sexta-feira, 10 de maio de 2013

Realidade Alternativa: Fome


Esse post faz parte de uma nova ideia que queria apresentar, que é mostrar outras realidades que certamente são bem diferentes da minha e da sua. Pretendo abordar estilos de vida que existem por aí, alguns mais próximos e outros mais distantes. Tudo isso dentro do nosso mesmo universo, com coisas bizarras que acontecem por aí nesse exato segundo em que lê isso. E assim surge mais um post, cujo proveito e utilidade, dependem da sua reflexão sobre a realidade em que está vivendo.


Falácia da Realidade


Todo mundo quando quer fazer um comparativo de que sua vida está melhor propõe a velha e já abatida comparação das crianças na África. Às vezes para chocar postam algumas fotos de crianças em estados de semi-decomposição vivas e tentam, através disso, lhe provar que você tem que ficar quieto e não reclamar de nada. Eu vejo isso como uma falácia da realidade, e foi justamente por isso que resolvi escrever esse post.

Para explicar melhor essa falácia, pense no seguinte: Você acorda de manhã e bate a ponta do pé na quina da cama, e com aquela dor deliciosa de sentir, você pragueja a tudo e a todos por isso. Aí, de repente, um amigo muito sábio chega para você e diz: "Hey, pare de reclamar da vida, lembre-se que há pessoas muito piores do que você, como as crianças passando fome na áfrica". O que era para ser uma tentativa de diminuir o impacto do stress corre o risco de piorar as coisas, pois a comparação daquela realidade em que a África vive é tão diferente, que nossa natural incapacidade de imaginar e compreender a própria humanidade nos fazem ignorar o fato com toda frieza do mundo.

Eu já comentei em alguns posts anteriores, o quanto o ser humano - eu e você - tem mais egoísmo do que o maior egoísta que conhece. Graças ao ego que está sempre tentando entender quem ele é, todo mundo acaba assumindo que a vida gira em torno do próprio umbigo. E uma das principais causas para isso, infelizmente é o simples fato de que muitas vezes não é fácil compreender nem a nós mesmos, então quem dera possamos compreender outra pessoa?

Fome na África



Ver mapa maior

Mas vou parar de enrolar, e falar o que realmente significa a fome na África. Por isso, fiz uma pesquisa rápida, e vou tentar deixar mais claro - e resumido - o que as crianças de lá passam. A primeira coisa a ser feita, é tomar cuidado com a generalização. Não são só as crianças que passam fome, e tão pouco é o continente africano inteiro. Um dos países que mais sofre disso é a Somália, que não deve ter nem 10 milhões de habitantes, mas que pelo menos um milhão está em fase crítica de quase morte.

Sabe o engraçado do parágrafo acima? Nada. Mas quando você fala em números, automaticamente transforma vidas em estatística. E isso parece amenizar o problema, principalmente quando você pensa: Só um milhão passando fome? No Brasil existem mais de 10 milhões, ou seja, uma Somália inteirinha em condições parecidas. E aí, para piorar, você pode pegar algum desses papéis que políticos carregam, e falar que as coisas melhoraram 15%, ou que 25% será melhorado na próxima eleição. Isso tudo é outra falácia de realidade, porque se você está passando fome, ou se fosse um amigo seu no meio de dez pessoas, aposto que o choque da notícia seria infinitamente maior, simplesmente porque aquilo é mais próximo de lhe atingir do que com quem está apenas num gráfico estatístico. Dez milhões num pedacinho de terra parece triste, mas só isso. Enquanto não estiver na pele, ou ver com os próprios olhos a situação, aquilo não é capaz de mover um único dedo para melhorar as coisas. No máximo um sentimento de pena, ou um sinto muito dito internamente. Só isso, e tudo acaba por aí.



E então, você me pergunta: "E o que eu posso fazer?", como se aquele que lhe falasse do problema tivesse a obrigação de lhe apontar uma solução. O problema é dito, e só é um problema, justamente porque ainda não tem uma solução. Você pode criticar o governo ou outros países dizendo que parem de fazer guerra e usem o dinheiro para dar alimento a todos, e ainda achar que apenas ter essa postura vai resolver tudo. "Ah, eu já reclamei, então já fiz minha parte e isso é tudo que posso fazer". Não é bem assim que as coisas funcionam.

Quando você divulga uma informação, um problema e um pensamento para aquelas pessoas ao seu redor, automaticamente você está sendo melhor do que aqueles que apenas reclamam e apontam soluções que sabem ser impossíveis de serem resolvidas. Porque falar e divulgar aquela realidade que existe, pode chegar ao ouvido de alguém mais genial que pode ter uma ideia diferente, ou numa simples conversa, surgir um fundo de investimento entre amigos para ajudar nem que seja uma pessoa. Tanta gente faz viagens de turismo para a África do Sul, vão lá para ver os animais em céu aberto e passam longe - por mais perto que estejam - de milhares de pessoas morrendo de fome. Um lanche na sua mão poderia significar muita coisa positiva na mão de quem precisa daquilo mais que você.

Mas é lógico que esse post não vai mudar nada. Nunca mudou e não é agora. Mas, se ao invés de você por algum segundo ter ideia de que sua vida é melhor do que a de muitas pessoas, eu acho que comecei a plantar a semente que eu queria. Porque quando nós vivemos sabendo que é preciso agradecer muito por aquilo que temos e onde estamos, um pouquinho mais de humildade faz com que nós pelo menos ajudemos pessoas dentro de nossas possibilidades. Pode ser um mendigo na rua que você sempre vê no mesmo lugar e que simpatiza com seu sofrimento diário. Ele é uma pessoa, e talvez uma oportunidade mais próxima de se deparar com a realidade da fome, mesmo que em grau diferente.

