem o rosto desfigurado devido a um acidente e basta isso acontecer para que o amor esvaeça de um modo muito rápido. A pergunta que sobra é: Até onde a aparência tem haver com amor?

    Em termos biológicos, pelo que sei, a aparência é o primeiro fator da atração porque é o único ponto de partida que você tem para conhecer alguém antes de conhecê-la de verdade. E a definição do que é belo engloba muitas variáveis, como a influência que recebe da midia, a imagem que faz de seus pais, simetria facial, saúde, etc.

    Mas não vou abranger esse assunto, já que acredito que isso começa a distanciar muito do tópico central. E já que começei a falar de filmes, existe outro que trata bem o tema, que se chama "Lição de Amor". Ou, se estiver querendo algo mais hardcore, existe a mini-série japonesa, em 13 episódios chamada "Ichi Rittoru no Nonamida", cuja tradução literal seria "Um litro de lágrimas". E realmente é bem isso mesmo que você fará ao assistí-lo.

    5 Provas de sua Benevolência

    Então, depois dos argumentos convincentes sobre o porque o amor é ruim do outro post, agora vem alguns argumentos sobre quando ele pode ser bom:

    • Ele não é egoísta
      Ele não é egoísta, pois não pertence só a você. Você não pode ficar feliz quando a outra pessoa está triste, e se isso é possível, então existe o primeiro ponto de que o amor realmente existe e é bom, já que é solidário.
    • Motivador
      A confiança em quem se ama é absoluta e vice-versa. Essa confiança é capaz de gerar motivações para seus objetivos, e isso é outro fator claro de sua benevolência. Entretanto... Esse fator de motivação precisa ser, durante todo o tempo, recíproco por todas as partes que amam, mesmo que isso signifique ceder algumas vezes e, confiar cegamente em outras.
    • Cego?
      Depositar toda a confiança em troca de reter toda a confiança parecem encaixar perfeitamente naquela velha verdade: "O amor é cego". Considerando que a ignorância é uma benção, então isso é mais um ponto positivo. Ao nos tornar cegos ele faz com que deixamos de lado a parte mais desditosa
    • Eterno
      Já dizia Vinícios de Moraes: "(...) que seja infinito enquanto dure". Isso significa que ele é eterno, e mesmo diante de todas as variações que existem, ele aumenta ou diminui, mas não se extingue. Caso isso aconteça, então é porque nunca existiu, e tudo foi apenas uma grande ilusão.
    • Analgésico
      E de modo mais científico, amar funciona como um analgésico do corpo. Ele libera endorfina e faz com que seu organismo trabalhe em seu favor. Nem é preciso mais nada, essa é sem dúvidas, a grande prova de sua benevolência e a prova de que precisamos amar. Amar a todos, independente de quem, pois focar o amor só o fará cair na segunda definição dele, que é a parte egoísta desse sentimento tão puro e renovador.

    Puro e Inocente?

    Imagine uma pessoa que ama um animal de estimação. Ali, naquele caso eu consigo ver o amor em sua plenitude funcionando. O animal não guarda mágoas com ele, e a pessoa que trata o animal com todo o carinho o faz sem nenhum outro interesse que não seja o de prolongar o carinho, e a união. Existe algum outro lugar em que esse "amor verdadeiro" pode ser visto?

    Sim, diante de uma mãe e seu filho recém-nascido, por exemplo. Claro que não todas as mães, já que infelizmente existem algumas que vêem o filho como objeto (como aquelas que os jogam no lixo). Mas no geral (ainda bem), o amor que uma mãe presta a seu filho também é puro. Ela ama com seu coração, e não espera nada em troca por isso, a não ser a certeza de que também continuará cultivando esse sentimento maravilhoso enquanto puder.

    Eu não me referi a figura do pai por uma questão de esteriótipo, mas claro que muitos se incluem. A beleza do amor está na pureza que ele pode emanar de si, e, és enfim benevolente em todo estupor.

    Conclusão

    Finalizo com uma frase sensacional que vi no twitter:

    Porque nos apaixonamos por uma pessoa mesmo sabendo que ela é errada?
    — Porque você espera estar enganado, e sempre que ela faz uma coisa que mostra que ela não é boa, você ignora, e sempre que ela age bem e te surpreende, ela te reconquista. E aí você esquece a idéia de que ela não serve pra você.

    Pois é. Se você já leu meu primeiro post sobre a Malevolência do Amor, então deve saber que eu ainda não descobri que raios é o amor, já que ele não tem definição e muitos o usam sem saber porquê. Mas, minha conclusão sobre isso tudo é muito simples: O amor é uma contradição em todos os sentidos, e é muito mais fácil definí-lo com oposições do que encarando a verdade: Amar é manter-se desiludido.