Fome na Coréia


Outro dia fiquei surpreso com uma notícia que li. E depois, fiquei chocado com uma outra notícia que li. A notícia dizia que um pai praticou o ato de canibalismo, sendo obrigado a comer o próprio filho para sanar sua fome. E isso foi o primeiro estopim para eu começar a escrever esse post, pois, eu comecei a pensar até onde a definição de humano pode chegar. Afinal de contas, um grupo de pessoas amaldiçoava o pai por ele ter matado o próprio filho para se alimentar, enquanto outro grupo de pessoas o bendizia porque não havia outra solução. E também tinha o grupo que amaldiçoava o governo e a mídia pela falta de divulgação da notícia.



Infelizmente não há como amaldiçoar a maldição. Não vale a pena questionar quem é o culpado ou quem deixa de ser, porque o problema e o erro é todo o cenário, e não exatamente uma pessoa isolada dentro dele. Esse não foi o primeiro caso e nem será o último. O extremo do que o ser humano é capaz de fazer realmente vai muito além do que alguém pode imaginar.

Ah, e se quiser ver um artigo comparativo com a diferença entre as coréias, clique aqui.

The Walking Dead


E de repente falar sobre Walking Dead no meio de um post que comenta sobre Falácias da Realidade me parece um pouco de mediocridade. Mas não é a questão de zumbis com fome que eu queria propor aqui. Embora toda a crítica social da maioria dos filmes de zumbis seja muito forte, não quero entrar no mérito dessa parte da discussão, e sim, refletir algo que comentei lá no início, que é sobre a divulgação da informação.



Em 2003, ou seja, há dez anos atrás, era lançado uma história em quadrinhos falando sobre zumbis. Não é nenhuma novidade que nessa década houvesse muita coisa sobre o assunto. Mas a HQ nunca foi lá muito popular, e muita gente nem se importava. Até que, conforme o tempo foi passando, há alguns anos atrás ela começou a vender mais e mais, até que surgisse a tão conhecida série de tv em 2010. Depois do sucesso, falar e consumir coisas sobre the walking dead se tornou bastante popular, mas tudo acaba aí.

Será que a camada da série que é mais reflexiva e que remete a critica social da natureza humana existe na mesma grandeza do seriado? Ou tudo se resume apenas a uma série de entretenimento envolvendo mortos-vivos? E eu sei que o propósito de qualquer série, quadrinho, game ou o que seja é primariamente entreter e não dar aulas culturais de elevação intelectual. Mas eu queria apenas pensar se os extremos humanos, vistos em toda série, fazem algum parenteses com a realidade em que vivemos ou não. E aí, vai ficar o final do texto para refletir, e nada mais.


Uma falácia da Realidade é sempre quando se tenta comparar a realidade pessoal com uma realidade maior. E aí, eu falei da fome na coréia e na áfrica e nem fiz quase menção nenhuma sobre outros países, incluindo o Brasil. Como será a realidade dos outros países? Eu vou ficar esperançoso para que você faça a mesma pesquisa que eu fiz e se surpreenda - e se choque - com o que está bem pertinho de todos nós.

Suas Crenças são Mutáveis? → O que você crê é sua realidade.
Interesse Escalável → Uma palavra sobre o egoísmo enrrustido em nós.
Conto: Arca Perdida → Uma poesia sobre continuar ou desistir
O nosso único cúmplice → Em quem nós podemos confiar?
"Infelizmente não há como amaldiçoar a maldição". (Ledark)

sábado, 4 de maio de 2013

Como Copas e Raizes

Um daqueles textos chatos, reflexivos e novamente, chatos. O mais legal é que, outro dia eu reli ele e não tinha entendi o que eu mesmo quis dizer, e aí joguei na lixeira. Hoje voltei, e antes de excluir em definitivo, reli e me re-entendi. Talvez amanhã não entenda mais, mas mesmo assim vou postar, é divertido pensar na minha própria incapacidade de diligência literária.

Apenas uma Metáfora

Jogue uma semente na floresta para que a mesma lhe mostre o segredo da vida. Veja que durante seu longo caminho de crescimento, os caules e as folhas reagem às sombras procurando sempre pelo sol. Elas procuram pelo seu próprio caminho da felicidade.

Como aquela música da Rita Lee: "As folhas sabem procurar pelo sol. E as raízes procurar, procurar." Se você será uma folha ou uma raiz, a decisão será sua; procurar pelo óbvio e abundante, como uma folha procura pela luz, a faz ser bela, útil e importante para todos, embora seja frágil e sua vida mais curta. Por outro lado, são as raízes, que quanto mais avançam em sua necessidade de buscar o alimento e a luz que não existe, mais fortes se tornam. A força delas também torna as folhas mais resistentes, porque a base é a mesma para todos. O mundo é o mesmo para todos.

Em distorções colossais, já diziam que o único modo das folhas subirem e chegarem ao paraíso é desde que as raízes alcancem primeiro o inferno. E aqui, usando isso como uma metáfora, as coisas ganham uma proporção perigosíssima. Não porque você decidiu ser como as raízes, que vai viver longe da luz, apenas se alimentando das trevas, cercado de infelicidade e solidão, enquanto muitas folhas crescem e vivem felizes à suas custas. De modo algum. Agir assim, é comparável a viver em uma escravidão, apenas para sustentar seus superiores. Bom, acho que isso lhe parece familiar, se você, assim como eu, ainda não atingiu uma independência financeira ou estabilidade social para se manter seguro em todos os aspectos. Somos como as raízes, onde muitas vezes jamais verão a luz do dia. A vida nesse caso, se resume apenas a sustentar a copa das árvores que cresce e se multiplica sem fim.