    Você leu o texto acima e tem alguma coisa complementar sobre o bendito Kizola (Nkenda = Kikongo), então deixe abaixo seu comentário. E se discorda de alguma coisa, também não tem problema: Leia sobre o post anterior e continue ainda mais desiludido sobre o assunto.

    segunda-feira, 13 de setembro de 2010

    Malevolência do Amor

    Segundo o Google:
    Amor tem aproximadamente 137 milhões de resultados.
    Ódio tem aproximadamente 25,600 milhões de resultados.
    Com tanta gente falando sobre o Amor, então teoricamente ele venceu. Mas se ele venceu, então porque é mais fácil encontrar ódio e violência no mundo, do que o semblante de paz ortogado pelo suposto e inocente desejo de amar?

    Quando amor é idiotice

    Eu nunca fui capaz de entender as palavras sábias de Raul Seixas, ao dizer em uma de suas músicas: "Ninguém nesse mundo é feliz tendo amado uma vez". Eu escutava em todo lugar o mesmo que via nas novelas: "O amor é a plenitude de tudo". Mas aí eu olhava ao meu redor, e via que muitas pessoas são infelizes ao lado de quem "supostamente" ama, e outras que vivem na solidão também espalmam um sentimento de ódio no lugar de onde era para ser somente a pureza ínfima do amor.

    Meses atrás, naquela época deprimente que rege o dia dos namorados, eu fiquei impressionado com a quantidade de gente falando mal desse dia no twitter, facebook e outras redes sociais. Alguns diziam que o amor da vida delas/deles só demonstrava o amor nesse dia. Outros participantes do sistema idiocrata em torno dessa data relatavam a chatisse que era comprar um presente para seu par. E isso sem falar dos solteiros de plantão que pareciam motivados a fazer protestos pelas ruas em torno do fim dessa data.

    "Ninguém nesse mundo é feliz tendo amado uma vez", repito a frase aqui, e junto dela também aproveito para dizer que hoje consegui entendê-la. Relembrando um pouco da minha vida patética, eu consigo perceber a diferença da época em que eu era criança e não me preocupava com nada fora de minha época. Depois veio a adolescência, e todo meu desejo era aquela vontade de descobrir meus potenciais e crescimento intelectual. Ao fim da adolescência eu comecei a trabalhar e pensar na faculdade e no futuro. Até ali eu era alguém complemente feliz sem saber. E no entando, agora no início da fase adulta, foi a primeira vez que percebi a existência poética do amor, assim como a podridão de sua ausência.

    7 Motivos da Malevolência do Amor

    Minha reflexão aqui é entorno do amor em si, e não dele existir ou deixar de existir. E considerando-o isoladamente, então não é algo bom, e veja meus argumentos em torno disso:

    • Confuso
      Se você diz que ama uma pessoa, ela provavelmente não vai entender se a ama de modo "platônico" ou com requintes de paixão. Ou seja, como o entendimento dessa palavra é confuso, você não pode dizer para ninguém que a ama porque só irá gerar mais dúvidas e provavelmente ficará longe de uma explicação sensata sobre o que realmente quis dizer.
    • Egoísta
      O Amor consegue gerar a existência de muitos novos sentimentos, incluindo os bons como "compaixão", "pena" e "companheirismo'... Ah, mas esquece: Compaixão e pena não são bons sentimentos, e de que vale um companheirismo que só funciona enquanto o amor existir? Ele é egoísta, porque quer que tudo mais seja ruim quando não puder possuí-lo.
    • Uma Droga
      O comportamento do amor é típico das drogas, visto que ele é lindo e incrível enquanto se está sobre sua posse. Ao perdê-lo, quanto mais abrupto for a perda, mais terrível e angustiante será a crise de abstinência à seguir.
    • Pai da Ignorância
      Já que o amor é cego e isso é um fato, então como pode alguém depositar confiança naquele que te deixa cego? É como depositar confiança em um torturador que brinca com teus sentimentos. Ele o faz se tornar ignorante, arriscar a vida a outrém e ainda assim acreditar que está certo quanto a tudo. Ele lhe cega não apenas pela beleza alheia, mas lhe cega intelectualmente. Faz você ser um medíocre e o torna tão ignorante quanto ele.
    • Injusto
      O amor é belo e louvável quando atinge duas pessoas, mas é um demônio mascarado quando atinge apenas um, ou então quando atinge mais de dois. Não há culpas entre esse ou aquele, porque esse sentimento não faz planejamentos para escolher ninguém. E infelizmente, às vezes escolhe errado, e aí que começa a torrente dos problemas. Por isso ele é injusto, já que faz o que quer sem planejamento algum.
    • Ciumento
      Eu já disse que o amor era egoísta porque não suportava compartilhar outros sentimentos diferentes dele. Mas o pior, sem dúvidas, é o ciumes que é capaz de causar. Duas pessoas que se amam e compartilham o cíumes porque esse não confia naquele, e aquele de fato não se contenta com esse. E ainda existe a turma que diz que "um pouco de ciúmes é bom". Que seja, mas se há ciúmes então há um desejo de posse, e isso já contraria aquela balela de que o amor é pleno, solidário e blá-blá-blá.
    • Ele faz o bem.
      Quando você ajuda uma pessoa necessitada, envia mantimentos a quem precisa ou qualquer coisa assim, você está sendo solidário, e não que esteja cheio de amor em si. Essa confusão típica do que é de fato o amor parece nunca se encaixar em contexto algum. E aí alguém vai dizer "Ah, mas a solidariedade só existe por causa do amor". Novamente errado! Quando existe o amor por trás da solidariedade, o nome disso é pena, e ter pena de alguém é mais despresível em você do que naquele por quem está com pena. Resumindo: Solidariedade é querer ajudar o próximo, fazer o bem sem olhar a quem. Agora Solidariedade + Amor = Sentir Pena e se motivar a ajudar só por causa disso.