Então, você pode pensar como seria bom ser uma das folhas, não? Alcançar a luz, ver o mundo girar ao seu redor. Observar seus companheiros crescendo ao seu lado, e gritar vivas em um banho de chuva numa tarde quente de verão. É viver podendo brincar, sem se preocupar em caçar o próprio alimento, e aproveitar os eventos que acontecem para viver num mundo colorido. Então, num momento de reflexão você iria considerar que alguém que não vê te sustenta. Jamais iria conhecer que a fonte de seu sustento vem do sofrimento de tantas raízes. Uma benção da ignorância, mas a vida na copa das árvores também não é fácil. Sobreviver das pragas, ver amigos mais novos que você serem devorados por lagartas ao seu lado e não poder fazer nada. Ou pior, aguentar a violência da natureza, sentindo o medo dos raios em uma tempestade, e ter que agradecer para que não chegue na mesma proporção de violência a época da estiagem.

Quem segue uma vida sendo uma raiz sofre tanto quanto quem segue sendo uma das folhas de qualquer árvore. Todos presos em um mundo pelo qual não se conhece a aplicabilidade das leis, nem a hostilidade que mora ao seu lado.

Conclusão

A harmonia do mundo, enfim, é a alegria. Pessoas boas são felizes fazendo o bem, pessoas ruins são felizes fazendo o mal. Mas o mal para eles é o que é bom para nós, e ambos os conceitos não podem ser separados ou comparados, porque, afinal de contas, o que é certo e errado em uma vida cujos erros e acertos não estão em nenhum manual da natureza?

Pessoas buscam a própria felicidade antes da felicidade alheia, e isso não as torna egoístas de modo algum, pois como levar a felicidade para os outros se a si mesmo não é feliz? Eu aprendo isso constantemente de diversas maneiras ao longo do tempo, e hoje em dia eu entendo que para poder ajudar alguém é necessário que ajude a si próprio primeiro. Só assim você estará agindo do modo certo.

Se desejar perder seu tempo, prometo que vou te ajudar com outros links tão inúteis e chatos quanto este.

Qual sua Personalidade? → Reflexão chata sobre a personalidade
Crenças Mutáveis → Reflexão chata sobre o sistema de crenças
Paradoxo da Confiança → Reflexão chata sobre confiança
8 tipos de relações → Reflexão chata sobre amor

sábado, 27 de abril de 2013

Conspirando com Boston


Toda vez que surge um assunto, e esse assunto não tem todas as explicações, é natural que as pessoas queiram respostas e encontre ou crie essas respostas que quer. E, dessa vez, depois de conspirar com a wikileaks e RFIDs, agora é a vez de falar de atentados e terrorismo.

Resumo da História


Havia uma maratona, e aí uma bomba explodiu, deixando muitos feridos e três mortes, incluindo uma criança. O resumo todo da história poderia terminar aqui, mas uma vez que os culpados não foram encontrados naquele momento, então o atentado necessitou de investigação, e como se sabe, toda investigação leva tempo e está sujeita a erros. Afinal de contas, a passagem do tempo é mestra em dificultar o encontro de evidências.

Horas depois e várias pessoas pela internet se manifestaram em ajudar a encontrar os criminosos, surgindo uma verdadeira caça usando as imagens das câmeras, fotos da maratona e etc. O resultado dessa investigação online feita através das fotos pode ser vista clicando aqui. Nesse link, é possível se convencer de que temos alguns suspeitos para o crime que realmente fazem sentido.



A Origem da Conspiração


Tempos depois, aconteceram uma série de desdobramentos do caso que se tornaram no mínimo contraditórios diante várias análises feitas. Como por exemplo, o fato de existirem possíveis militares, e na mochila que carregavam, haver vestígios de serem os mesmos encontrados na bolsa que ocasionou a explosão. E aí, quando o FBI chega no veredito sobre o assunto, eles dizem que foi um outro cidadão que nem se quer aparece como suspeito antes. E tem muito mais incongruência do que isso, e outros fatos, como a incompetência das conclusões investigativas. Mas o ponto que eu quero propor é apenas todo o start desse assunto.

E isso são apenas alguns exemplos. Se quiser ver o lado inteiro do que essa conspiração preza, pode clicar aqui e ver o ponto de vista do anonymous sobre o assunto dizendo o porque isso tudo tem cara de ser uma grande farsa.

Off-Topic


Teve até gente tentando encontrar uma forma de colocar a explosão da fábrica de fertilizantes que ocorreu no Texas como um possível sinal de fim do mundo. Embora não tenha nada a ver, vou deixar o vídeo abaixo, que mostra um pai e sua filha vendo a fábrica pegando fogo ao longínquo, até que realmente acontece a grande explosão. Dizem que foi tão grande que há vários kilômetros ainda dava para sentir tudo estremecer, comparado a um terremoto.



E só para ressaltar, que não tem nada a ver com conspirações. No caso desse vídeo, a explosão foi realmente devastadora. E é chocante ouvir a criança, querendo sair dali dizendo que não conseguia mais escutar nada, diante de um trauma sendo criado naquele momento. Mas vale a pena a pena para pensar como assuntos que ocorrem em épocas próximas podem tender a serem co-relacionados se uma pessoa quiser.

A Parte Anti-Conspiração


Tem um vídeo interessante para ver, do ponto e vista de alguém que não acredita em teorias da conspiração e explica seu ponto diante de suas formações técnicas.



E também, um outro vídeo com uma visão relacionada a esse caso de Boston, contada por Izzy Nobre, que também dá algumas reflexões sobre até onde é legal conspirar contra tudo.



Conclusão


E não tem como se ter uma conclusão. Na verdade até tem, porque você pode acabar concordando que há uma conspiração ou discordando, mas só isso. É fácil criar relações entre histórias, principalmente nesse momento de "batata-quente" que existe entre a Coréia do Norte. Se tivesse um oriental ali no meio dos suspeitos, o mundo estava pertinho de uma parte muito maior de tudo isso.

Isso até acabou me lembrando de outras conspirações que existiram, principalmente na época dos atentados de 11 de setembro. Tem um excelente nerdcast explanando esse tema que pode ser ouvido clicando aqui, e no áudio, avance até 11 minutos e 15 segundos que é onde eles realmente começam a falar sobre isso.

Você pode deixar nos comentários sua opinião sobre esse assunto. Dizer se crê ou não nas conspirações, e até contar se crê que Osama BinLaden foi realmente morto, ou se nunca existiu. No mais, vou deixar uns posts antigos, e datados, que podem ajudar a distrair sua mente e lhe trazer mais inutilidade conspiratória.

RFIDs → Conspirando contra as tais marcas da besta
Wikileaks → Conspirando contra a própria conspiração
Mundo Virulento → Conspirando contra doenças e vírus
Movimento Gota D´água → Conspirando contra a usina de Belo Monte
"Acreditar em fantasmas, tudo bem, mas criá-los com a sua própria mente é auto-conspiração." - (Petrus Falcin)

sábado, 6 de abril de 2013

Animações


Fazia tempo que não postava uma animação ou vídeo aqui. Aliás, se não viu as anteriores, aproveite e confira no final do post o link para eles. Mas, minha intenção aqui não era apenas postar um vídeo novo, e sim fazer um aparato nos meus backups antigos e pouco a pouco deixar a lista de links atualizados.

A Primeira (?) Animação

Sempre gostei de fazer animações, e em fato, só consegui meu primeiro emprego graças a isso. E como todos temos uma história de desilução relativa aos computadores, comigo não poderia ser diferente. No meu caso, foi que eu perdi parte dessa animação quando a primeira e inesquecível formatação levou embora todos os meus arquivos. Depositei a confiança em dois disquetes, mas sabe como são os disquetes, né? Se você não sabe, considere-se alguém de sorte, pois eles são piores do que inimigos, porque pelo menos os inimigos você já sabe que certamente vão te trair; agora o disquete você implora pra ele te salvar, e trata ele com todas as honrarias de um amo intocável para que no fim... é, o final nem sempre é feliz.

Animação StarWars

Relutando contra toda vergonha de mim mesmo, eu resolvi postar em sequência três vídeos bem antigos. Na verdade são duas animações, e apenas um vídeo concreto. O primeiro é uma paródia com StarWars, que como era de se esperar, perdi o arquivo completo. Achei um pedaço que havia sido salvo, e quando o vídeo completo tinha uma história com inicio, meio e fim envolvendo até uma luta épica entre Lula e Darth Vader, tudo o que restou foi apenas um minuto envolvendo uma aparição tosca do Et de Varginha. A animação em si foi um trabalho para a faculdade, e isso explica o desleixo total de minha parte.



Animação Arquivo Aberto

Essa foi uma animação que eu tenho certo orgulho de ter feito. Isso porque foi feito de modo um pouco mais profissional, que era para ser a abertura de um programa de webtv. E até eu fico boquiaberto quando descubro que o vídeo é usado até hoje no programa chamado Arquivo Aberto.



Vídeo Vida de WebDesigner

E para provar que a faculdade gera trabalhos relaxados, vou deixar esse último, que sinceramente, não tenho nada para comentar.



Conclusão

Sempre gostei de jogos eletrônicos, e em especial das animações que via nesses jogos. Na verdade, a primeira vez que vi algo que me deixou de queixo caído foi a abertura de Final Fantasy VIII (abaixo). Talvez, olhando hoje em dia com a quantidade de recursos gráficos, o vídeo nem surpreende muito, mas para época que vi (há 10 anos atrás), foi de me deixar boquiaberto.




Veja outras Animações toscas legais:



Como eu disse, minha ideia com esse post era apenas fazer um backup de coisas mais antigas e postar aqui. Tenho mais coisa inútil guardada, e um repertório de animações tão toscas quanto das desilusões de um blog inteiro. Mas deixo isso para outra ocasião.

Qual sua Personalidade? → post anterior para definir sua personalidade
O bem e o mal → Uma reflexão da minha época do prézinho
Pokemon 3D → Alguns posts de minha época de aprendizado de computação gráfica
Investimentos [1] → Um malandro na época dos álbuns de figurinhas

sábado, 23 de março de 2013

Qual sua Personalidade?


Para quem já participou de sites de namoro, crê em astrologia ou participou de testes genéricos na internet sabe o quanto é alta a gama de personalidades que existem. Numa pesquisa rápida que fiz para esse post, encontrei sites dividindo toda a humanidade em 4 tipos, 9 tipos, e até (parece bizarro) em 56 tipos. Mas afinal de de contas, será que é possível classificar as personalidades que cada um possui?


Multiplas Personalidades em Uma

O primeiro ponto negativo para milhares de testes de personalidades, é a falhabilidade geral de todos eles. Se algum deles falar que você é perfeccionista, desleixado ou corajoso, pode ignorar o resultado. E vou tentar explicar o porquê.

A personalidade, como o próprio nome diz, é algo tão pessoal, que definir se alguém é desse jeito ou de outro jeito é muito difícil. Você pode considerar que conhece uma pessoa que é muito barraqueira, mas, se um dia tiver a oportunidade de conviver com ela mais tempo, talvez perceba que ela tem seus momentos mais pacíficos. E isso acontece porque nossas emoções não são estáticas; elas mudam de acordo com os acontecimentos do ambiente, e desse modo, nossa personalidade pode mudar de herói para vilão em um piscar de olhos.