    Outro lado da Moeda

    E isso porque eu ainda não citei o fato das guerras que acontecem do outro lado do mundo ou no noticiário fixo que passa em telejornais sensacionalistas. No caso daquelas "gerras santas", os povos se matam por um suposto amor à Deus. Por outro lado, é fácil para qualquer um dizer que "falta amor no coração deles", mas e se for o amor o culpado de tal cegueira entre eles, como pode-se dizer que falta amor em quem alega tê-lo em abundância?

    Não vou extender muito sobre o que é ou não o amor, simplesmente porque ele não existe. É apenas um nome genérico dado a um sentimento qualquer na hora que se está fazendo algo que lhe faz bem. Essa definição abstrata é o verdadeiro motivo por eu discordar de tudo que falam sobre o amor, embora alegue que possa haver algo de bom nele, do mesmo modo que pode haver algo bom em tudo.

    Nem que seja para virar hippie, falar devagar e fazer um sinal de "v" nos dedos. Alegar ao mundo "Paz e Amor" como desejo universal, mas sem conseguir dar uma explicação sensata do que realmente é o Amor me faz essa frase perder todo o sentido.

    Para que toda essa desilusão em torno dessa palavra tão pequena possa ser concluído, será que alguém me explica, por favor, o que raios é o amor? Ah, e claro... se te faltar material para isso, pegue algumas idéias no meu post sobre a "Benevolência do Amor" e fique ainda mais confuso. Afinal, esse também é outro mal do amor: Contradição.

    quarta-feira, 1 de setembro de 2010

    Tutorial da Imortalidade

    Segundo a Wikipédia:
    "Há cem anos descobriu-se o primeiro Radical Livre. Cinquenta anos depois descobriu-se toda a sua estrura molecular, e quatro anos depois relacionou-se a uma doença inexorável, o envelhecimento".

    A partir do momento que eu li que velhice era considerada uma doença, então várias piadas prontas dizendo que a humanidade é doente ficaram coerentes. Está aí uma desilusão incontestável que me fez analisar melhor o quão doente o mundo é. E doentes terminais ainda por cima, já que a velhice é "incurável".

    6 dicas para se tornar um imortal

    Pessoas nascem, crescem, ficam bobas e morrem. O processo natural do ciclo de vida não precisa necessariamente contar com o fator de ficar mais velho; pelo menos não na teoria.

    Seguindo a lição básica ante qualquer situação nova, eles dizem: "Respire fundo e vá lá". Respirar fundo, principalmente nas cidades cinzas que vivemos é tão ineficaz quanto tampar a respiração para sobreviver a um afogamento no meio do oceano.

    Mas considerando o fato de que o enfraquecimento de nossas células é causada por diversos fatores (e todos eles envolvendo os benditos Radicais Livres) então para se ter a imortalidade a teoria seria simples:

    • Somente respirar ar puro.
      O fato de você respirar já desgasta as células, já que consome energia do corpo. Mas, respirar o ar poluído da cidade com certeza o faz desgastar tudo com uma rapidez incrível. Só como anotação rápida, esse dia li numa revista que a respiração normal de uma pessoa em São Paulo, por exemplo, equivale a fumar dois cigarros todo dia. Aí, alavancando essa pesquisa com uma outra que dizia que cada cigarro equivale a 11 minutos de vida perdidos, então é fácil fazer as contas: Um ano na cidade equivalem a pouco mais de 5 dias jogados fora. Parece pouco? Pois para mim cinco dias em uma viagem para outro estado parecem mais bem aproveitados.
      Analisando tudo isso, o primeiro passo para imortalidade é deixar de respirar, ou se isso não for algo muito fácil, pelo menos tente respirar o ar mais puro que puder. Uma dica? Amazônia ainda é considerada o pulmão do mundo, e mesmo com o desmatamento absurdo tentando mudar esse posto, ainda dá tempo para comprovar a diferença.