Mas aí, você pode dizer que existe um tipo de personalidade que é dominante, que é aquela em que mais demonstramos, e por isso, essa é nossa personalidade real. Há de se concordar em termos, sabe por que? Porque muitas vezes o stress do cotidiano nos leva a ficarmos mais de um jeito do que de outro. E aí, basta a pessoa mudar de vida e destruir seu fator estressante para que uma outra personalidade seja a dominante. E aí novamente, quem tentou dar à você um pacote de características, errou.

Vou considerar aqui os tipos mais comuns de personalidade que existem, com base nesses testes genéricos que certamente você já fez para tentar entender como era. Talvez, a conclusão desses testes genéricos tenha sido um desses abaixo:

  • Você é uma pessoa calma, tranquila, compreensiva.
  • Você é uma pessoa perfeccionista, exigente, decidida.
  • Você é uma pessoa planejadora, perspicaz e estrategista
  • Você é uma pessoa aventureira, despojada, de certo modo às vezes radical
  • Você é uma pessoa caseira, ligada a família
  • Você é uma pessoa baladeira, agitada, muito ligada aos amigos

Eu poderia continuar essa lista por muito tempo, mas não quero deixar esse texto ainda mais gigante do que ele já está. Se você notar, é fácil pegar uma das linhas e dizer que você é desse jeito, e considerar que sua personalidade pode ser definida dessa forma para efeitos gerais. Se eu me pegasse como exemplo, eu me consideraria alguém calmo e compreensivo. E é nessas definições que mora perigo de tudo.

Personalidade do Momento

Vou pegar um dos exemplos mais gritantes, que acredito ser dos caseiros e baladeiros. A princípios são duas personalidades muito diferentes que não tem muita ligação entre si. Acontece que não existe nenhuma lei da vida que impede que uma pessoa que é "caseira" não possa se divertir caso ela esteja numa balada. E vice-versa. A questão ali é que talvez uma pessoa caseira não seja capaz de ver diversão em ficar dentro de uma danceteria, ao mesmo tempo que uma pessoa baladeira vai achar chato deixar seus amigos do barzinho de lado para ler um livro no quarto. Mas, sabe o mais legal disso tudo? É que a mesma pessoa que odeia baladas e prefira a calmaria de seu lar, talvez apenas assim seja porque suas experiências com baladas (se é que possuiu alguma) não foram agradáveis, e novamente, vice-versa.

O ponto onde eu quero chegar, é que aquilo que a gente gosta de fazer está muito ligado ao fato de termos feito e gostado de fazer, e isso inclui o momento em que fizemos. Porque talvez você estivesse em uma fase da vida que o stress do momento acabasse deixando uma descontração com bebida e amigos muito mais prazerosa do que ver um programa de tv legal. Ou ainda, talvez você estivesse em um momento que sua sede por conhecimento o fizesse pensar mais em devorar livros ao invés de ficar jogando conversa fora numa festa.

Personalidade Preferida

Só que quando você faz algo que lhe dá prazer mais vezes, acontece aquilo que acontece com tudo o que fazemos: zona de conforto. Tudo o que entra na zona de conforto é melhor, e obviamente vamos procurar fazer aquilo mais vezes. Depois de um tempo você vai se considerar mais baladeiro ou mais caseiro, simplesmente porque seus gostos se convergiram mais para um lado do que para o outro.

Mas isso não define sua personalidade, e sabe o porquê? Pelo simples fato de que o seus interesses foram criados graças à dois fatores: meio de convivência e oportunidades. O meio de convivência faz com que o modo de criação, sua família e amigos moldem grande parte do que você gosta de fazer. Ao mesmo tempo que as oportunidades pra fazer coisas diferentes também precisam estar ao seu lado para que alguém mude da água pro vinho. Eu já vi pessoas que mudaram, e eu sei que tudo isso funciona não só em teoria, como na prática.

Personalidade Única

Acho que no fundo não é errado dizer que sua personalidade é de um jeito ou de outro, mas o errado é acreditar que isso é imutável. Se você apenas ter em mente que o jeito como é hoje foi fruto de vários fatores e que você é confortável ser assim como é, então vamos convir que você não buscará nem ao menos ver oportunidades para sair dessa zona de conforto atual. Por outro lado, se o meio de convivência, incluindo todas as pessoas que conhece também o satisfazem pelo pacote de características que possuí, assim você ficará por muito tempo. Não vou dizer para sempre, porque a nossa mente é muito complexa para que alguém possa se dizer dona de seu controle absoluto.

Quando desenvolvemos nossa personalidade?

Nossa personalidade foi muito bem desenvolvida e pré-fixada durante a infância, e principalmente na escola e na educação que recebemos de nossos pais. Assim, o fato de como você é tem muito haver com o modo de como foi criado. Até aqui não há novidade nenhuma. Mas, tem aquele detalhe - e várias pesquisas por aí - que mostram como irmãos dentro de uma mesma criação podem ter personalidades tão diferentes.

As duas explicações mais interessantes que existem avaliam que em nosso DNA existem alguns genes que nos levam a tomar decisões que vão mais para um lado quanto para o outro. Nessa explicação, dizem que por exemplo, uma pessoa que tem em sua cadeia genética uma propensão a sofrer de doenças pulmonares, vão inicialmente, terem mais facilidade para que inconscientemente se sinta melhor em meio ao ar puro da natureza do que numa boate com muito calor humano. E sendo assim, essa pessoa vai acabar procurando viver seguindo por oportunidades que a levem a satisfazer melhor sua cadeia genética, seja procurando a calmaria, a violência, a dispersão, etc.

A outra explicação que tenta dizer o porque somos de um jeito ou de outro é a chamada "lei da vida". A lei da vida consiste em por a mão no fogo para saber que ele queima, e bater para saber quem pode derrubar, e apanhar para saber até onde consegue se manter de pé. Em resumo, desde a infância até o final da adolescência nós vamos tentar descobrir as coisas, e muitas vezes, vamos acabar diante de algumas situações que vãos moldar nossos pensamentos no futuro. Vou dar um exemplo:

A mãe diz para o filho não colocar a mão no fogo, e ele, pelo prazer da experiência, irá colocar mesmo assim. Uma vez que tenha queimado a mão, ele poderá resolver confiar mais no que a mãe diz ao invés de sair experimentando tudo por conta própria. Mas dependendo de como foi o resultado daquela queimadura no fogo, ele pode até tentar arriscar fazer de novo pelo simples prazer da experiência. Claro que isso é o exemplo de um caso metafórico e improvável, mas esse caso se repete para outras coisas da vida, e o acumulo dos resultados pode fazer com que essa pessoa no futuro seja mais desconfiada, medrosa ou corajosa.

Qual sua personalidade?

Depois de um texto gigante e confuso, fica até meio estranho eu querer propor tipos de personalidade existentes. Mas, se você levar em conta que sua personalidade é um acumulo de suas experiências de vida - e não uma carga acoplada no corpo - então sabemos que novas experiências podem ajudar a fazer com que você hoje seja diferente de você amanhã.

Eu estava quase a ponto de encerrar esse assunto simplesmente copiando e colando a lista com os 16 tipos de personalidades propostos por Carl Jung, mas achei injustiça, porque certamente você já os conhece. São aqueles tais de ISFJ, INTP, INTJ e etc. São bastante conhecidos por aí, e eles até ajudam a ressaltar parte do texto que escrevi, pois você pode fazer um teste desses e anotar o resultado no papel. Depois que passar alguns anos e tiver em um trabalho diferente, com pessoas diferentes e fazendo coisas diferentes, eu aconselho a voltar e repetir o teste, para ver como há grandes chances de ter um resultado diferente. E com base nisso é que eu tenho a resposta definitiva de qual é a sua personalidade: Mutável ou Imutável. E eu disse concordar que toda personalidade é mutável, mas aí entra outra personalidade: a que não se quer deixar mudar por estar muito bem presa em sua zona de conforto.


Que tal usar o espaço dos comentários para dizer qual sua personalidade? Mas se não quiser dizer nada e deixar sua personalidade subentendida, também entenderei...

Crenças Mutáveis ? Post anterior sobre a mutabilidade das crenças
8 tipos de relações ? Quão diferente é sua personalidade nos relacionamentos?
Amizade Mutável ? Porquê as amizades mudam?
Interesse Escalável ? Seríamos nós egoístas?

sábado, 9 de março de 2013

Conspirando contra RFIDs


E então, muito em breve, todas as pessoas serão obrigadas a ter um chip instalado em seu corpo para diversos fins de monitoramento. Para alguns religiosos, o prenúncio do apocalipse, para alguns curiosos, uma nova era da tecnologia, e para quem pesquisa um pouco, somente mais um hoax. Será?


A Mensagem Original



A mensagem original que eu vi foi essa, e aí que me deparo com a primeira incongruência sobre o uso de tal tecnologia RIFD, onde o autor queria provavelmente dizer RFID, ou seja, Identificação por Radio Frequência. Associar isso como se fosse algo completamente novo e assustador é um erro, visto que essa tecnologia é muito mais comum do que se parece. Já é utilizada por exemplo, para monitorar animais e obter informações de seus meios de vida para diversas utilidades e pesquisas científicas posteriores. Também é provável que muitas pessoas já carreguem consigo o mesmo tipo de sistema em alguns cartões de crédito, em certas peças de roupas e até em certos cigarros. Nem preciso comentar nada dos celulares, né? E também nem vou falar das vantagens, mas deixo um link aqui dentre muitos que existem em qualquer googlada sobre o assunto.

Eu me senti na obrigação de falar sobre o RFID porque eu mesmo já cogitei, em meu trabalho, da facilidade que se teria em conseguir dados estatísticos de usuários e clientes caso os mesmos tivessem um identificador, que dada a suas características e comportamentos, uma página fosse apresentada para melhorar sua experiência de navegação. Ops, eu acabo de me lembrar que isso não é nenhuma novidade, pois existem vários aplicativos para celular que já se baseiam nessa premissa. Mas antes de eu mencionar um pouco sobre essa realidade que já existe, eu preciso fazer mais alguns pequenos comentários sobre a tal conspiração envolvendo os chips.

O Lado Bíblico

Desde que eu me conheço por gente, o mundo parece viver em guerra com o polo científico e o polo religioso. E como é esperado de se notar, geralmente vemos que a religião presta apoio a ciência quando a mesma corrobora alguma informação bíblica, ou quando o número de evidências científicas se torna impossível de ser contestada. Mas, o foco desse post, é principalmente no que a mensagem falando sobre o implante dos chips tenta passar.

A conspiração surge porque, em alguma interpretação da bíblia, é dito que um sinal do fim dos tempos é o implante de chips. A primeira vez que escutei falar sobre isso, foi na época da faculdade, divagando sobre um site de um colega de classe. E aí, haveria uma crença de que a salvação estaria em quem não tivesse esses chips implantados. Basta apenas uma informação simples surgir para que toda conspiração, manifestos, falsas divulgações e intrigas acometam os mais fervorosos.

O Lado Científico

A tecnologia é uma das coisas que está presente em todas as ciências, de modo a automatizar e trazer progresso em muitos campos. Sendo assim, de um modo geral, a tecnologia é algo muito bom. É óbvio que coisas boas podem ser usadas tanto para o bem quanto para o mal, como equipamentos médicos de um lado e armamentos de guerra em outro. E o ponto que eu quero chegar aqui, é que um simples chip implantado no corpo é capaz de levar a mente humana para esses dois opostos de um segundo para o outro.