    • Não fique no sol.
      Raios ultra violetas fazem radicais livres aumentarem no seu corpo. Sol quente trás câncer de pele. Mas certos filtros solares também fazem o mesmo. Oras, então como você pode ver, basta simplesmente fugir do sol e com isso evita todos os problemas de uma vez, certo? Mas também é sábio que o sol ajuda a produzir vitamina D e certos hormônios que o fazem ter uma sensação de felicidade. Seguir a recomendação de ficar no sol da manhã e fugir do sol da tarde acho que é o único jeito de ficar no meio termo. Mas eu não tenho tempo para fazer isso, e você?
      Por isso, nada mais legal do que acreditar vividamente que ficar longe do sol vai lhe trazer a imortalidade. Os vampiros já sabiam disso muito bem.



    • Saia da Internet.
      Isso mesmo. Saia da internet. Mas não agora, ao menos termine de ler esse post =)
      Na verdade você precisa conseguir fugir de toda essa tecnologia eletrônica que o cerca, já que a radicação eletromagnética vinda desses aparelhos também é prejudicial. Se você conseguir fugir de toda tecnologia existente ao seu redor, há uma chance grande de se tornar imortal. O único lado ruim é que o próprio planeta gera esse tipo de radiação em maior ou menor escala em diversos lugares... ou seja, comprar uma passagem para outro planeta pode ser o mais indicado.



    • Não bêba
      Brincadeirinha, pode beber sim. Mas apenas água. Mas nem todo tipo de água, pois se você observar nos galões de água, uma informação importíssima é a radioatividade na fonte. Só para resumir, radioatividade também não é legal, embora as quantidades que ela gera são praticamente insignificantes para o corpo. Por isso á água é liberada. Mas só a água.

      Mesmo que um consumo mínimo de álcool faça bem a saúde, todas as organizações de saúde advertem que se deve fugir dele. Eles devem estar advertindo o certo, já que "beber pouco" não é uma medida de quantidade mensurável.



    • Não coma.
      Se você foi mais radical que os radicais livres (trocadilho infâme) e parou de beber tudo, até água, então o próximo passo é não comer nada. Assim você evita de comer gordura animal, frituras, conservantes e aquele monte de tranqueira que existe na alimentação diária. Se não quiser ser tão exagerado e fugir um pouco dessa dieta faquiriana, então parta para o consumo das coisas naturais. Frutas, verduras e afins. Mas apenas naturais, daquelas que você mesmo planta e colhe, já que as que estão à venda nos supermercados tem grandes chances de estarem mais tóxicas do que um lanche do Mc Donald's.



    • Vire Hippie.
      Estenda bandeiras de paz e amor, ignore o sistema que lhe obriga a viver por dinheiro e com isso há muitas chances de se estressar menos. Com o stress praticamente extinto, todo seu corpo agradece e fica mais saudável. Então, o segredo é virar Hippie, se bem que... eu não me lembro de ver um hippie imortal também.

    Aqui jaz um Imortal

    Só relembrando os pontos desse tutorial de vivência eterna: Tome sol pela manhã e fuja do sol durante a tarde. Fuja da tecnologia e venda todos os celulares, computadores, televisores e tudo o que está na sua casa. Com isso você vai arrecadar um bom dinheiro e poderá fazer uma viagem para o meio da natureza, onde de quebra ainda sobra um dinheiro para construir uma casinha lá e coisas assim.

    Só com esses pontos acima você está respirando ar puro, e livre de radiações eletromagnéticas. Longe do trabalho e da correria mundana você também consegue eliminar o stress. Depois disso, você passa a comer apenas do que plantar, e beber apenas água próximas à nascentes.

    Com tudo isso em prática, aqui jaz um imortal. Está aí as civilizações indígenas de mil anos atrás que não me deixam mentir. Reza o mito que se não fosse o crescimento desregrado das metrópoles estariam vivos até hoje. =P

    Conclusão:

    Os Radicais Livres são os culpados definitivos para que o corpo envelheça. Eles são os vilões da história, mas mesmo assim costumam dar uma de mocinhos, às vezes. Eles podem ajudar a combater alguma bacteria aqui e outra ali, e assim vai te ajudando ao custo de ir lhe consumindo. Achou que seria fácil se tornar um imortal?
    Pois é, mais uma desilusão pra você.

    Em resumo, para ser um imortal basta deixar de viver.