Vamos supor que a finalidade do RFID seja apenas monitorar hipertensão, batimentos cardíacos e o nível de glicose do sangue e avisar para o portador por meio de seu celular tais níveis. Isso seria algo útil, importante e certamente poderia ser considerado um avanço tecnológico bom, certo? Sim, mas aí vão surgir pessoas que, por desconhecerem o funcionamento daquele implante, vão levantar milhares de questionamentos. Questionarão se há conexão com a internet que leve seus dados para o governo, vão questionar se outras informações de privacidade estão sendo compartilhadas, e mais um monte de coisas. E aí, a tecnologia fica parada, mesmo que seja muito boa e apenas trará vantagens, há uma preocupação e medo que atrasam um pouco tudo isso.

Mas não estou dizendo que essas preocupações são ilegítimas, porque não são. Uma vez que o chip que está no seu corpo não foi criado por você, e seus conhecimentos atuais não permitem reconhecer a fundo o que está de fato programado ali, então o questionamento é muito importante. Só para lembrar, teve até o caso de algumas impressoras que registravam tudo aquilo que estava sendo impresso em uma espécie de cartão de memória interno, e com uma simples rede wifi ativada era possível recolher esses dados sem autorização do usuário. Mas aí a questão de privacidade já vai para outro lugar; defender o direito pela privacidade é muito diferente de criticar uma tecnologia alegando ela ser demoníaca.

Conclusão

Eu juro que quando comecei a escrever esse post, eu estava em mais uma daquelas desilusões envolvendo falácias da tecnologia. Mas acho que nada mais sútil do que terminar o texto com as três leis que Arthur Clarke disse, e que eu já postei em algum outro post perdido por aqui...
  1. Quando um cientista distinto e experiente diz que algo é possível, é quase certeza que tem razão. Quando ele diz que algo é impossível, ele está muito provavelmente errado.
  2. O único caminho para desvendar os limites do possível é aventurar-se um pouco além dele, adentrando o impossível.
  3. Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível de magia.

Agora se depois depois de tudo, ainda houver medo sobre tudo isso, então pode se tranquilizar porque a mensagem é apenas um boato. Clique aqui se quiser poupar o trabalho de pesquisar, mas está em inglês. Ou seja, por favor, fique a vontade para pesquisar sobre o assunto e chegar as próprias conclusões.
Esse foi um post relativamente curto, pois quando eu pensei em escrevê-lo, eu juro que achei que iria ter muito o que falar sobre o RFID em si. Mas aí, descobri que é muito fácil uma pesquisa pelo google do que num artigo qualquer de um blog sobre desilusões. Então, para provar sua revolta sobre a superficialidade desse assunto, que tal deixar um comentário?

Inception → Post anterior onde eu apenas falo de um sonho que tive. Ou não.
Temperando Palavras → Será que podemos falar tudo o que queremos?
O cético crente [1] dividindo lados → Para falar algo de religião aqui
Conto: A Arca Perdida → Apenas um conto bem antigo de uma era desiludida
Repetindo: "Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível de magia." - (Arthur Clarke)

sábado, 2 de março de 2013

Inception

Existem muitos tipos de sonhos. E por eles estarem dentro da esfera incompreensível de nossa mente, muitas vezes sonhamos com coisas malucas. Esse post é para falar de um desses sonhos malucos que tive. E antes de qualquer coisa, já deixo de sobreaviso que esse blog chegou no limite de sua baixaria. E depois de posts falando sobre sonhos, o que mais se pode esperar?

Primeiro Nível: A divagação

Ninguém jamais consegue se lembrar do começo exato do sonho. Isso porque nem ao menos sabemos da duração total dos nossos sonhos, já que nossa noção de tempo é bem distorcida enquanto dormimos. Mas é interessante que você se lembra dele exatamente como se lembra de qualquer momento passado de sua vida; ou seja, não é necessário se lembrar do início, porque embora ele exista, o momento mais marcante sempre vai começar daquele climax memorável.

Eu pretendia fazer umas reflexões nerds descontextualizadas para comentar todas as semelhanças que o mundo dos sonhos tem com o mundo real. Mas para não me perder nas ideias, vou apenas - prometo - relatar a experiência de um sonho qualquer, numa noite qualquer, aparentemente sem nenhuma premissa em mente.

Segundo Nível: O sonho

Eu lembro de estar dirigindo meu próprio carro. Eu lembro da cor de meu próprio carro. Eu lembro que estava numa estrada em um fim de tarde. No sonho aquela estrada era bem conhecida e eu a usava para vir para voltar para casa; no entanto, não faço a menor ideia de qual os motivos que me levavam a voltar para casa, e agora que me recordo melhor do sonho, se quer reconheço aquela estrada. Era um lugar completamente estranho, que se eu estivesse lá de verdade, certamente estaria em pânico devido, mas que naquela circunstância, era um trajeto normal e bem conhecido.

A estrada era tão estranha que tinha um circo no meio dela. E tudo bem, porque para a realidade existente dentro do meu sonho, deveria ser muito normal as pessoas construírem coisas no meio das ruas sem se preocupar com o trânsito. E nem havia tanto trânsito assim, o que é um alivio para quem tem que andar pelas ruas de São Paulo no dia-a-dia da normalidade.

E então, eis que sai um carro do meio de uma garagem praticamente inexistente e bate no meu carro. O estranho é que a batida ocorreu na porta lateral, mas quando eu saio para olhar o estrago, está na frente do carro. E novamente, naquela realidade maluca, essa lei da física era absurdamente normal e não havia como questioná-la. Lembro de ter ocorrido uma discussão e, a conclusão da história era que eu não sabia o que fazer, pois mesmo não sendo eu o causador da batida, aquela discussão fez com que eu me sentisse o culpado.

Não faço a menor ideia como que aconteceu uma reversão da culpa, mas quem sabe tem haver com a zona de destruição que foi modificada magicamente. Talvez o cara que bateu no carro era um ótimo ilusionista e inclusive me fez acreditar numa ilusão dele. Mas o fato é que eu comecei a ficar angustiado, em pânico e não sabia o que fazer para explicar aquele acidente. Não queria contar sobre isso para minha família - que me veria como irresponsável - e nem para minha noiva, que entraria em choque. E foi aí que o sonho ficou maluco...

Diante de minha busca por pensar numa solução para aquele problema, houve um questionamento de que aquilo tudo poderia não ser real. Aquela versão imbecil minha que achava normal algo bater em um lado e amassar outro, começou a questionar se aquilo tudo não poderia ser um sonho. Eu, dentro de um sonho, questionando se o mesmo era um sonho? Eu sei que isso não é tão anormal assim, eu mesmo já tive outros sonhos semelhantes, e talvez até você tenha tido.

Mas foi interessante o pensamento crítico que meu subconsciente (na hipótese de que os sonhos são gerado pela subconsciência) tentar encontrar uma resposta lógica. E Equando começou a existir essa possibilidade de eu estar sonhando - dentro daquele sonho - as coisas ficaram feias. Era como se eu estivesse pronto para compreender aquela bagunça toda, e foi aí que minha mente usou uma ótima saída de mestre: ele me fez acordar dentro do sonho.

Sonhar que que a gente acorda, e na verdade estar dentro de outro sonho, era para ser o suficiente para resolver tudo. Mas, por algum motivo, a invasão daquele meu lado racional ainda estava forte o bastante para continuar os questionamentos. Me sinto igualzinho àquele filme com Jim Carrey, o show de Truman; eu estava tentando acordar, e não conseguia, porque meus sonhos estavam presos dentro de outros sonhos.

Terceiro Nível: Inception

E aí, mesmo diante de tantas divagações, eu acordei. Meu lado racional ainda estava em um processo tão frenético, que eu sabia exatamente que iria esquecer todo aquele sonho bizarro se eu não o anotasse o mais breve possível. Por isso forcei minha mente a não se esquecer daquilo. E assim, fora de um inception, eu senti novamente medo dos meus sonhos. Na verdade, não medo deles, mas medo de uma versão minha que ficaria com medo daquele mundo de fantasia. Deveria sentir pena de mim mesmo; deveria sentir pena de uma versão que dentro de um sonho é completamente burra, até mesmo quando tenta ser racional.

Já tive sonhos em que eu me sentia inteligente dando aula para uma turma inteira, mas incapaz de questionar o porque as dimensões daquela sala de aula mudavam tanto a cada vez que eu olhava para ela; mesmo me sentindo inteligente, era burro o bastante para não perceber que aquela realidade não condizia com a a realidade. E essa é a pergunta e o motivo que me fez escrever todo esse post: O que lhe faz considerar com tanta convicção que sua vida é mesmo sua vida como pensa que ela é?

Último Nível: O despertar

No dia que eu lembrei desse sonho maluco, nada me fazia sentido. Até que eu fui escrever esse post, e agora, começo a entender alguns acontecimentos presentes naquele dia que convergiram a parte desse sonho. Dias atrás, eu havia assistido alguns vídeos no youtube falando sobre o que é realidade. Um dos que mais me fizeram pensar, foi esse:



E aí, parte do assunto pareceu esquecido por mim. Eu mesmo nem mais lembrava desse vídeo até escrever esse post. E isso é uma boa prova daquela explicação de que nossa memória armazena coisas que nem sabemos que está lá. E eu já tinha visto isso há boas semanas, esquecido em nível consciente, mas... em uma esfera muito além de alguma explicação, a reflexão que obtive naquele dia foi replicada de modo inconsciente para outras coisas que fazia sem saber. E aquele sonho foi uma delas.

O meu sonho começou com a estrada que logo convergiu para a batida do carro. A batida do carro eu consigo entender, porque eu estava com essa preocupação há alguns dias, e de vez em quando eu penso nisso; o meu medo de estar em uma discussão - e uma discussão recente que havia tido em meu noivado resultou na relevância desse fato para que o mesmo fosse inserido naquele sonho maluco. E tudo para mim começou a fazer sentido, mas somente agora, pensando à respeito e escrevendo sobre isso.

Eu só não consigo entender o circo no meio dessa história inteira. Mas, certamente eu sei que em algum nível da incompreensão da mente, há um circo. Assim como em seus sonhos mais estranhos, toda lógica para sua existência existe, e muitas vezes, nossa falta de entendimento sobre eles nos faz criar as próprias explicações. E aí, vivemos na ignorância, no achismo e na morbidade da desilusão que recaí sobre nós mesmos. Assim como eu sei que há uma explicação dos lugares das batidas, da fisionomia das pessoas, das cores e aparências que o cenário possuía; tudo foi criado e construído com base em alguma estrutura que já existia - nada foi inventado do nada. Na natureza e na vida, nada se cria...

Esse post falando de um sonho maluco não estava prevista para ser escrita. Mas, já que escrevi, fica aí o relato e a reflexão sobre a reflexão interna obtida dentro de um sonho. E você, que sonhos malucos poderia contar nos comentários?

Suas crenças são mutáveis? → Post anterior, sobre suas e minhas crenças
Viagens no tempo sem Rpg → uma viagem... no tempo, ou não.
Choro Límbico → Um relato de outro sonho que tive
Lobo Solitário → mais relatos dessa mente que escreve
"Se a realidade é tudo o que pode ver, sentir, tocar, cheirar... então a realidade é apenas sinais elétricos interpretados pelo seu cérebro". (Parafraseando Morpheus de Matrix)